Ferrari reserva pódio no arranque do WEC
- José Caetano
- 1 de mar.
- 3 min de leitura
Três 499P nos três primeiros lugares dos 1812 km do Catar, ronda 1 do Mundial de Resistência de 2025, com o número 50 a impor-se ao 83 e ao 51 numa corrida que terminou após 10 horas e antes de cumprida a distância programada, cumprindo-se, assim, os regulamentos da prova. Em LMGT3, primeira posição para o Corvette Z06 LMGT3.R (33) da TF Sport, à frente do McLaren 720S LMGT3 Evo (59) da United Autosports e do BMW M4 LMGT3 (31) do Team WRT. Bernardo Sousa abandonou.
Os resultados do Prólogo que antecederam o arranque do Mundial de Resistência (WEC) confirmaram o ótimo momento de forma dos três hipercarros da Ferrari e a qualificação para primeira da temporada 13 do campeonato – 1812 km do Catar – reconfirmaram-no, com o 499 número 51 na “pole”, após volta-canhão do italiano Antonio Giovinazzi, mas ninguém antecipou o que sucedeu no fim das 10 horas de corrida – o tempo-limite esgotou-se antes de cumprida a distância planeada e, por isso, completaram-se apenas 318 voltas (ou 1722,924 km…) a Lusail, circuito com 5,418 km.
Numa corrida com 16 mudanças de comandante na categoria de topo Hypercar (e a Cadillac, com os V-Series.R números 12 e 38, e a Toyota, com o GR010-Hybrid 8, também ocuparam a primeira posição, ainda que apenas temporariamente…) e 26 entre os LMGT3, com carros de cinco marcas a passarem pela liderança (McLaren, Lexus, BMW, Ford e Corvette!), Ferrari e AF Corse arrasaram toda a concorrência e “reservaram” o pódio, com o 499 número 50, o vencedor das 24 Horas de Le Mans em 2024, a vencer, à frente do 83 e do 51 (o segundo e o terceiros classificados da “maratona” terminaram, respetivamente, a 2,348 s e 2,677 s).

Os 1812 km do Catar tiveram, obviamente, muitas histórias (acidentes, incidentes, penalizações, bandeiras amarelas, intervenções dos Safety Cars físicos e virtuais, etc.), mas os 499P estiveram quase sempre no controlo das operações… Primeiro, comandou o 51, depois liderou o 83, aproveitando abalroamento do 50 pelo BMW M Hybrid V8 número 15 do Team WRT, e, finalmente, durante paragem nas boxes, o 50, com Antonio Fuoco, superou o 83 pilotado por Robert Kubica e “acelerou” para a vitória!
“Preparámo-nos muito bem para esta corrida."
“Preparámo-nos muito bem para esta corrida. Tivemos muitos altos e baixos, mas conseguimos impor-nos no final, mesmo encontrando-se obrigados a uma gestão rigorosa da degradação dos pneus e, consequentemente, do ritmo. Este resultado, para a equipa, é histórico e a ambição é repeti-lo já na próxima ronda do Mundial”, disse Antonio Fuoco. A Ferrari, no Catar, comemorou resultado que não conseguia desde a edição de 1967 das 24 Horas de Daytona!...
A Toyota, campeã de construtores em título, não conseguiu mais do que a quinta e a sexta posições com os GR010-Hybrid, com 8 a acabar à frente do 7, e a Porsche, que ganhou o campeonato de pilotos em 2024 e, no ano passado, venceu a edição de estreia dos 1812 km do Catar, somou apenas 1 ponto nesta corrida, com o 10.º lugar do 963 número 5. E BMW, Cadillac e Peugeot também colocaram hipercarros no “top-10” (a primeira, com os M Hybrid V8, foi quarta e sétima; a segunda, com o V-Series.R mais rápido, terminou na oitava posição e, a terceira, com o melhor dos 9X8, acabou na nona, a 1.29,683 m dos vencedores). E somente os primeiros nove classificados completaram 318 voltas.
Na estreia no WEC, com o Valkyrie e o Thor Team, a Aston Martin registou… dados. O 007 abandonou pouco depois de cumpridas 6 horas de corrida, na volta 181, e o 009 terminou a corrida na última posição entre os hipercarros (17.ª), a 23 voltas da equipa vencedora. E, assim, considerando o (mau) arranque, a ambição assumida de vencer Le Mans já este ano apresenta-se-nos como missão impossível.

Luta até à bandeira de xadrez em LMGT3
Em LMGT3, corrida ainda mais excitante, com o Corvette Z06 LMGT3.R número 33 da TF Sport a impor-se ao McLaren 720S LMGT3 Evo 59 da equipa United Autsports com a bandeira de xadrez à vista, sob a linha da meta, por 0,493 s, após 10 horas e 287 voltas de muita ação em Lusail. Na terceira posição, mas a uma volta dos dois primeiros, classificou-se o BMW M4 LMT3 do Team WRT.
O representante português no WEC, Bernardo Sousa, após o infortúnio no Prólogo que impediu a preparação para a estreia no Mundial (princípio de incêndio no Ford Mustang LMTG3 na primeira sessão do programa!), protagonizou outro incidente… Durante a volta 148, quando estavam cumpridas pouco mais de 5h21 de corrida, o carro da alemã Proton Competition, com o madeirense ao volante, teve de “sair de cena”, também devido a fogo que as equipas de socorro extinguiram rapidamente.
A ronda 2 da edição de 2025 do WEC (6 Horas de Imola) realiza-se a 20 de abril.
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