Russell repete vitória em Montreal
- José Caetano
- 16 de jun.
- 4 min de leitura
Britânico da Mercedes ganha pela quarta vez no Mundial de Fórmula 1, primeira no Mundial, e segunda consecutiva no Grande Prémio do Canadá, no Circuito Gilles Villeneuve de Montreal. Vitória oficializada apenas 5h30 depois do final da corrida, devido a protesto da Red Bull. Norris abandonou com a bandeira de xadrez (quase) à vista, após embate na traseira do monolugar de Piastri, o parceiro na McLaren, e atropelamento de marmota comprometeu resultado de Hamilton

O britânico George Russell, piloto de 27 anos no “radar” da Aston Martin, segundo diversas fontes da Fórmula 1, ganhou a 54.ª edição do Grande Prémio do Canadá, a 44.ª em Montreal, ronda 10 do Mundial de 2025. O britânico, depois de garantir a sexta “pole position” da carreira na categoria, comemorou a quarta vitória, mas só a primeira da temporada, garantindo, simultaneamente, o 130.º êxito da Mercedes na disciplina mais importante e mediática do desporto automóvel.

Esta corrida no Circuito Gilles Villeneuve teve 70 voltas, mas decidiu-se só na 67.ª, quando Lando Norris procurava ganhar a quarta posição ao parceiro de equipa na McLaren, Oscar Piastri, incidente que recordou o protagonizado, no mesmo local, por Jenson Button e Lewis Hamilton no Canadá-2011 (à época, os dois estavam na escuderia inglesa). O britânico desistiu e obrigou a atuação do Safety Car, que saiu de pista apenas para a fotografia de vitória decidida, formalmente, só 5h30 depois da exibição da bandeira de xadrez e da cerimónia no pódio!
Norris, que tinha apenas menos 10 pontos do que Piastri no topo da classificação do campeonato, mas passou a somar menos 22, desculpou-se imediatamente na primeira comunicação por rádio com a equipa e manteve o discurso depois do fim da corrida. “Simplesmente, calculei tudo mal. Errei, assumo a culpa. Fui estúpido. Peço desculpa à equipa e ao Oscar”, disse Lando.
Red Bull protesta vitória do britânico da Mercedes
Durante o período de Safety Car, na reta que antecede a da meta, Russell travou a marcha do Mercedes de forma inesperada, o que fez com o Red Bull-Honda RBPT de Max Verstappen ficasse, ainda que só temporariamente, à frente do monolugar do britânico. O tetracampeão mundial encontra-se em risco de exclusão de ronda do campeonato, por infrações a mais durante esta temporada de 2025, e reagiu à manobra de modo preventivo, através da equipa, com pedido de penalização para o britânico, o que poderia originar cambalhotas na classificação, se a queixa fosse bem-sucedida. No entanto, os comissários da FIA decidiram de forma diferente.

No Canadá, num fim de semana em que mais de 352.000 adeptos passaram pelas bancadas do Gilles Villeneuve e numa corrida que teve cinco pilotos no comando, com as paragens nas boxes para mudanças de pneus, Russell arrancou melhor do que Verstappen, segundo na grelha de partida, dominou fio a pavio e, assinando a volta mais veloz do grande prémio, comemorou, também, o primeiro “hat-trick” na Fórmula 1. Max acabou na segunda posição e Andrea Kimi Antonelli foi terceiro. O italiano, aos 18 anos, nove meses e 21 dias, tornou-se o terceiro piloto mais jovem nos pódios do Mundial, atrás só de Max (Espanha-2016, com 18 anos, sete meses e 15 dias) e Lance Stroll (Azerbaijão-2017, com 18 anos, sete meses e 27 dias).

Antonelli terceiro piloto mais jovem num pódio
Russell não ganhava na Fórmula 1 desde a antepenúltima corrida do campeonato de 2024, em Las Vegas, EUA, que também venceu depois de arrancar da “pole”. O britânico, no fim da ação em Montreal, sentia felicíssimo. “É fantástico encontrar-me outra vez nesta posição. E devo-a, provavelmente, à volta com que assegurei a ‘pole’. E terceira posição do Kimi deixa-me, também, muito contente, por ele e por saber que estes resultados são incríveis para uma equipa que trabalha dia e noite, e noite e dia, para regressarmos às lutas pelas vitórias. Gostava de poder dizer-vos que já podemos fazê-lo sempre, mas não encontraremos sempre estas condições ótimas para o nosso carro”, admitiu Russell.

Antonelli, após o grande prémio, também estava entusiasmado. “Foi stressante, é verdade, mas estou muito feliz! Consegui ganhar a terceira posição ao Piastri após o arranque e mantive-me sempre na frente da corrida. Depois da segunda troca de pneus, tentei aproximar-me do Max, mas isso fez com que degradasse muito mais depressa o pneu dianteiro esquerdo. Felizmente, regresso a casa com este pódio”, concluiu Antonelli.
Em Montreal, ponto final na sequência de oito pódios consecutivos de Piastri, que está cada vez mais empenhado na luta pelo título, como demonstra o facto de não ter “fechado a porta” à ultrapassagem do “teenager” da Mercedes, devido ao risco da manobra defensiva. E a McLaren, pela primeira vez em 2025, e depois de somar 16 pódios nas primeiras nove corridas do campeonato, não teve piloto no “top-3”. E a Ferrari também nunca apresentou argumentos para ambicionar a mais do que conseguiu, sobretudo no caso de Hamilton, que ficou com a aerodinâmica do SF-25 comprometida muito cedo na corrida, após o atropelamento de marmota!...

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