O Adamastor Furia, primeiro supercarro português, dispõe de pacote aerodinâmico semelhante aos dos monolugares, com o efeito “Venturi” da carroçaria a conseguir gerar cargas descendentes na ordem dos 1900 kg a uma velocidade de 250 km/h!
Ainda em estado de desenvolvimento, o Adamastor Furia, conta com uma aerodinâmica extremamente avançada que, de acordo com as simulações realizadas pela marca portuguesa deste supercarro, promete superar a carga dos monolugares de competição, mas também dos carros de GT.
Uma parte significativa do elevado nível das prestações do Furia deve-se a algo que, à partida, não se vê: a forma avançada e estudada como aproveita a passagem do ar sobre e sob a sua carroçaria para maximizar o seu desempenho.
O desenvolvimento do conceito aerodinâmico foi encarado como a espinha dorsal do caderno de encargos do Furia, um elemento central a partir do qual a equipa especializada da Adamastor desenvolveu todos os outros. No entanto, a carroçaria integralmente construída em fibra de carbono prescinde dos “spoilers” e “ailerons” habitualmente utilizados, os quais visam incrementar a carga aerodinâmica imprescindível no capítulo dinâmico, mas que, neste caso, não são aplicados atendendo às soluções alternativas encontradas pela Adamastor.
Uma asa traseira consegue aumentar a carga aerodinâmica, mas tem o efeito de aumentar o arrasto em linha reta.
Mantendo as linhas do Furia mais “limpas”, o conceito aerodinâmico do modelo português assenta, essencialmente, no fundo com efeito “Venturi”, com que consegue produzir 1900 kg de carga aerodinâmica a uma velocidade de 250 km/h. A Adamastor está neste momento a iniciar os testes em pista, mas todas as simulações realizadas em ambiente digital foram mais do que encorajadoras, com o Furia a superar, em termos de carga aerodinâmica, monolugares de Fórmula 2 e Fórmula 3 das temporadas de 2021, bem como modelos das categorias GT3 e LMP2.
Efeito “Venturi”: o que é?
O chamado efeito “Venturi” ocorre quando um fluído, neste caso o ar, ao percorrer uma conduta como as que incorporam a construção do fundo do Fúria, sofre uma diminuição da sua pressão ao passar numa zona mais estreita, um efeito de sucção que se traduz num significativo incremento da velocidade do ar e, consequentemente, numa maior carga do automóvel sobre o asfalto. Este efeito foi demonstrado no final do século XVIII pelo físico italiano Giovanni Battista Venturi, que também foi imortalizado pela denominação corrente.
A marca destaca, ainda, a suspensão de carácter inovador (desenvolvida pela própria Adamastor), cuja geometria é capaz de controlar os movimentos de rolamento e afundamento da carroçaria de forma totalmente independente e reativa. Desta forma, consegue também maximizar os benefícios do fundo com efeito “Venturi”, permitindo controlar de forma consistente a altura livre ao solo, bem como potenciar o contacto dos pneus com o asfalto.
Recorde-se que, além de toda a capacidade aerodinâmica, o Furia contará com um motor V6 3.5 biturbo da Ford, capaz de debitar 650 cv de potência e 571 Nm de binário.
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