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Maserati: “como está agora... só pode melhorar”

Foto do escritor: Pedro JunceiroPedro Junceiro

Tendo em conta os resultados comerciais e financeiros muito aquém do esperado por parte da Maserati, Santo Ficili, administrador-delegado da marca do “Tridente”, admite que é preciso mudar muitas coisas e trabalhar bastante para melhorar a companhia. Ao mesmo tempo, com algum otimismo à mistura, assume que “é fácil melhorar, porque estamos num ponto bastante baixo”.



Uma das marcas com mais peso na Stellantis é a Maserati, companhia que tem procurado posicionar-se como uma alternativa real à Ferrari, mas cujo desempenho comercial e financeiro tem estado aquém do esperado. Santo Ficili, administrador-delegado da Maserati, cargo que ocupa simultaneamente com o da Alfa Romeo, sublinha o valor da marca italiana e o seu potencial, mas reconhece que os últimos anos não têm sido fáceis.

 

“É impossível imaginar o futuro sem a Maserati. Esta marca é simplesmente fantástica. Em Itália, existem a Ferrari, a Maserati e a Alfa Romeo acima de todas as outras marcas, até se chegar à Fiat que também tem uma grande história”, começa por dizer Ficili, em declarações aos jornalistas portugueses durante o Salão de Bruxelas, delineando um plano para o futuro.



“Estamos a construir uma equipa fantástica, algo que é fundamental para mim, para voltarmos aos resultados positivos, porque estamos a perder dinheiro. Somos uma entidade legal e é fácil ver que os resultados são maus. Porque cometemos alguns erros no passado, [mas] não é a minha responsabilidade apontar quem fez os erros no passado. Estou a olhar para o futuro. Há um grande trabalho pela frente”, prosseguiu, indicando que nos últimos tempos a Maserati encerrou as gamas Quattroporte, Ghibli e Levante e que isso obriga a uma reorientação da rede comercial.

 

“Temos de manter a rede viva, porque precisamos de fazer dinheiro e eles precisam de fazer dinheiro. Alguns concessionários fazem um bom trabalho, outros não. Alguns estão a fazer dinheiro, outros não, por isso algo de estranho está a acontecer. Há um grande trabalho a fazer, a começar pelas pessoas. Estou a mudar todas as pessoas na companhia para ter a minha equipa e este ano vamos começar a fazer um trabalho diferente, em comparação com o passado, com uma animação da gama atual, a começar pelo Grecale, que é o fazedor de volumes e, depois, ter os outros modelos em torno desse”, explicou, detalhando que uma parte desse trabalho passará por mais ações de marketing e de conquista de notoriedade, logo, de clientes.



Plano de ação 

Enaltecendo que a gama atual da Maserati, composta por Grecale, GranTurismo, GranCabrio, MC20, GT2 Stradale e Extrema, “é fantástica”, o responsável da Maserati assume que é importante reforçar os lados do marketing e ativações de marca e de rede. Diz mesmo que esse ponto é fundamental no imediato.

 

“Resumindo: em primeiro lugar, temos de ter a equipa capaz de gerir uma marca como a Maserati, de super-luxo. Depois, animação de produto, sem esperar pelo futuro. Estamos a trabalhar em paralelo para o futuro, mas temos de nos salvar economicamente porque o lado económico é mau, é fácil de ver. Depois, ainda, a competitividade e a reativação da rede para fazer dinheiro ou, pelo menos, para mudar a trajetória, porque se continuarmos assim não podemos continuar vivos. Porque temos de fazer dinheiro. Estamos num ponto tão baixo que, deixem-me ser positivo… é fácil subir, porque estamos num nível muito baixo”



Assim, “sem ter uma bola de cristal para ver o futuro”, o responsável italiano, cuja aprendizagem foi feita nas escolas da Lancia, admite que este é a sua missão: “sabia ao que vinha, mas o que me propus com a minha equipa foi a mudar a trajetória. Como estará no final de 2025 eu não sei, mas por certo que será melhor do que 2024”.


Nada mudou com a saída de Carlos Tavares

Revelando ainda que nada mudou com a saída de Carlos Tavares do cargo de administrador-delegado da Stellantis, Santo Ficili garante que está a trabalhar em proximidade com John Elkann, que ocupa interinamente aquela posição após a saída do português, e que a Maserati conta com o benefício de ter, precisamente, a “cobertura da Stellantis, pelo que não estamos sozinhos”.

 

Um dos pontos relevantes para o futuro da Maserati é a manutenção das suas raízes italianas. Assim, todos os modelos atuais e os futuros serão 100% concebidos, desenvolvidos e produzidos em Itália, nas fábricas de Mirafiori, Cassino e em Modena.

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