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Foto do escritorJosé Caetano

Alpine antecipa hidrogénio na competição automóvel

Atualizado: 15 de mai.

Chama-se Alpenglow Hy4, antecipou-se estudo com o mesmo nome apresentado em Paris-2022 e promove a visão da marca mais desportiva do Grupo Renault para o futuro do desporto automóvel, com a resistência debaixo de olho. Este protótipo de hipercarro tem motor de 4 cilindros (2.0 Turbo, 340 cv), mas a ideia é equipá-lo com um V6 novo até ao final do ano.



A Alpine apresenta-o como protótipo rolante baseado em estudo de 2022 que utiliza como demonstrador da imagem do futuro da marca mais desportiva do Grupo Renault e, também, como laboratório para o desenvolvimento de tecnologias que contribuam a descarbonização do desporto automóvel, objetivo de plano de sustentabilidade que não sacrifica a emoção que associamos tanto à sonoridade dos motores de combustão interna como à velocidade. E, assim, antecipa-se, igualmente, cenário de mudança nos regulamentos técnicos na resistência, disciplina muito exposta aos impactos da corrida às tecnologias da eletrificação.

 

O Alpenglow HY4 que a Alpine apresentou em Spa-Francorchamps, na Bélgica, durante pausa no programa da ronda 3 do Mundial de Resistência (WEC), que tem corrida com 6 horas marcada para amanhã (arranque às 12 horas de Portugal Continental…) é, pois, hipoteticamente, candidato a sucessor do(s) A424 com que a marca francesa compete em categoria que passa por momento muito entusiasmante, como demonstram os 19 hipercarros e os 18 LMGT3 de 14 marcas que aceleram no campeonato de 2024.



No A424 desenvolvido de acordo com o regulamento LMDh, chassis Oreca e tecnologia híbrida que associa mecânica V6 3.4 com sistema de sobrealimentação e montada em posição central a motor elétrico e caixa sequencial de 7 velocidades acionada de forma manual. O pacote tem potência máxima limitada a 500 kW (680 cv) e o hipercarro com 5 m de comprimento e monocoque em fibra de carbono pesa 1030 cv.

 

No Alpenglow HY4, a Alpine instalou mecânica de 4 cilindros 2.0 Turbo alimentada por hidrogénio, mas a marca, em Spa-Fracorchamps, confirmou tratar-se só de unidade de desenvolvimento, por contar apresentar V6 novo concebido internamente até ao final do ano. No protótipo, para aproximação dos automóveis de competição aos de estrada, associação importante para fabricante com diversos desportivos (quase!) na rampa de lançamento – na “pole position”, A290 baseado no Renault 5 E-Tech Electric –, “cockpit” com 2 lugares.



Adotando-se o hidrogénio como combustível, mantém-se o processo de combustão e, assim, o ruído diferenciador dos motores térmicos e a sonoridade expressiva que soma emoção às emoções do automóvel, principalmente no domínio da competição! E, aqui, encontra-se a explicação para o nome de batismo deste protótipo: Alpenglow designa fenómeno ótico comum na região dos Alpes, o “berço” da marca, que lança luz muito brilhante sobre as montanhas antes do nascer do sol. E a Alpine, com este hipercarro, propõe-nos visão do amanhecer num mundo novo!

 

“O motor de combustão interna a hidrogénio tem muito potencial. Estamos a trabalhá-lo como ferramenta fundamental para a descarbonização do desporto automóvel, por sabermos que esta tecnologia tem futuro tanto na Fórmula 1 como nas competições de Resistência”, disse Bruno Famin, diretor da Alpine Motorsports, na apresentação do hipercarro com 5,2 m de comprimento e desenho influenciado pela aerodinâmica.



No “cockpit” do Alpenglow Hy4 (chamar-se-á Hy6 após a introdução do motor V6?!...), que tem acessos facilitados pela cinemática de abertura das portas, duas “bacquets” e o painel de bordo com barra transversal tubular magenta, também a cor selecionada para o botão de arranque, comandos “importados” do A110, o modelo desportivo da Alpine, e volante de competição, além de minimicrofones e minicâmaras laterais para registo de sons e imagens das voltas aos circuitos.


Neste protótipo, três depósitos, todos com 2,1 kg, localizados em casulos laterais e atrás do “cockpit”. O hidrogénio está armazenado sob a forma de gás e alta pressão (700 bar). Um regulador assegura a redução para 200 bar, primeiro, e 40 bar, depois, para permitir a injeção direta na câmara de combustão

O Alpenglow Hy4 baseia-se num chassis LMP3 e o motor 2.0 Turbo atinge um máximo de 7000 rpm e está acoplado a uma caixa sequencial de competição. O desempenho, garante-o a Alpine, é igual ao de mecânica equivalente alimentada a gasolina, com 270 km/h de velocidade máxima. O desenvolvimento obrigou a muito trabalho específico, uma vez que o hidrogénio é injetado sob a forma de gás, o que torna mais difícil criar uma mistura homogénia (a gasolina injeta-se em gotículas). No entanto, o hidrogénio arde numa gama muito mais ampla de concentrações, entre 4% e 76%, e com misturas pobres e ricas, o que implica, por exemplo, um controlo otimizado da temperatura na câmara de combustão.



As duas principais soluções para a propulsão a hidrogénio são a célula de combustível (produz eletricidade para motor elétrico) e o motor de combustão interna alimentado, diretamente, por hidrogénio. A Alpine optou pelo segundo, uma vez que combina uma série de vantagens, nomeadamente a sonoridade, a potência específica, o rendimento excecional em cargas elevadas e a redução das necessidades de arrefecimento, uma vez que o calor é dissipado pelo escape e não pelos radiadores. Os aspetos ambientais também são, naturalmente, favoráveis: as emissões de CO2 são negligenciáveis, não é produzida fuligem, CO ou hidrocarbonetos e os NOx podem reduzir-se muitíssimo.

 

O Automobile Club de l'Ouest, promotor do WEC e das 24 Horas de Le Mans, prepara-se para autorizar a participação de hidrogénio na maratona no Circuito de la Sarthe já a 2027, facto que estimulou a Alpine Racing neste projeto. Provavelmente, na Fórmula 1, até 2031, introdução de motores com a mesma tecnologia!



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