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Alfa Romeo "volta" à competição

Atualizado: 20 de jun.

A Alfa Romeo, marca que acaba de comemorar 114 anos, tem história rica e longa (e tem-na também na competição, ganhando, por exemplo, a primeira corrida e os primeiros dois títulos de pilotos na Fórmula 1, a primeira a 13 de maio de 1950, em Silverstone, Inglaterra, com Nino Farina, os segundos em 1950 e 1951, com Farina e Juan Manuel Fangio, quatro edições das 24 Horas de Le Mans, 11 Migle Miglia ou 10 Targa Florio). Em 2027, o regresso ao desporto, mas no… mar, como parceira da equipa italiana Luna Rossa, na edição 38 da Taça América, em Nápoles, Itália.



A indústria automóvel encontra-se confrontada com momento complexo, que põe à prova a capacidade de resistência de muitos protagonistas do setor, incluindo os mais antigos e icónicos. É o caso da Alfa Romeo, que engrenou a marcha atrás nos planos para abandonar a produção de carros com motores de combustão interna, devido ao ritmo mais lento do que o antecipado do processo de eletrificação. Esta mudança teve impacto até no plano de lançamentos de produtos novos da marca italiana do consórcio Stellantis, que adiou a introdução dos sucessores do Giulia e do Stelvio para também poder produzi-los com sistemas híbridos (HEV) e híbridos Plug-In (PHEV) em vez de só com motorizações elétricas, como tinha programado, originalmente.

 

“A velocidade da transição do motor térmico para o elétrico não é a esperada. Isso obrigou-nos a repensar tudo e a mudança de estratégia. Estávamos a trabalhar só em carros elétricos, mas temos de adaptar-nos ao mercado e, por isso, passámos a pensar, também, em híbridos e híbridos Plug-In. Os nossos programas mantêm-se, sobretudo os desenvolvimentos das gerações novas de Giulia e Stelvio, mas as circunstâncias alteraram-se e reagimos à mudança, o que atrasou estes projetos”, disse-nos Santo Ficili, o homem-forte da Alfa Romeo e da Maserati (em outubro de 2024, sucedeu a Jean-Philippe Imparato na primeira e Davide Grasso na segunda).



A Alfa Romeo, mediaticamente, abandonou a competição automóvel de “primeiro plano” em 2023, depois do ponto final no Mundial de Fórmula 1, após seis épocas de parceria com a Sauber. Ficili garante que o desporto está sempre na agenda da marca, mas existem prioridades mais imediatas. “Estamos comprometidos com o futuro da empresa, mas temos de recuperá-la e prepará-la bem para tudo o que aí vem, para podermos pensar na hipótese de concretizarmos esse sonho”, explicou-nos Ficili durante a conversa que aconteceu após apresentação realizada “online” e que “frustrou” os participantes que esperavam novidades (muito) diferentes das que foram comunicadas.



Parceira tecnológica da equipa Luna Rossa na Taça América 

Nesse encontro, a Alfa Romeo anunciou regresso à competição, sim, mas apenas como parceira tecnológica da equipa Luna Rossa, a representante italiana na 38.ª Taça América, a competição e troféu mais antigos do desporto – a primeira edição aconteceu em 1851 e a 37.ª em 2024, em Barcelona, com a equipa representante da Nova Zelândia a manter o título e os italianos segundos na Taça Louis Vuitton, a competição que apura o adversário do campeão. E a competição realizar-se-á em Nápoles, Itália, nas águas do Mediterrâneo, com os incríveis AC75, barcos introduzidos em 2021. O diretor da equipa é Max Sirena, italiano de 53 anos com diversas participações na Taça América no currículo.

 

A integração da Alfa Romeo no “sindicato” liderado pelo Circolo della Vella Sicilia, o clube náutico que representa a Itália na Taça América, explica-se facilmente, de acordo com os responsáveis do fabricante de automóveis e da equipa Luna Rossa. “Partilhamos o ADN desportivo, a obsessão pelo detalhe e pelas ‘performances, a paixão pela competição e a inovação, e até as cores e as raízes italianas”, explicou Sirena. A participação na Taça América obriga à perseguição da excelência técnica e à superação dos limites, o que pressupõe muitos recursos financeiros, humanos e tecnológicos. É aqui que a marca do “quadrifoglio” (trevo de quatro folhas, numa tradução literal do italiano para o português) ganha mais com esta associação.



“O que procuramos com a parceria? Adquirir mais conhecimentos em áreas como a aerodinâmica, o desenho, a interpretação de dados e os materiais compósitos”, explicou Cristiano Fiorio, diretor do Marketing da Alfa Romeo, que também admitiu a possibilidade de produzir automóveis baseados na associação à Luna Rossa. “O projeto não é ótimo apenas para a promoção da imagem da marca. A relação com desporto posicionado no topo da pirâmide tecnológica da vela cria oportunidades de negócio muito interessantes”, reconheceu, admitindo o lançamento de edições especiais e até o desenvolvimento de carro mais exclusivo para propor em número muito limitado.


 

Para comemorar esta parceria, Max Sirena inscrito na edição deste ano da “corrida mais bonita do Mundo”, as Mille Miglia (Brescia-Roma-Brescia), ao volante de Alfa Romeo 1900 Super Sprint de 1956. “Muda apenas a superfície, com asfalto em vez de mar, mas a adrenalina e as emoções que associamos quer à competição, quer às ‘performances’ são iguais”, concluiu o italiano.

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