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Foto do escritorPedro Junceiro

UE confirma taxas até 37,6% para os elétricos chineses

Atualizado: 6 de jul.

A Comissão Europeia confirmou a imposição de taxas aos veículos elétricos produzidos na China, embora o valor máximo tenha sido ajustado para os 37,6%. Apenas em novembro as mesmas se tornarão efetivas, esperando-se negociações prolongadas entre Europa e China até essa data.



Os automóveis elétricos produzidos na China vão mesmo pagar uma taxa adicional nos países da União Europeia (UE), confirmando-se hoje através da publicação de documento oficial com os valores provisórios das taxas a aplicar. Note-se que os valores a aplicar foram ligeiramente ajustados após terem sido identificados pequenos erros de cálculo pelos fabricantes em questão.

 

Este é o mais recente episódio da batalha comercial entre a Europa e a China, esperando-se que os próximos meses tragam novos desenvolvimentos e prováveis medidas retaliatórias por parte das autoridades chinesas quanto automóveis de proveniência europeia, mas também a outros produtos, como os casos já conhecidos do brandy francês e a carne de porco espanhola.

 

As negociações entre as autoridades de ambos os blocos deverão manter-se até ao mês de novembro, data em que as taxas passam a ser aplicadas de forma definitiva, acumulando com a taxa de 10% atualmente em vigor. Os membros da União Europeia irão depois votar essas mesmas taxas e, caso sejam aprovadas, terão uma validade de cinco anos.



Mantêm-se as taxas aplicadas individualmente, com a BYD a ser aquela que tem um valor mais baixo, de 17,4%, enquanto a Geely (que detém a Volvo, Lotus, Zeekr e smart, entre outras) terá uma taxa de 19,9%. No outro extremo está a SAIC (que detém a MG), que tem uma taxa de 37,6%, ligeiramente abaixo do valor de 38,1% que tinha sido definido em junho (este valor será aplicado também às marcas que são definidas pela Comissão Europeia como não cooperantes).

 

As outras marcas que cooperaram com a investigação levada a cabo pela Comissão Europeia têm uma taxa adicional de 20,8%. A Tesla, que também produz automóveis na China, pediu uma avaliação própria, cuja taxa adicional será anunciada no final da investigação, também em novembro.



Europa fraturada 

Tal como Carlos Tavares, CEO da Stellantis, revelou esta semana, em Mangualde, durante uma conferência com jornalistas, a imposição de taxas está “a gerar fraturas na Europa”, indicando que as marcas alemãs opõem-se a esta medida da Comissão Europeia, em grande parte pelo receio de medidas de retaliação que afetem os seus negócios na China.

 

É o caso da Volkswagen, que em comunicado disse que “os efeitos negativos desta decisão superam quaisquer benefícios para os europeus e, especialmente, para a indústria automóvel alemã”. No entanto, também a Stellantis, pela voz do seu próprio CEO, contesta a imposição destas taxas, antevendo que se efetivem medidas de retaliação por parte das autoridades chinesas.


Os construtores com automóveis produzidos na China vão agora ponderar as melhores formas de respeitar as taxas adicionais agora anunciadas, podendo aumentar os preços dos seus veículos.

 

A este respeito, os responsáveis chineses já haviam garantido que iriam “tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar os interesses da China”, naquilo que consideram uma forma de desvirtuar a concorrência e o mercado. Ainda assim, as discussões sobre o tema manter-se-ão nos próximos meses.

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