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Foto do escritorPedro Junceiro

Honda e Nissan avançam para fusão

A Honda e a Nissan confirmaram as suas intenções de formalizarem uma fusão até 2026, visando a criação de uma mega-grupo automóvel que permitirá a ambas as companhias enfrentarem melhor os desafios da indústria em termos de tecnologia e de “software”, mas também tendo em conta a concorrência das marcas chinesas.



Está à vista o terceiro maior grupo automóvel do mundo. A Honda e a Nissan confirmaram que as marcas estão em conversações para uma fusão, a qual deverá estar finalizada em 2026. Além disso, a Mitsubishi, da qual a Nissan detém 24%, está a ponderar também juntar-se a esta fusão, esperando-se uma decisão do fabricante dos “três diamantes” até ao final de janeiro.


À vista terceiro maior grupo automóvel do mundo.

 

Com a Nissan em dificuldades financeiras – tendo anunciado recentemente um programa de reestruturação que passava por cortes salariais, revisão da gama e despedimento de 9500 funcionários –, o processo de fusão com a Honda permitirá criar um mega-grupo automóvel, o terceiro maior do mundo, apenas atrás do grupos Toyota e Volkswagen.


Até ao momento, a assinatura do memorando de entendimento para a fusão permitirá avançar com as conversações de forma mais direta entre os dois fabricantes (potencialmente, três), antevendo-se agora um processo que permitirá incrementar a competitividade dos dois fabricantes em termos de operações e desenvolvimento de veículos e de tecnologias (sobretudo, na área da mobilidade autónoma). As duas companhias já haviam, aliás, assinado acordos de entendimento neste sentido em 2024, mas agora o passo para a fusão permitirá integrar operações de forma mais direta.



“Se a integração empresarial puder ser concretizada, ambas as empresas podem ter como objetivo integrar os respetivos recursos de gestão, tais como conhecimentos, recursos humanos e tecnologias; criar sinergias mais profundas; aumentar a capacidade de resposta às alterações do mercado; e esperar melhorar o valor empresarial a médio e longo prazo”, lê-se em comunicado conjunto emitido pela Honda e pela Nissan.

 

Adicionalmente, as duas marcas ambicionam contribuir para o estabelecimento do Japão como uma das forças da mobilidade elétrica, referindo-se à fusão com o potencial de criar uma “empresa líder em mobilidade global”, integrando os negócios de veículos de quatro rodas da Nissan e da Honda e os negócios de motociclos e produtos elétricos da Honda, permitindo a oferta de modelos mais “atrativos e inovadores”, a clientes de todo o mundo.

 

Abordando este acordo, o Presidente e Diretor Executivo Representante da Nissan, Makoto Uchida, afirmou que o “dia de hoje marca um momento crucial, pois iniciámos discussões sobre a integração empresarial que tem o potencial de moldar o nosso futuro. Se for concretizada, acredito que, ao unirmos os pontos fortes de ambas as empresas, poderemos oferecer um valor inigualável aos clientes de todo o mundo que apreciam as nossas respetivas marcas”.



Também o Diretor e Representante Executivo da Honda, Toshihiro Mibe, afirmou que a “criação de um novo valor de mobilidade, reunindo os recursos, incluindo conhecimentos, talentos e tecnologias que a Honda e a Nissan têm vindo a desenvolver ao longo dos anos, é essencial para ultrapassar as desafiantes mudanças ambientais que a indústria automóvel está a enfrentar. A Honda e a Nissan são duas empresas com pontos fortes distintos. Ainda estamos na fase de iniciar a nossa análise e ainda não decidimos sobre uma integração empresarial, mas para encontrar uma direção para a possibilidade de integração empresarial até ao final de janeiro de 2025, esforçamo-nos por ser a única empresa líder que cria um novo valor de mobilidade através de uma reação química que só pode ser conduzida através da síntese das duas equipas”.

 

Com base nas discussões a ter ao longo dos próximos meses, a Honda e a Nissan poderão vir a criar uma empresa de nível mundial, com vendas acumuladas acima dos 30 triliões de ienes e lucro operacional superior a 3 triliões de ienes.



Padronizar gamas 

Ao padronizar as plataformas de veículos de ambas as empresas em vários segmentos de produtos, a Honda e a Nissan esperam criar produtos mais fortes, reduzir custos, aumentar a eficiência do desenvolvimento e melhorar a eficiência do investimento através de processos de produção unificados.


Prevê-se que a integração aumente as vendas e os volumes operacionais, permitindo às empresas reduzir os custos de desenvolvimento por veículo, incluindo para futuros serviços digitais, maximizando simultaneamente os lucros. Essa unificação de desenvolvimento de modelos irá abranger diferentes tecnologias de motorização, incluindo modelos de combustão interna (ICE), híbridos (HEV), híbridos “plug-in” (PHEV) e 100% elétricos (EV).



Efetivar a fusão até agosto de 2026 

A Nissan e a Honda planeiam estabelecer, através de uma transferência conjunta de ações, uma empresa conjunta que será a “empresa-mãe” de ambas. Esta operação estará sujeita à aprovação da assembleia geral de acionistas de cada empresa (em abril de 2026) e à obtenção das aprovações necessárias das autoridades relevantes para esta integração empresarial, com base na premissa de que as acções de recuperação da Nissan são executadas de forma constante. Tanto a Nissan como a Honda serão subsidiárias detidas a 100% pela holding conjunta.

 

As duas empresas planeiam continuar a coexistir e a desenvolver as marcas detidas pela Honda e pela Nissan em partes iguais.

Está previsto que as ações da recém-criada sociedade gestora de participações sociais conjunta em apreço sejam admitidas à cotação (cotação técnica) na Bolsa de Valores de Tóquio, a partir de agosto de 2026.


Relativamente à estrutura organizacional da sociedade comum e de ambas as empresas que se tornarão filiais a 100 % da sociedade comum após a integração das atividades, será preciso esperar por meados de 2025.

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