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Morreu Eddie Jordan

Irreverente, frontal e muito apaixonado pelo automobilismo. Assim era Eddie Jordan, irlandês que ganhou fama na Fórmula 1 com a criação, em 1991, da equipa Jordan Grand Prix, que seria uma das escuderias mais reputadas da década de 1990. Morreu aos 76 anos, vítima de doença prolongada.



Eddie Jordan, nome carismático da Fórmula 1, faleceu aos 76 anos, após uma dura “batalha” contra cancros diagnosticados na próstata e na bexiga.

 

O seu nome fica intimamente ligado ao desporto motorizado, tendo sido uma das suas grandes paixões ao longo da sua vida – tendo cumprido “papéis” de piloto, diretor de equipa e de comentador televisivo.

 

Nascido em Dublin, Eddie Jordan iniciou-se no automobilismo ainda jovem, tendo vencido o Campeonato Irlandês de Karting, em 1971, seguindo depois um percurso que o levou à Fórmula Ford, Fórmula 3 e Fórmula Atlantic, antes de mudar radicalmente a sua carreira. Em 1979, fundou a Eddie Jordan Racing para categorias inferiores, incluindo a Fórmula 3 Europeia, na qual teve na sua equipa Martin Brundle, que viria a ser piloto de Fórmula 1.


Mais tarde, criou uma equipa de Fórmula 3000, então antecâmara da Fórmula 1, na qual contou com pilotos como Johnny Herbert, Martin Donnelly ou Jean Alesi, os quais também chegaram à Fórmula 1 como pilotos, no caso de Herbert com três triunfos.



Em 1991, deu o passo decisivo de entrar na Fórmula 1, com a Jordan Grand Prix a nascer então como uma formação ainda novata e inexperiente, mas com o 191, desenhado por Gary Anderson, a revelar-se uma surpresa positiva, ombreando com as equipas já estabelecidas na modalidade. Foi também nesse ano que Jordan permitiu a Michael Schumacher a sua estreia na Fórmula 1, depois de Bertrand Gachot, então piloto titular da equipa, ter sido preso após uma altercação com um taxista.

 

Entusiasmado com a velocidade de Schumacher num teste em Silverstone, Eddie Jordan deu-lhe o lugar no GP da Bélgica e esperava firmar um contrato que o mantivesse na equipa para os anos seguintes, mas o alemão viria a ser “roubado” pela Benetton, logo na prova seguinte, em Itália. O seu irmão mais novo, Ralf, também viria a estrear-se na Fórmula 1 com a Jordan, em 1997.

 

Embora nem sempre com os orçamentos mais recheados, Jordan manteve a sua equipa como uma das mais carismáticas da modalidade, muitas vezes com decorações chamativas e ações promocionais também arrojadas, conseguindo assim transformar a Jordan Grand Prix numa formação acostumada aos lugares da frente das corridas.


Em 1998, no GP da Bélgica, disputado sob chuva copiosa, a Jordan obteve o seu primeiro triunfo na modalidade, com Damon Hill

 

Ao longo dos anos de presença na Fórmula 1, chegou a dispor de parcerias com fornecedores de motores como a Hart, Yamaha, Peugeot, Mugen-Honda, Ford e Toyota. Em 1998, no GP da Bélgica, disputado sob chuva copiosa, a Jordan obteve o seu primeiro triunfo na modalidade, com Damon Hill a terminar à frente de Ralf Schumacher, mas o melhor ano da equipa irlandesa foi em 1999, quando Heinz-Harald Frentzen venceu duas corridas e terminou o Campeonato de Pilotos em terceiro lugar, o mesmo que a equipa no Campeonato de Construtores.



Passar em revista o legado da Jordan Grand Prix é também abordar a carreira de vários pilotos que vestiram as suas cores: além dos já referidos irmãos Schumacher, passaram pela Jordan nomes como Alex Zanardi, Rubens Barrichello, Martin Brundle, Eddie Irvine, Damon Hill, Jarno Trulli, Jean Alesi ou Tiago Monteiro, com o piloto português a conceder à Jordan um último pódio, no GP dos Estados Unidos, em 2005, famoso por apenas ter contado com seis monolugares à partida. Porém, a equipa já não pertencia a Eddie Jordan, que a havia vendido no início dessa temporada, embora a denominação tivesse sido mantida para 2005.

 

Posteriormente, Eddie Jordan adotou cargos como comentador desportivo da modalidade, criando recentemente um “podcast” com o ex-piloto David Coulthard (“Formula for Success”). No final de 2024, revelou que estava a lutar contra uma forma bastante agressiva de cancro da próstata, com a família a revelar que Jordan “faleceu pacificamente com a família ao seu lado na Cidade do Cabo [NDR: África do Sul] às primeiras horas do dia 20 de março de 2025”.



Tributos sucedem-se 

Após a notícia da morte de Eddie Jordan, várias figuras de renome do automobilismo vieram prestar o seu tributo ao irlandês, como foi o caso de Stefano Domenicali, responsável máximo da Fórmula 1, que recordou o papel de Eddie Jordan “como um protagonista de uma era da Fórmula 1 e a sua falta será bastante sentida”.



Brundle prestou homenagem a Eddie Jordan partilhando um vídeo de outra das paixões do irlandês, que era a música. “Descansa em paz, meu amigo. Condolências para todos os membros da tua amável família. Que personalidade. Que estrela de rock. Que competidor. Tantos pilotos devem-te tanto, deste-nos as melhores oportunidades e acreditaste em nós”, escreveu na rede social X (antigo Twitter).



Giancarlo Minardi, fundador também de uma ex-equipa de Fórmula 1, escreveu nas redes sociais que “foi com grande pesar que recebi a notícia do falecimento do Eddie, um adversário nas pistas, mas sobretudo um grande amigo com quem partilhei tantas gargalhadas”.

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