top of page
Logotipo | e-auto

Ivan Domingues no Mundial de Fórmula 3

Foto do escritor: José CaetanoJosé Caetano

Atualizado: 18 de jan.

Há piloto português na “rota” da Fórmula 1. Chama-se Ivan Domingues, tem só 18 anos e, em 2025, competirá no Mundial de Fórmula 3, com a Van Amersfoort Racing, equipa neerlandesa que conseguiu quatro pódios no campeonato de 2024, todos com o mexicano Noel Léon. A temporada começa a 15 e 16 de março, em Melbourne, Austrália, terminando a 6 e 7 de setembro, em Monza, Itália. No calendário, 10 fins de semana e 20 corridas.



A 22 de outubro de 2006, no Grande Prémio do Brasil, no circuito de Interlagos, em São Paulo, Tiago Monteiro despediu-se da Fórmula 1 e Portugal nunca mais voltou a contar com representante na categoria mais importante da competição automóvel. Antes, tivera só Nicha Cabral, Pedro Matos Chaves e Pedro Lamy. E o portuense foi o mais bem-sucedido, com 37 grandes prémios e um pódio em duas temporadas – terceiro em Indianápolis, EUA, num Jordan-Toyota, no Mundial de 2005, vencendo-o apenas os Ferrari de Michael Schumacher e Rubens Barrichello numa corrida com seis monolugares, todos equipados com pneus Brigdestone, devido ao abandono dos que tinham compostos da Michelin).


Tiago Monteiro despediu-se da Fórmula 1 em 2006 e Portugal nunca mais voltou a contar com um piloto na categoria de topo da competição automóvel

Depois de Monteiro, apenas António Félix da Costa, que competiu no GP3 de 2012, acabando-o na terceira posição, esteve com “pé e meio” na Fórmula 1, mas nem a terceira posição na Fórmula Renault 3.5 de 2013, nem as vitórias em Macau, em 2012 e 2016, num grande prémio que admite apenas os “melhores entre os melhores” na F3, garantiram ao piloto de Cascais o “bilhete” para o Mundial… Em 2014, a Red Bull, formação com que o português tinha contrato, entregou a vaga na formação-satélite Toro Rosso (a antecessora da RB) ao russo Daniil Kvyat. Nessa temporada, recorda-se, o Grande Prémio da Rússia estreou-se no mapa da competição (Sochi)…



Monolugar novo em 2025 

As estatísticas da Fórmula 1 são taxativas no que respeita ao currículo (pequeno) do nosso País na disciplina: apenas quatro pilotos e 73 grandes prémios (na história do Mundial criado em 1950, organizaram-se 1125, incluindo 18 no nosso País, entre Boavista, Monsanto, Estoril e Portimão). Combinados, Cabral, Chaves, Lamy e Monteiro “valem”, em corridas, um pódio, oito pontos, 3554 voltas e 17.321 km! Mas, há nome novo na rampa de lançamento para a categoria. Chama-se Ivan Domingues, tem apenas 18 anos e, em 2025, tem participação assegurada no Mundial de Fórmula 3, campeonato que sucedeu ao GP3 em 2019, num Dallara com motor Mecachrome V6 da neerlandesa Van Amersfoort Racing, precisamente a escuderia que o piloto natural de Leiria representou em 2023 (Fórmula 4) e 2024 (Fórmula Regional Europa). No ano passado, 10.º na segunda competição, com dois pódios em 20 corridas.



Domingues aborda a promoção à Fórmula 3, categoria que é “antecâmara" da Fórmula 1, também por integrar os programas de 10 grandes prémios do Mundial, com determinação. “A ambição é competir com a nossa bandeira na disciplina máxima do desporto automóvel. Agradeço à VAR o apoio e o voto de confiança. Darei o melhor para corresponder a todas as expetativas da equipa. Espera-me um desafio grande, sim, que representa, também, uma oportunidade para agarrar com força, com a ambição de ‘abrir as portas’ da Fórmula 2, primeiro, e da Fórmula 1, depois”. 



Brad Joyce, da equipa neerlandesa VAR, deposita muito confiança no português. “Estamos empolgados por recebê-lo. O Ivan faz parte da nossa família, conseguiu ótimos resultados nas categorias em que competiu, é ambicioso e determinado. Representa uma mais-valia para esta equipa”, diz. Domingues estreará o monolugar novo nos testes oficiais marcados para Barcelona (19 a 21 de fevereiro). “O monolugar de 2025 é muito diferente do de 2024. As mudanças mais importantes estão nos pneus e no pacote aerodinâmico. Espera-se que aumentem as oportunidades de ultrapassagens, um pouco à imagem do que se pretende para a Fórmula 1”, antevê o piloto. “Até lá, manter-me-ei focado na preparação, com treinos bidiários físicos e no simulador, de modo a apresentar-me em forma no arranque da época”, conclui o piloto que iniciou a carreira desportiva aos 8 anos de idade, no karting – venceu a Taça de Portugal e foi vice-campeão nacional em 2017, 2018 e 2019. Aos 14, para "acelerar" a formação, mudança para Itália e estreia nos monolugares, na Fórmula 4.



Sete ex-Fórmula 3 no Mundial de Fórmula 1 

A Fórmula 3 arranca em março, no Grande Prémio da Austrália (Melbourne, de 14 a 16), Depois, Bahrain (Sakhir), Itália (Imola), Mónaco, Espanha (Barcelona), Áustria (Splielberg), Grã-Bretanha (Silverstone), Bélgica (Spa), Hungria (Budapeste) e Itália (Monza). Pormenor: por fim-de-semana, duas corridas (Sprint e Feature). Na primeira, com 40 minutos (mais uma volta), os 12 pilotos mais rápidos nos 30 minutos da sessão de qualificação na véspera são “arrumados” na grelha de partida de forma invertida – isto é, o autor da “pole position” arranca da 12.ª posição. Na segunda, 45 minutos (mais uma volta).


Em 2025, no “plantel” de 20 pilotos do Mundial de Fórmula 1, sete ex-Fórmula 3, nomeadamente os campeões de 2020 (Oscar Piastri) e 2023 (Gabriel Bortoleto)

 

Em 2025, no “plantel” de 20 pilotos da Fórmula 1, sete ex-Fórmula 3: Yuki Tsunoda (RB), Oscar Piastri (McLaren), Liam Lawson (Red Bull), Oliver Bearman (Haas), Jack Doohan (Alpine), Gabriel Bortoleto (Sauber) e Isack Hadjar (RB). Dois conseguiram ganhar o título mundial: Piastri em 2020 e Bortoleto em 2023.

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page