top of page
Logotipo | e-auto

Dakar-2025: Al Rajhi histórico e dois pódios portugueses!

Foto do escritor: Pedro JunceiroPedro Junceiro

O piloto saudita Yazeed Al Rajhi, num Toyota Hilux Evo T1+ da equipa Overdrive Racing, ganhou o Dakar-2025 entre os automóveis. Nas motos, neste rali realizada pela sexta vez consecutiva na Arábia Saudita, triunfo do australiano Daniel Sanders (KTM). Nas classes Challenger e SSV, portugueses no pódio: respetivamente, Gonçalo Guerreiro (segundo classificado) e Alexandre Pinto e Bernardo Oliveira (terceiros).



A batalha pelo triunfo na categoria principal do Dakar, Ultimate, durou até aos metros finais, mas o saudita Yazeed Al Rajhi conseguiu mesmo obter a primeira vitória à geral neste rali realizado pelo sexto consecutivo na Arábia Saudita. E fez-se história, pois é o primeiro saudita a vencer esta competição, a mais importante do todo-o-terreno, após protagonizar luta intensa com o sul-africano Henk Lategan, também num protótipo Toyota Hilux T1+, mas da equipa oficial da marca nipónica.

 

Nos automóveis, o piloto sul-africano Lategan esteve no frente entre as etapas 2 e 8, mas meia dúzia de azares e outros tantos erros permitiram que o saudita Al Rajhi ganhasse esta edição 47 do Dakar, o rali mais duro do mundo.

 

Na etapa final (12), que teve apenas 61 km ao cronómetro, Lategan ainda forçou o ritmo num “tudo por tudo”, mas o esforço revelou-se insuficiente, já que terminou a "especial" ganha pelo brasileiro Lucas Moraes (Toyota Gazoo Racing) a 3.57 m de Al Rajhi.



Este ano, nota especial para o número de vencedores diferentes na categoria principal, com Henk Lategan, Seth Quintero, Rokas Baciuska, Saood Variawa, Yazeed Al Rajhi, Guillaume de Mévius, Lucas Moraes, Nasser Al-Attiyah, Nani Roma e Mattias Ekström a vencerem etapas, num total de 10 pilotos. Só Lategan, Moraes e Quintero venceram mais "especiais" (duas). Nas marcas, quatro construtores com primeiros lugares: Toyota (nove), Ford (2), Dacia (1) e Mini (1).



Ferreira no melhor dos Mini 

Integrada na estrutura da X-Raid Mini, a dupla portuguesa João Ferreira/Filipe Palmeiro realizou uma prova de grande nível, conseguindo mesmo a proeza de ter sido a melhor representante da equipa. Ferreira terminou a prova num honroso oitavo lugar, tendo sido, nas 12 etapas (13, contando-se com o Prólogo), um nome regular no “top-10” diário.

 

Na sexta etapa, chegou mesmo a estar perto do triunfo, mas parceiro de equipa, o belga Guillaume de Mévius, conseguiu superá-lo, demorando menos 1.34 m a cumprir os 605 km cronometrados de "especial" que teve 829 km de extensão (Hail-Al Duwadimi).



Portugueses no pódio 

Na classe Challenger, o argentino Nicolas Cavigliasso (Team BBR) garantiu a segunda vitória pessoal no rali (antes, o piloto sul-americano havia ganho num Quad), após demonstração de consistência notável, como demonstra o facto de ter acabado as 12 etapas no "top-6" , ou de manter a liderança da prova de "fio a pavio".


A dupla Gonçalo Guerreiro/Cadu Sachs, num Taurus T3 Max (Red Bull Off-Road Jr. Team) terminou em segundo lugar, superando-a só a equipa argentina Nicolas Cavigliasso/Valentina Pertegarini, também num Taurus T3 Max (Team BBR)

 

O argentino, como adversário mais próximo, teve um piloto português, Gonçalo Guerreiro, que contou com a navegação do brasileiro Cadu Sachs, com esta dupla a manter-se sempre a uma distância que permitisse capitalizar quaisquer azares ou erros do comandante. Porém, tal não aconteceu e a dupla luso-brasileiro acabou o Dakar num ótimo segundo lugar, resultado notável que exalta as capacidades da equipa em provas com este nível extremo de dificuldade.



A dupla Mário e Rui Franco (Francosport), num Yamaha YZX 1000R preparado pela X-raid, terminou em 15.º, registo que sublinha uma prestação consistente, mas que também não evitou as dificuldades próprias de competição tão exigente.


Entre os SSV, Alexandre Pinto e Bernardo Oliveira, num Can-Am Maverick XRS Turbo RR preparado pela BRP, conseguiu o terceiro lugar, assegurando o segundo pódio português neste Rali Dakar

Outros portugueses no pódio desta edição do Dakar, mas na classe SSV, foram Alexandre Pinto e Bernardo Oliveira, da equipa Old Friends Rally Team, que terminaram na terceira posição, com uma prestação muito segura que acabou recompensada na parte final do rali, aproveitando os problemas com que o piloto francês Xavier de Soultrait (Polaris RZR Pro R Sport da Sébastien Loeb Racing) foi confrontado na penúltima "especial" da competição.



Esra classe foi dominada pelo “rookie” norte-americano Brock Heger, também da Sébastien Loeb Racing, que conquistou a vitória à primeira participação na prova. No final, o reflexo do seu domínio expressa-se na vantagem para o segundo classificado, o chileno Francisco “Chaleco” López, que excedeu as duas horas!

 

A dupla João Monteiro/Nuno Dias (South Racing Can-Am) terminou no sétimo lugar, conseguindo, também, um muito bom resultado numa prova em que foi ganhando ritmo de forma consistente (prova-o, por exemplo, a terceira posição nesta 12.ª etapa).



Sanders vitorioso nas motos 

Nas motos, o australiano Daniel Sanders (KTM) teve uma prestação quase irrepreensível, apresentando sempre velocidade suficiente para manter toda a concorrência à distância. No final, o piloto tornou-se apenas no segundo australiano a vencer esta categoria, repetindo a proeza assinada pelo compatriota Toby Price em 2016 e 2019.


Para a KTM, com a vitória do australiano Daniel Sanders, na 450 Rally Factory, 20.º sucesso entre as motos no Rali Dakar

 

Para a KTM, este é o 20.º sucesso na prova, resultado que coincide com momento menos bom da marca austríaca. Devido aos problemas financeiros muito graves, que colocam até um ponto de interrogação no que respeita à manutenção do envolvimento na competição, o futuro é uma incógnita.



O espanhol Tosha Schareina (Honda) foi segundo, colocando a bandeira do país vizinho num pódio "motard" do Dakar pela primeira vez desde 2017, ano em que Gerrard Farres conseguiu a terceira posição. À quarta participação no Dakar, Schareina demonstrou rapidez e terminou a 8.50 m de Sanders. Adrien Van Beveren (Honda) garantiu o lugar mais baixo do pódio, tornando-se, assim, no primeiro francês num "top-3" em duas edições consecutivas desde os tempos de Cyril Despres, o vencedor de 2012 e 2013.


A etapa final foi ganha pelo sul-africano Michael Docherty (BAS World KTM Racing Team), que foi apenas três segundos mais rápido do que Van Beveren.



Rui Gonçalves (Sherco) teve um Dakar em crescendo e terminou em 11.º, chegando mesmo a fazer um segundo lugar numa das etapas. Se nas duas provas anteriores não tinha conseguido terminar, esta classificação entra para o palmarés desportivo do português, desde logo por representar o melhor resultado pessoal no Dakar. Na última etapa, nono.


Rui Gonçalves (Sherco 450 SEF Rally) protagonizou um Rali Dakar em crescendo, terminando a prova em 11.º. É o melhor resultado do piloto português nesta competição

 

Apenas na sua segunda participação no Dakar, Bruno Santos (Husqvarna) voltou a concretizar o objetivo principal e terminou a prova. Fê-lo em 45.º, muito penalizado por dia mau na quarta "especial" do rali. Na 12.ª e última, registou o 32.º tempo.


Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page