A Honda detalhou os avanços efetuados ao nível das suas tecnologias híbridas, com duas soluções e:HEV mais evoluídas com vista à eficiência e à diversão de condução. A marca também anunciou os passos seguintes em matéria de plataforma e de redução de custos do desenvolvimento destas tecnologias eletrificadas.
A Honda estabeleceu o objetivo de vender apenas automóveis elétricos a bateria e a célula de combustível a nível global até 2040, apontando a popularização dessa tecnologia na segunda metade da década de 2020.
Porém, a Honda reconhece que os híbridos continuam a ter grande procura, pelo que continua a desenvolver soluções deste género para aplicação nos seus automóveis globais com tecnologia e:HEV, composta por um sistema híbrido de dois motores, procurando assim oferecer eficiência bastante elevada e prestações emocionantes.
A Honda mantém o seu objetivo global anual de vendas de veículos híbridos-elétricos de 1.3 milhões de unidades até 2030.
Ao melhorar a eficiência da produção e ao procurar reduzir os custos, a Honda pretende assegurar elevada rentabilidade e crescimento do seu negócio de veículos híbridos, que continuará a desempenhar um papel fundamental de apoio ao futuro negócio de 100% elétricos. Neste sentido, a Honda anunciou que mantém o seu objetivo global anual de vendas de veículos híbridos-elétricos de 1.3 milhões de unidades até 2030.
Evolução dos e:HEV
A evolução da tecnologia e:HEV permite elevar a eficiência de condução em diferentes situações de condução com base nos três modos já conhecidos: 1) o EV Drive, no qual o veículo recorre apenas ao motor elétrico e à bateria elétrica; 2) o Hybrid Drive, no qual o veículo recorre ao motor utilizando apenas eletricidade gerada pelo motor térmico; e, por fim, 3) o Engine Drive, no qual o motor térmico é diretamente conectado às rodas por um mecanismo de engrenagem.
Para a próxima geração da tecnologia e:HEV, os componentes como o motor e a unidade de controlo serão renovados para o sistema mais compacto (com o motor 1.5 a gasolina) e para o sistema médio (com motor 2.0 a gasolina). Os novos motores 1.5 e 2.0 a gasolina de ciclo Atkinson e injeção direta, são concebidos para tração dianteira e estão a ser combinados com a próxima plataforma de dimensões médias atualmente em desenvolvimento.
A Honda pretende melhorar a eficiência de combustível dos futuros modelos e:HEV em mais de 10% comparativamente com a primeira geração dos híbridos.
Tendo em vista o cumprimento das futuras regulamentações ambientais em todo o mundo, os novos motores foram concebidos para obter uma relação ar/combustível teórica sem comprometer a potência em todas as situações de condução, desde a condução quotidiana até situações em que é necessária uma aceleração forte, como a entrada numa via rápida, visando potência e economia de combustível.
O novo motor 1.5 terá uma melhoria significativamente na economia de combustível ao incrementar em mais de 40% a faixa de rotações na qual o bloco poderá oferecer eficiência em equilíbrio com o binário do motor, comparativamente com o atual 1.5 dos sistemas e:HEV. A nova unidade dianteira será mais compacta e terá custos mais reduzidos, ajudando à sua expansão para outros modelos. A performance dos motores elétrico e térmico em cada modo de condução será mais eficiente, com a marca a prever que a eficiência de combustão de ambos os sistemas, tanto no caso do 1.5, como do 2.0, serão referenciais.
Novos sistemas e plataforma
A marca anunciou ainda a introdução do sistema “S+ Shift”, que permite modular as rotações do motor térmico para simular passagens de caixa nos modelos híbridos, como numa caixa automática convencional, com a sua estreia prevista para o Prelude de 2026. Adicionalmente, os modelos híbridos poderão também contar com tecnologia de tração integral eletrificada (E-AWD), com distribuição do binário entre os dois eixos com base nas mudanças de aderência durante a aceleração, desaceleração e curvas.
A Honda quer também tornar as plataformas mais leves e eficientes, estando a trabalhar numa plataforma de dimensão média para os futuros modelos híbridos e elétricos. A marca está focada no aumento da rigidez estrutural e na ligeireza (menos 10% no peso global do veículo em comparação com os atuais Honda e:HEV), assim permitindo melhorar a eficiência e o comportamento dinâmico.
Sem detalhar muito profundamente os seus avanços, a Honda anuncia uma “experiência de condução desportiva (…) através da adoção de um novo índice de estabilidade da direção, que proporciona a capacidade de fletir a carroçaria do veículo para controlar a carga em cada pneu durante as curvas”.
A plataforma terá um peso reduzido em cerca de 90 kg
A plataforma terá um peso reduzido em cerca de 90 kg em comparação com a plataforma dos atuais modelos e:HEV, através da adoção de um novo método de design e de uma nova carroçaria leve. Embora com base no conceito de arquitetura modular, a Honda visa atingir um rácio de semelhança de mais de 60% entre todos os modelos que adotarem esta plataforma de tamanho médio da próxima geração, com vista a maior eficiência.
Melhorar a rentabilidade
A Honda tem procurado reduzir o custo dos seus veículos híbridos, principalmente no que se refere aos componentes principais, como baterias, unidades de controlo de potência e motores, através de medidas como a melhoria da eficiência da produção através de desenvolvimento cooperativo com fornecedores e o estabelecimento de um sistema e capacidade de produção local, bem como a uniformização de peças em diferentes modelos.
Como resultado, o custo dos sistemas híbridos foi reduzido drasticamente. Por exemplo, a versão atual do Accord híbrido norte-americano conseguiu uma redução de custos de 25% em comparação com o Accord híbrido que foi colocado à venda em 2018, contribuindo significativamente para uma maior rentabilidade.
Para a próxima geração dos e:HEV, a Honda pretende reduzir o custo de cada modelo híbrido até 50%, comparando o modelo a ser lançado em 2027 e o mesmo modelo lançado em 2018, respetivamente.
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