China: funcionários da Tesla sob pressão
- João Isaac
- 21 de abr.
- 2 min de leitura
Descida significativa das vendas no mercado chinês leva funcionários da Tesla a prescindir de folgas e a fazerem horas extra para tentar compensar o mau momento que a marca atravessa.

A Tesla não está a viver a melhor fase da sua presença no mercado chinês. Até ao momento vista como um fabricante inovador e pioneiro naquele que é o país mais evoluído em termos de adoção do automóvel elétrico, a Tesla está agora a atravessar um momento mais delicado no mercado chinês, tendo registado uma descida de 21,8% das suas vendas no primeiro trimestre de 2025 comparativamente ao período homólogo do ano passado. Por oposição, a concorrente local BYD registou uma subida de 18,8% nos primeiros três meses do ano.
Esta situação tem obrigado as equipas de vendas da Tesla a esforços redobrados para a tentar inverter, pois são os comerciais, entre todos os funcionários da marca americana, aqueles que mais pressão estão a sentir. De acordo com o website CarNewsChina, existem relatos de funcionários que prescindiram das suas folgas, estando a trabalhar sete dias por semana, com vários dias de trabalho com doze ou mais horas. Outros referem inclusivamente que os dias em que não era necessário um grande esforço para angariar clientes e garantir encomendas são coisa do passado.
De acordo com alguns dos funcionários das equipas de vendas da Tesla em Pequim, os objetivos de desempenho atualmente em vigor exigem, pelo menos, uma venda por dia, o que, obviamente, se traduz em cerca de trinta automóveis por mês. No entanto, muitos vendedores têm dificuldade em vender três ou quatro veículos por semana, isto apesar de acompanharem continuamente a atividade dos potenciais clientes e promoverem os veículos de forma persuasiva.

O ambiente de trabalho nos concessionários da Tesla não se tem revelado fácil e existem até equipas de vendas que são totalmente substituídas ao fim de apenas um mês e meio de funções. As notícias também não são animadoras para os que pretendem ingressar nas equipas comerciais da Tesla. Segundo avança a notícia do CarNewsChina, os novos funcionários são obrigados a revelar um profundo conhecimento do produto em apenas três dias de formação. Ao quarto dia já lhes é exigido o fecho de contratos de compra ou ficam sujeitos a serem imediatamente dispensados.
Os especialistas do setor justificam as dificuldades sentidas atualmente pela Tesla com a sua gama algo envelhecida e limitada em termos de oferta. A situação agravou-se pelo facto de a marca de Elon Musk não ter conseguido acompanhar a rápida inovação de fabricantes locais como a BYD. O novo Model Y, introduzido no mercado no início deste ano, contribuiu com um pequeno impulso para as vendas, mas ficou longe de conseguir levar a Tesla à sua anterior posição de liderança de mercado.
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