As negociações para uma potencial fusão entre a Nissan e a Honda deverão ter chegado a um ponto final, de acordo com o órgão de comunicação Nikkei, que aponta fatores inconciliáveis por parte das duas marcas. A hipótese de criação do terceiro maior construtor a nível mundial, que resultaria desta fusão, deverá assim cair por terra.

As negociações para a hipotética fusão entre a Nissan e a Honda deverá ter chegado a beco sem saída. De acordo com o jornal nipónico Nikkei, a Nissan deverá abandonar as conversações com a Honda tendo em vista a criação daquele que seria o terceiro maior construtor de automóveis a nível mundial.
Atravessando sérias dificuldades financeiras, devido ao decréscimo das vendas em mercados como o chinês e o americano, a Nissan tem procurado investidores que lhe permitam subsistir num ambiente cada vez mais concorrencial e no qual os custos de desenvolvimento de tecnologias – de eletrificação e de “software” – tem vindo a aumentar de forma substancial.
No final do ano passado, a Nissan e a Honda confirmaram a existência de negociações com vista a uma potencial fusão, cujos termos e sinergias seriam discutidos ao longo dos meses seguintes, mas o Nikkei refere fatores inconciliáveis entre os dois fabricantes, citando duas fontes próximas das negociações, mas que não se quiseram identificar.
Uma dessas fontes indicou que a Honda estaria a tentar que a Nissan fosse uma subsidiária, afastando-se assim do plano inicial de partilha de esforços.
Nenhuma das marcas confirmou o fim das conversações para o plano de fusão, indicando cada uma, de forma individual, que esperam finalizar um plano a seguir até meados de fevereiro.

Porém, o eventual cancelamento da fusão não deverá afetar outro acordo feito pelas duas marcas, também no ano passado, para o desenvolvimento comum de sistemas motrizes e de tecnologias, o qual incluirá também a Mitsubishi. Este plano previa um aumento de sinergias que permitisse torná-las mais eficientes em termos de custos de desenvolvimento de modelos de nova geração.
A confirmar-se o fim das conversações, a Nissan poderá voltar a ficar em situação delicada e em busca de investidores, mantendo-se ainda o plano de cerca de 9000 despedimentos, redução de salários e revisão dos métodos de desenvolvimento e de produção a nível global.
Note-se ainda que a Mitsubishi, que inicialmente também estava a considerar a sua inclusão na fusão, teria decidido manter-se à margem após uma análise cuidada dos planos de fusão.
Em bolsa, após a notícia do jornal Nikkei, as ações da Nissan caíram mais de 4%, obrigando à suspensão das transações, enquanto as da Honda subiram mais de 8%, assinalando assim também uma diferença nas perceções por parte dos investidores
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