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Dacia Spring: ao volante do elétrico mais acessível

Foto do escritor: Pedro JunceiroPedro Junceiro

Atualizado: 16 de out. de 2024

Renovando quase por completo, o Dacia Spring apresenta-se-nos com desenho muito mais irreverente e pacote tecnológico reforçado. A marca romena do Grupo Renault apenas não mudou a parte técnica do citadino elétrico que fabrica na China, que mantém os motores com 45 cv e 65 cv. E o peso também continua abaixo dos 1000 kg.



O Spring, com cerca de 150.000 unidades vendidas desde que foi lançado, em 2021, desempenha um papel importante para a marca romena em dois aspetos: graças ao seu preço acessível, o citadino tornou-se numa “porta de entrada” para muitos clientes na mobilidade elétrica (93% nunca tinha tido um EV), mas também na própria marca, já que 79% dos compradores do original nunca tinham olhado para a Dacia como uma opção a considerar.

 

As características que ajudaram o Spring a tornar-se num modelo bem-sucedido foram consideradas pela Dacia nesta renovação de automóvel elétrico que compete num segmento (ciitadinos) em que os rivais ainda são quase inexistentes.

A plataforma manteve-se, embora praticamente todos os componentes exteriores sejam novos (com exceção do tejadilho e pouco mais), o que ajuda o modelo a diferenciar-se substancialmente do anterior.



 Assim, o estilo é completamente diferente e incorpora a mais recente linguagem de estilo da Dacia, apresentando assim uma postura mais robusta num modelo que mede apenas 3,70 metros de comprimento. Na dianteira, a grelha horizontal tem elementos matizados de ligação aos faróis, com assinatura luminosa em “Y”, uma temática que é usual na marca.


As proteções inferiores dos para-choques e as proteções das cavas das rodas em plástico conferem um aspeto mais "off-road", assim como a distância ao solo sobrelevada, embora o Spring não tenha qualquer ambição de aventurar-se fora de estrada. No entanto, como topo de gama está a versão Extreme, com autocolantes de proteção nos para-cboques e tapetes específicos. As jantes também foram renovadas, podendo equipar elementos de 14'' ou 15'', com embelezadores otimizados em termos aerodinâmicos.



Espartano mas robusto 

No interior, o Spring não surpreende com a aposta em plásticos mais duros em todo o habitáculo, numa solução que permite manter os custos sob controlo e oferecer longevidade.


Detalhes coloridos no painel de bordo (saídas da climatização) ou acabamento do comando da caixa contribuem para sensação de mais qualidade e solidez na construção do citadino elétrico.

O volante é totalmente novo e dispõe de novos comandos, sendo agora também possível contar com ajuste em altura da coluna de direção, naquela que é uma boa medida já que o banco do condutor não dispõe dessa possibilidade.



Proposto para quatro passageiros, com espaço adequado para adultos, desde que não muito altos, o Spring disponibiliza uma bagageira com capacidade de 308 litros, mais ampla do que no anterior modelo, expansível até aos 1004 com o rebatimento dos encostos dos bancos traseiros.


O habitáculo distingue-se, ainda, pelos espaços de arrumação (num total de 33 litros), não faltando também um pequeno compartimento de arrumação sob o "capot", à frente, caixa opcional que oferece mais 35 litros para guardar, por exemplo, os cabos de carregamento. Também introduzida no novo Spring, a solução “Youclip” permite acoplar novos suportes ou utensílios que incrementam a funcionalidade a bordo – por exemplo, um dispositivo "Youclip" pode funcionar como suporte de telemóvel ou como lanterna.



Tecnologia que conta

Também houve reforço importante da tecnologia, com ecrã de 7'' para a instrumentação e monitor de 10'' para o sistema de infoentretenimento, se o modelo estiver equipado com o Media Nav Live mais moderno, de série na versão Extreme e opcional no Expression. Este sistema permite funcionalidades avançadas como a navegação com informações de trânsito em tempo real (e atualizações de mapa garantidas durante período de oito anos) e conectividade sem fios a Apple CarPlay, Android Auto e à aplicação nativa da Dacia para controlar diversos aspetos do Spring, como o pré-condicionamento do habitáculo.


Nos níveis de equipamento Essential e Expression a marca propõe o sistema Media Control que, em conjugação com a aplicação dedicada gratuita, utiliza o smartphone do condutor para utilização do sistema multimédia, chamadas telefónicas e navegação. O controlo dessas funcionalidades é feito pelo volante e as funções e as chamadas telefónicas são apresentadas na instrumentação digital.



Duas variantes 

O novo Spring contará com as mesmas soluções de motorização da versão precedente, com os responsáveis da Dacia a entenderam que as performances são suficientes para o que se pretende de um modelo maioritariamente urbano e atendendo aos seus dados internos que apontam para uma média de deslocações diárias de 37 km.


Existem dois motores: o da versão Essential tem só 45 cv (33 kW) e 125 Nm (0-100 km/h em menos de 20 s); o da Expression pode pode contar com 45 cv ou 65 cv (48 kW) e 113 Nm (13 s); por fim, o da topo de gama Extreme apresenta-se sempre com 65 cv.

A bateria tem sempre 26,8 kWh de capacidade, o que garante uma autonomia de até 225 km, podendo recarregar de série a 7 kW, com um tempo de carga de 20 a 100% inferior a 11 horas numa tomada doméstica ou 4 horas numa “wallbox” com 11 kW de potência. Opcionalmente, é proposto um carregador rápido de 30 kW, o que pemite demorr menos de 45 minutos para recarregar de 20 a 80%.



Tecnicamente, o Spring não conta com grandes alterações, embora se destaque a nova afinação da direção, com revisão da sua assistência, e a tal opção por jantes de 15'', o que tem o condão de melhorar ligeiramente a estabilidade. Ao optar por este caminho, a Dacia não quis encarecer o novo modelo, nem aumentar o peso, naquele que foi um dos maiores objetivos da marca. Com efeito, o novo Spring é apenas 14 kg mais pesado do que o modelo precedente, o que se explica pela plataforma ligeira e pelas soluções de construção focadas neste objetivo.



Condução sem esforço 

Para a primeira experiência ao volante do renovado Spring, a E-AUTO foi até Bordéus, França, onde a versão escolhida para o contacto inicial foi a Extreme de 65 cv, a qual assume maior destreza de prestações entre as malhas urbanas e os trajetos por estradas nacionais.


O Spring move-se com agilidade mais do que suficiente, contando com o motor elétrico de 65 cv, apresentando respostas expeditas nas saídas de semáforos e cruzamentos.

Tratando-se de modelo primordialmente citadino, evidencia menor veleidade a partir dos 70-80 km/h, mesmo que fique em linha com os cânones do segmento A, aqui simplificado pelo facto de ser automóvel fácil de guiar, sem vibrações mecânicas ou ruídos.


A posição de condução poderia ser melhor, já que é muito elevada e não existe possibilidade de ajustar o banco do condutor em altura, sendo que um dos aspetos menos positivos é a ausência de um apoio para o pé esquerdo durante a condução, o que obriga o pé a ir numa posição pouco natural.



A sua agilidade urbana vale-se também de um raio de viragem curtíssimo – apenas 4,80 m –, que facilita tanto o estacionamentos como a condução em percursos citadinos, mas este sistema carece de alguma precisão noutro tipo de ambientes rodoviários, por exigir ajustes frequentes. O comportamento do Spring está orientado, essencialmente, para o conforto, assumindo-se como modelo cómodo para lidar com os tipos de piso muitas vezes deteriorados das grandes urbes ou para superar lombas com facilidade.


O rolamento da carroçaria é pronunciado, mas o Dacia Spring não tem quaisquer aspirações desportivas…

Nota, ainda, para a inclusão de um novo modo de condução “B” que incrementa a regeneração e o efeito de desaceleração, podendo, dessa forma, otimizar os consumos, que estão homologados em 13,5 kWh/100 km, mas que, em utilização absolutamente normal, como no trajeto de cerca de 100 km pela zona de Bordéus, é facilmente melhorado – no nosso caso, valor de 10,8 kWh/100 km!



Mais equipamento e preços 

A gama de assistentes de segurança está igualmente mais completa, para cumprir com as novas normas de segurança, incluindo travagem de emergência atualizado (urbano/extra-urbano com deteção de veículos, peões e ciclistas), reconhecimento de sinais de trânsito com alerta de excesso de velocidade, assistente de estacionamento traseiro e alerta de transposição de faixa, entre outros, com o condutor a poder parametrizar os sistemas a seu gosto e ativar apenas os que prefere mediante pressão no botão “My Safety” na consola central.



Outro atributo concedido ao novo Spring passa pela capacidade de carregamento “Vehicle-to-Load” (V2L), com que o pequeno elétrico pode servir de fonte de alimentação para outros dispositivos elétricos. Um grelhador elétrico pode ser utilizado durante vários minutos, bem como uma máquina de café, podendo assim já tirar partido de uma refeição quase completa... Para evitar que seja descarregada neste tipo de utilização, a bateria tem sistema de salvaguarda que impõe um limite mínimo para que as deslocações sejam garantidas e que o veículo não fica parado por falta de energia.


A gama começa nos 16.900 € do Essential 45, passa pelos 18.900 € do Expression 45 e termina nos 19.900 € do Extreme 65.

 

Em suma, o Spring de primeira geração fez o caminho da revolução ao impor-se como um modelo elétrico acessível. Esta nova versão dá continuidade a um percurso de eletrificação à medida das necessidades dos clientes, em linha com o conceito da Dacia de que o essencial tem o seu apelo. Com um visual bem mais evoluído e mais tecnologia integrada, mesmo sem alterar chassi ou motores, o Spring acaba por assumir-se, ainda, como o automóvel elétrico mais acessível do mercado, com uma mescla interessante de funcionalidade, conveniência e simplicidade.



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