A possibilidade de automóveis 100% elétricos do consórcio francês virem a ser convertidos para terem variantes com motores de combustão interna (nomeadamente híbridos Plug-In) encontra-se em cima da mesa do português Carlos Tavares, que pondera potenciar, assim, as vendas da empresa.

A adoção mais lenta do que o inicialmente previsto da mobilidade 100% elétrica está a levar algumas companhias a mudanças nas estratégias de eletrificação. Marcas como a Bentley ou a Aston Martin já admitiram que a conversão total para automóveis elétricos será feita mais tarde do que o previsto, mas também a Stellantis parece discutir a possibilidade de equipar alguns modelos com motores de combustão interna, de forma a reclassificá-los como híbridos Plug-In (PHEV)!
A revelação foi feita por Natalie Knight, responsável financeira da Stellantis, durante a apresentação das informações financeiras relativas ao 1.º trimestre de 2024, admitindo que o ponto-chave para esta abordagem é sempre o da procura. O primeiro modelo a beneficiar desta estratégia, confirmando-se a possibilidade, seria o Jeep Wagonner S.

“A maioria dos nossos produtos têm motores de combustão interna ou estão pensados para utilizarem as plataformas multienergias que temos no grupo. Esta é uma grande oportunidade, em comparação com os nossos concorrentes – termos estas arquiteturas técnicas para todos os nossos produtos em desenvolvimento e, também, a agilidade para alternarmos entre elas”, afirmou Knight, citada pelo WardsAuto.
A Stellantis mantém o foco na transição elétrica, mas anuncia que tem agilidade suficiente para adaptar a estratégia do grupo em função da procura
“O nosso objetivo é colocarmo-nos numa posição em que, por um lado, podemos mostrar ao mercado que sabemos para onde as coisas estão a evoluir e que estamos muito empenhados no mercado dos veículos elétricos, mas, por outro lado, temos a flexibilidade necessária para crescer onde a procura do consumidor se fizer sentir”, é citada.

Note-se que esta avaliação continuada do mercado e da procura por parte da Stellantis já foi posta à prova em modelos como o Jeep Avenger ou o Citroën C4 X que foram lançados inicialmente na grande maioria dos mercados europeus apenas com motorizações elétricas, apenas para passarem a dispor de versões de combustão numa fase posterior de forma mais geral.
Ao mesmo tempo, mais recentemente, surgiram indicações na imprensa italiana de que a Fiat terá inquirido os seus fornecedores da possibilidade de fornecerem componentes para uma possível versão térmica do 500e.
No plano de longo prazo da Stellantis, os elétricos continuam a ter o papel principal, com a companhia a prometer para este ano o lançamento de 18 modelos elétricos, almejando a um total de 75 modelos 100% elétricos em 2030.
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