O diretor-geral do fabricante italiano promete que o primeiro "cavallino rampante" elétrico, previsto para 2025, não deixará indiferente qualquer entusiasta da marca e garante que não será silencioso. O fim dos motores de combustão interna também é colocado de parte
Os resultados comerciais dos últimos anos revelam uma Ferrari bastante forte, valendo-se cada vez mais da procura pelos motorizações híbridas V8 e V6 e do programa de modelos especiais, mas o salto para os automóveis 100% elétricos tornou-se incontornável, devido às normas impostas pela União Europeia que visam penalizar os modelos mais poluentes.
O primeiro Ferrari 100% elétrico está planeado para o último trimestre de 2025, com Benedetto Vigna, diretor-geral da marca de Maranello, a prometer, em declarações proferidas ao programa "Squawk Box Europe", da televisão norte-americana CNBC, um superdesportivo emocionante e tudo menos silencioso – mesmo que num conceito diferente do atual, em que o som emanado dos escapes também é critério de compra considerado pelos clientes.
“Cada automóvel que fazemos é único. Quando fazemos um Ferrari, olhamos para a 'performance', para o 'design', para os traços de condução e para a sustentabilidade. Se conhecem a tecnologia [elétrica], sabem que podemos fazer muita coisa com os carros elétricos”, afirmou, em resposta a uma questão sobre a perda do som típico dos motores de combustão V6, V8 e V12 por que a marca é conhecida.
Vigna também deixou claro que a Ferrari pretende continuar a ser uma marca de luxo e de prestações de ponta, mantendo-se longe de comparações com outros fabricantes que, na era dos elétricos, conseguem oferecer prestações semelhantes às dos modelos italianos.
“Quanto falamos de automóveis de luxo, como os nossos, estamos a falar da emoção que podemos oferecer aos nossos clientes, pelo que não estamos a falar de carros funcionais como outros VE que vêm na estrada”, assegura o líder da Ferrari, cujo passado está ligado a outras áreas da tecnologia.
“Não temos dúvidas, honestamente, de que poderemos oferecer uma experiência única aos nossos clientes porque podemos controlar a tecnologia de uma forma única. É isso que a nossa companhia tem feito desde o início”, clarificou, ao mesmo tempo que expressou o seu compromisso para os motores de combustão na gama da Ferrari, que terá opções para todos os gostos, incluindo híbridos e elétricos. Em 2026, a oferta de produtos será composta por 40% de automóveis com motor de combustão interna e 60% de híbridos e elétricos.
Motores de combustão são para manter
Numa previsão arrojada, o CEO da Ferrari garante mesmo que a marca não se converterá totalmente aos elétricos, deixando a porta aberta à continuidade dos blocos térmicos. Uma das formas possíveis para que tal aconteça pode passar pela criação de versões especiais unicamente para pista, uma forma de manter os motores de combustão a partir de 2035.
No entanto, Vigna poderá, também, estar confiante no esforço de implementação dos combustíveis sintéticos, que ainda estão a ser desenvolvidos e que poderão ser alternativas aos modelos 100% elétricos, caso a União Europeia assim o entenda a partir da data prevista para a proibição da venda de veículos a combustão. A Porsche, através da sua infraestrutura no Chile, é uma das marcas que mais se tem empenhado neste conceito, mas os "e-fuels" também serão utilizados na Fórmula 1 a partir de 2026, podendo esta ser uma forma de acelerar o seu desenvolvimento e tornar o seu custo mais baixo.
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