O administrador-delegado da Volkswagen, Thomas Schäfer, durante o anúncio dos plano de ação do construtor para os próximos anos, reconheceu que a empresa tem de recuperar algum atraso para a concorrência. E, para consegui-lo, comprometeu-se com nove automóveis novos – e, entre eles, há até modelo “made in” Portugal.

O Grupo Volkswagen vive sobressaltado desde 2015. O “Dieselgate” colocou a companhia no epicentro do furacão por detrás do endurecimento das normas antipoluição na Europa e, também, do aumento do ritmo da corrida à eletrificação do automóvel, o que teve muito impacto nos protagonistas da indústria. No entanto, o maior fabricante europeu reagiu rapidamente ao “turbilhão” e, em 2019, iniciou a produção do ID. 3, o primeiro elemento de família nova de carros elétricos. É verdade que a “empreitada” não satisfez todas as expetativas, mas venderam-se mais de 500.000 exemplares desde a introdução do modelo e, entretanto, a marca alemã expandiu a gama de forma significativa – no ano passado, entre os 9,3 milhões de unidades comercializadas em todo o mundo, (quase) 745.000 não tinham motores de combustão interna.

As tendências nas vendas da Volkswagen não são muito diferentes: ainda em 2024, a marca entregou 4,8 milhões de automóveis, incluindo 383.000 elétricos. No entanto, para cumprir as normas europeias antipoluição e colocar-se a salvo de penalizações, o construtor está obrigado a melhorar muito este “mix”, o que significa, na prática, aumentar as matrículas de carros com motores elétricos em vez de térmicos. E, para consegui-lo, nove novidades na gama europeia até 2027, incluindo a sucessão do T-Roc, o Sport Utility Vechile (SUV) compacto produzido na Autoeuropa de Palmela, que está planeada para este ano.

Muito recentemente, Thomas Schäfer, administrador-delegado da marca, num encontro com funcionários na fábrica de Wolfsburgo, Alemanha, revelou o plano para os próximos anos, confirmando, nomeadamente, a produção de geração nova do T-Roc, que desfrutará de motorizações híbridas, a estreia do ID.2 em 2026 ou a introdução do ID.1 em 2027 (citadino para posicionar na base da gama, com preço na ordem dos 20.000 €). Na reunião, viram-se as primeiras imagens do automóvel e prometeram-se mais informações para o dia 5 de março, na apresentação do “concept”.
No “pacote” de novidades da Volkswagen, derivado do ID.2 com o formato SUV – considerando que o primeiro é a alternativa elétrica ao Polo, o segundo será a alternativa elétrica ao T-Cross... – e, ainda, a transferência, da Alemanha para o México, da produção do Golf com motores térmicos, pois a versão elétrica (2029), que contará com plataforma nova (SSP), fabricar-se-á na Alemanha, nas mesmas linhas de montagem do modelo elétrico que complementará a gama do T-Roc e ficará disponível muito pouco tempo depois (2030).
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