Cupra Terramar na terra e no... Tejo
- Pedro Junceiro
- há 2 dias
- 3 min de leitura
A visão de automóvel a movimentar-se no Rio Tejo é tudo menos comum, mas foi mesmo isso que observámos (e experimentámos) durante ação da Cupra, organizada em terra e na água, a bordo de unidade do Terramar transformado numa espécie de embarcação de recreio.

Aproximando-se do Padrão dos Descobrimentos, na zona de Belém, e sob “olhar” atento do Infante D. Henrique, figura incontornável da História de Portugal e dos Descobrimentos, o Cupra Terramar Floating faz uma inversão de marcha peculiar, captando a atenção de dezenas de turistas e curiosos que, atraídos pela visão do carro a “navegar”, registaram o momento nos telemóveis.
O cenário era, efetivamente, pouco comum – o Terramar, carro produzido pela Cupra para circular com dinamismo nas estradas, navegava, livremente, pelas águas do Rio Tejo, num enquadramento cénico digno de filme, já que ao monumento evocativo da época das Descoberta juntava-se a Ponte 25 de Abril e, na outra margem, o Cristo-Rei.
Mas, para compreendermos melhor como é que este Terramar Floating nasceu, temos de recuar ao ano passado, e aos meses que antecederam a edição da 2024 da competição mais antiga da história do desporto mundial, a Taça América, prova de vela que decorreu em Barcelona, Espanha, e contou com o apoio direto da Cupra, nomeadamente na condição de parceira de mobilidade.

Ideia arrojada
A Cupra procurou forma de participar na Taça América que excedesse a condição de patrocinador. E a resposta foi ousada – produzir um veículo que conseguisse, também, estar na água, navegando nas águas do Mediterrâneo que “banham” Barcelona, o cenário das regatas da competição
A escolha recaiu no Terramar, que foi introduzido no mercado quase em paralelo com a organização da 37.ª edição da Taça América. De resto, o Cupra até tem na gama edição especial com o nome da prova (America’s Cup), facto que sublinha essa associação. Para conceber o carro mais aventureiro, os engenheiros da marca da SEAT trabalharam quer com a equipa da Brava Boats, quer com o Porto de Barcelona e o Port Vell. E, assim, o projeto chegou a bom porto. Literalmente.
O Terramar “marinho” não é, no entanto, um anfíbio, pelo menos na verdadeira aceção da palavra… Ao invés, o automóvel navega numa plataforma desenvolvida de raiz pela Brava Boats e a Cupra (o material náutico foi fornecido pela Vetus) que suporta o peso do carro e possui ligação direta à base, o que faz com que os controlos da “embarcação” estejam a bordo da viatura, mas não dependam dos sistemas do Sport Utility Vehicle (SUV).
Essa plataforma do tipo trimarã pode suportar até 2500 kg, com esta unidade tão peculiar a cumprir diversos testes de estabilidade e flutuabilidade, que simularam diferentes condições de navegação. É na plataforma que estão o motor e os dois conjuntos de hélices que movimentam este Terramar. Para a equipa de trabalho da Cupra, o mais importante era a otimização da distribuição de peso e integrar todos os comandos eletrónicos do sistema náutico na consola central, que são independentes dos do Terramar. Os ocupantes beneficiam de todo o conforto do automóvel, incluindo o ar condicionado e o equipamento de som ou os bancos e o tejadilho panorâmico de abertura elétrica.
Estabilidade comprovada
Depois de Barcelona, e do cumprimento da missão na Taça América, o Terramar flutuante deslocou-se a Lisboa para impressionar tanto quem viu o Cupra desde a margem direita do Tejo como quem teve a possibilidade de subir a bordo e desfrutar de experiência de navegação, surpreendendo quer a estabilidade, quer a facilidade na execução das manobras. E os ocupantes do “automóvel” instalam-se no interior muito bem protegidos da ondulação marítima.
A velocidade máxima em água é de cerca de 8,6 km/h, com David, o “skipper” de serviço a revelar que é preciso ter em conta diversos fatores durante a navegação e a atracagem, como as marés ou os ventos. Inicialmente, conta-nos, tinha tendência para tentar controlar o Terramar com o volante, mas uma vez que os comandos do carro não têm qualquer utilidade dentro de água, perdeu o hábito.
É, assim, apenas através de “joysticks” e de manete comum numa embarcação (tudo posicionado na consola central) que o Terramar avança no Rio Tejo. Para os ocupantes, também existem regras para seguir: colete salva-vidas e proibição de saída do veículo em movimento.
À distância, a plataforma negra que sustenta o carro confunde-se com a água e, assim, a impressão é de que o Terramar flutuar no Tejo, como se fosse um modelo anfíbio semelhante aos autocarros que empresa turística opera no mesmo espaço, cujos passageiros também foram surpreendidos por visão tão pouco comum.
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