A Federação Internacional do Automóvel (FIA) admite que poderá vir a fazer regressar os motores V10 à Fórmula 1, tirando partido das vantagens dos combustíveis sintéticos e da popularidade que aquele tipo de motores ainda tem entre os adeptos da “velha guarda”.

O próximo conjunto de regulamentos técnicos para as unidades de potência da Fórmula 1 está já decidido, com o ano de 2026 a trazer consigo uma combinação de motores V6 turbo com maior assistência elétrica, numa medida que mantém a modalidade como uma das categorias de vanguarda em termos de eletrificação.
O facto de o combustível a utilizar a partir do próximo ano ser sustentável permitirá emissões de carbono bastante reduzidas, mas o seu potencial pode também ajudar a trazer de volta os motores V10, de acordo com o Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, que não coloca de parte essa possibilidade.
Escrevendo nas redes sociais após o evento de apresentação das dez equipas em Londres, Sulayem indicou que “devemos considerar uma série de direções [a seguir pela F1], incluindo o som estrondoso do V10 a funcionar com combustíveis sustentáveis. Seja qual for a direção escolhida, devemos apoiar as equipas e os fabricantes para garantir o controlo dos custos de pesquisa e desenvolvimento”.
A última vez que os motores V10 estiveram nas grelhas de partida da Fórmula 1 foi em 2005 (na foto, o Renault R25 campeão dessa temporada), embora em 2006, então já na era dos V8, a Toro Rosso tenha sido autorizada a competir com blocos V10 por não ter conseguido fundos para adquirir os V8 exigidos então.

Construtores com palavra decisiva
Esta indicação parece “abrir a porta” para o regresso de uma fórmula técnica de motores que muitos adeptos continuam a desejar de volta, apesar de nos próximos tempos permanecer a tendência híbrida de nova geração, com uma vertente elétrica mais determinante.
Esse conceito foi mesmo essencial para a entrada da Audi como equipa de fábrica em 2026, enquanto a Honda, que esteve com um “pé e meio” de fora da Fórmula 1, anunciou uma parceria de longa data com a Aston Martin. Além disso, a Ford também estará nas grelhas de partida em 2026, fornecendo motores à Red Bull Racing. A Cadillac também irá ingressar na Fórmula 1, embora sem data prevista ainda para a estreia do seu motor (utilizará unidades de potência da Ferrari).
Neste sentido, uma eventual mudança substancial na regulamentação dos motores (ou unidades de potência, para usar um termo mais técnico) teria de ter em conta, também, os interesses dos construtores e o seu alinhamento estratégico, já que a eletrificação dos atuais V6 serviu como motivo de interesse para o seu ingresso na Fórmula 1 como forma de acelerar o desenvolvimento tecnológico.
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