Para o CEO da VW, a estratégia de fazer regressar nomes históricos da marca sob a forma de elétricos não é prioridade.

São vários os exemplos de marcas que fizeram renascer modelos icónicos da sua história para a era da eletrificação. A Ford com o Capri e a Renault com os novos 4 e 5 são, talvez, os mais óbvios. A estratégia parece estar a funcionar, pelo menos junto da marca francesa, com o Renault 5 a despertar muito interesse junto do público.
Porém, de acordo com a notícia avançada pela britânica Auto Express, a abordagem parece não ser do agrado de Thomas Schäfer, CEO da Volkswagen: “É necessário manter o núcleo de um portfólio para nos podermos dar ao luxo de fazer produtos de nicho. No passado, fizemos muitos produtos de nicho e não estou a dizer que não voltaremos a fazê-los, mas não neste momento.”
"Temos dinheiro para fazer essa aposta? Penso que não. Neste momento, temos de garantir a gama perfeita e de a adaptar o melhor possível às nossas regiões principais". Esses produtos de nicho são, de acordo com o CEO da VW, nomes como o Scirocco e o Touran; "O nosso ‘core’ vai desde os pequenos ‘hatchbacks’ até aos grandes SUV e ‘station wagons’, mas os produtos de nicho, como o Scirocco e o Touran, têm um lugar na nossa visão global. Concretizá-los e ver se há espaço no mercado para eles, esse é o debate que temos todos os anos", comentou Schäfer.

Por considerar que, por exemplo, o regresso do Scirocco teria obrigatoriamente de respeitar o ADN do original, o CEO da VW não aprova o renascimento de modelos como o Capri da Ford, defendendo que, se o produto é diferente, mais vale ter outro nome. “É um erro chamar a uma coisa o que ela não é. Nunca o faríamos. Se é um GTI, é bom que seja um GTI. Se for um modelo R, é bom que seja fiel à história do R."
Por outro lado, Schäfer reconhece que a sigla ID, que identifica a família de elétricos da sua marca, pode vir a ser adicionada a modelos que sejam suficientemente icónicos e que transitem para a era elétrica. Um ID. Golf poderá estar em “cima da mesa”, uma vez que, para o número um da marca de Wolfsburgo, “esse nome é para manter, jamais o dispensaríamos”.
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