George Russell, Mercedes-AMG, vence a segunda edição do Grande Prémio de Las Vegas, ronda 22 da temporada de 2024, à frente do companheiro de equipa, Lewis Hamilton, que recuperou de 10.º no arranque para segundo na bandeira de xadrez, na corrida em que Max Verstappen, da Red Bull-Honda RBPT, “somente” quinto no circuito de Paradise, comemorou o tetracampeonato. Na história, igual, só Fangio, Schumacher, Vettel e Hamilton. Prost também tem quatro títulos, mas não os ganhou de forma consecutiva.

O fim da história antecipava-se desde a ronda 10 de temporada com 24 corridas, o Grande Prémio de Espanha, a 23 de junho, dia em que Verstappen venceu pela 7.ª vez no campeonato de 2024, independentemente do aumento de competitividade na segunda metade da temporada, com McLaren-Mercedes, Ferrari ou Mercedes-AMG a contestarem, abertamente, a superioridade da Red Bull-Honda RBPT, após 21 vitórias em 22 corridas, em 2021, 10 com a Max! O piloto neerlandês da equipa austríaca bicampeã de construtores em título, em Las Vegas, EUA, no 22.º grande prémio de temporada com 24, sagrou-se tetracampeão na Fórmula 1, tornando-se o quarto melhor de todos os tempos, com Alain Prost e Sebastian Vettel, e atrás só de Michael Schumacher e Lewis Hamilton, os dois com sete títulos, e Juan Manuel Fangio, com cinco.

Max Verstappen, em Paradise, a cidade dos subúrbios de Las Vegas que concentra a maioria das atrações da metrópole no Nevada, nomeadamente casinos, hotéis e recintos de espetáculos, terminou o segundo grande prémio no circuito com 6,201 km em quinto, à frente de Lando Norris, o adversário na corrida ao título, resultado suficiente para comemorar, precocemente, o quarto título consecutivo na Fórmula 1. Na história da Fórmula 1, igual, nas 75 edições do campeonato criado em 1950, mais quatro pilotos: o argentino Juan Manuel Fangio (1954, 1955, 1956 e 1957), os alemães Michael Schumacher (2000, 2001, 2002 e 2003) e Sebastian Vettel (2010, 2011, 2012 e 2013) e Lewis Hamilton (2017, 2018, 2019 e 2020). Fangio terminou a carreira com cinco, Schumacher despediu-se com sete e Hamilton, que prepara a mudança da Mercedes-AMG para a Ferrari, tem o mesmo número de Hamilton. Já Alain Prost, que também tem quatro, conseguiu só dois de forma consecutiva, em 1985 e 1986.
Este ano, Verstappen, embora menos dominante do que em 2023, também regista números assombrosos: até ao momento, em 22 grandes prémios, este neerlandês de 27 anos soma oito vitórias, 13 pódios, oito “pole positions” e 403 pontos. Talvez por isso, Lando Norris não contesta o mérito do título do rival. “Tenho de dar-lhe os parabéns! Obviamente, estou dececionado, mas o Max merece. Não tem qualquer ponto fraco e protagonizou temporada melhor do que a minha, sobretudo durante primeira metade do campeonato”, disse o britânico, que precisava de somar mais três pontos em Las Vegas do que o adversário para alimentar a discussão do título até ao Catar, no próximo domingo, objetivo que não cumprir, ao terminar o grande prémio atrás do Red Bull-Honda RBPT com o número um. “Sempre que conta com o melhor monolugar, domina os grandes prémios. Quando não o tem, encontra-se sempre entre os primeiros, faz-te a vida difícil, luta por cada ponto”, reconheceu o piloto da McLaren-Mercedes, autor da volta mais rápida da corrida (ganhou ponto de bónus que pode valer ouro para a escuderia britânica que lidera o campeonato de construtores, à frente da Ferrari e da bicampeã Red Bull).
Verstappen, compreensivelmente, sentia-se eufórico no fim da corrida no Nevada. “Que temporada tão desgastante e longa. Começámo-lo muito bem, mas tivemos momentos muito difíceis, incluindo as 10 corridas sem vitórias, entre a Espanha e o Brasil. Mas, como a equipa, mantivemo-nos unidos, nunca parámos de trabalhar para melhorarmos e, por fim, conseguimos este título. Estou agradecido a todos e, é verdade, neste momento, tenho de admitir que estou aliviado”, disse Max. Para o neerlandês, este tetracampeonato, em 2015, na temporada de estreia na Fórmula 1, aos 17 anos, não era sequer imaginável… “Não, definitivamente, não. Sentia-me feliz apenas por poder competir no Mundial e sonhar com pódios e vitórias, coisas ‘normais’ muito difíceis de conseguir. Este momento é incrível”, concluiu piloto no comando do campeonato, de forma ininterrupta, desde 22 de maio de 2022, o que representa a série mais longa na história deste desporto.
Vitória de Russell
Em Las Vegas, Max Verstappen nunca esteve na luta pela vitória. George Russell, o britânico da Mercedes-AMG que arrancou da “pole position” teve a corrida, difícil, devido ao piso escorregadio e à temperatura baixa, sempre sob comando e contou com o “apoio” do companheiro de equipa, Lewis Hamilton, apenas 10.º à partida, que protagonizou recuperação notável e, assim, garantiu o 60.º “1-2” da equipa na Fórmula 1.
Para Russell, depois da quarta “pole”, a terceira vitória na categoria
Para Russell, depois da quarta “pole”, a terceira vitória na categoria, a segunda em 2024. Para a Mercedes, 129.ª na Fórmula 1, quarto esta temporada, a primeira em 75 edições do Campeonato do Mundo, com quatro construtores a ganharem, pelo menos, quatro grandes prémios (somam-se Red Bull, Ferrari e McLaren)! Trata-se, todavia, do primeiro êxito da equipa desde a ronda 14 da temporada, na Bélgica, a 28 de julho.

“Dominámos todas as sessões em Las Vegas, vivemos fim de semana de sonho… Sinceramente, não sei como fomos tão rápidos, mas temos de desfrutar muito do momento que estamos a viver”, disse Russell, que perdeu a vitória na Bélgica para Hamilton, devido a irregularidade na pesagem. “Desta vez, aparentemente, não há nada que possa apagar resultado superimportante para esta equipa”, regozijou-se o britânico.

Carlos Sainz, da Ferrari, foi terceiro e, com Charles Leclerc, somou pontos (muito) importantes para a Scuderia, que continua empenhadíssima na luta pela vitória no campeonato de construtores e até diminuiu a desvantagem para a equipa no topo da classificação, a McLaren-Mercedes, de 36 pontos para 24. E a Red Bull soma só menos 29 do que a formação italiana!

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