É o início de era na marca inglesa que comemora 90 anos em 2025. O “reimagine” adotado como nome do plano estratégico que redefine o posicionamento de fabricante que passará a propor apenas automóveis elétricos também obriga à mudança da identidade corporativa e até do logotipo – e sem “copiar nada”, como pretenderia o fundador Sir William Lyons!
A Jaguar prepara-se para o futuro, reinventando-se como fabricante de automóveis, privilegiando o segmento do luxo à categoria "premium". A marca integrada no consórcio JLR desde 2013, entidade formada pela indiana Tata Motors cinco anos depois da compra à Ford tanto da Land Rover como da empresa que Sir William Lyons fundou em setembro de 1935, percebeu (bem) a necessidade de mudança de rumo para permanecer relevante numa indústria que não pára de transformar-se. Fez o mesmo na Land Rover, de forma muito bem-sucedida, como demonstram os resultados comerciais e financeiros da empresa, reorganizando-a em três submarcas: Defender, Discovery e Range Rover.
O programa estratégico “reimagine” não admite a manutenção de “pedra sobre pedra” na Jaguar.
O programa estratégico “reimagine” não admite a manutenção de “pedra sobre pedra” na Jaguar. Também no plano, a produção de geração nova de automóveis. Este processo é, também, oportunidade de ouro para “agarrar” um futuro mais sustentável, substituindo-se os motores de combustão interna por elétricos, por exemplo. E o processo está em marcha, com o fim progressivo da produção da gama atual.
A partir de 2026, na Jaguar, apenas automóveis elétricos e todos muito mais caros do que os atuais, que estão a “sair de cena” – até ao lançamento do GT de 4 portas confirmando recentemente pela marca, fabricar-se-ão só mais alguns milhares de exemplares do F-Pace. A ideia é produzir menos para ganhar mais, obviamente beneficiando de margens de lucro maiores, facto que pressupõe, igualmente, a capacidade de atração de "audiência nova". Esta Jaguar “nova” apresentasse-nos sem medo, exuberante, reimaginada (quase...) de fio a pavio e, sobretudo, confiante no poder fenomenal da criadora do E-Type (1961), modelo que Enzo Ferrari como "o mais bonito do mundo"!
Esta "fórmula" recupera o espírito do fundador William Lyons, que não admitia “copiar nada” e ambicionava diferenciar-se pela audácia, originalidade, criatividade, exclusividade e inovação. A equipa que trabalhou na construção da marca “nova” inspirou-se neste princípio e fê-lo de forma ambiciosa e audaciosa, recriando todo o universo da companhia. O próximo passo neste processo de relançamento é a exibição do Design Vision Concept em Miami, EUA, na Semana da Arte – o estudo que antecipa a geração nova de automóveis tem estreia mundial marcada para 2 de dezembro, às 20h00 de Portugal Continental.
Modernismo Exuberante é o nome do conceito criativo que apoia esta transformação da Jaguar, expressando-se, por isso, em todos as áreas de atividade de marca que ambiciona sobressair na paisagem automóvel pela imagem atrevida, exuberante (quase extravagante), intrépida e, sobretudo, muito original. “O nosso fundador dizia que 'Um Jaguar não deve ser uma cópia de nada'. A nossa visão baseia-se nesta filosofia. É audaz, dramática, moderna e disruptiva. Nos últimos 20 anos, não trabalhámos da forma mais correta e, entretanto, o mundo mudou muito, proporcionando-nos esta oportunidade”, explica Gerry McGovern, o homem-forte do “design” da JLR.
'Um Jaguar nunca é a cópia de nada'
O processo inicia-se com a apresentação da identidade da marca nova, com recurso a linguagem visual expressiva capaz de provocar reações positivas e que tem quatro símbolos de mudança: a assinatura, que estreia fonte de letra (chama-se Jaguar Exuberant) combina formas geométricas, simetria e simplicidade; o grafismo linear das barras ou listras longitudinais, que garante um reconhecimento imediato da origem das produtos; o recurso a paleta de cores exuberantes; e, por fim, a reinterpretação do símbolo icónico do Jaguar e o monograma que representa a obra terminada e a perfeição da construção.
"Para recuperarmos marca tão especial, temos de ser destemidos e desafiar convenções. Este processo de reinvenção e transformação recupera a nossa originalidade”, diz Rawdon Glover, administrador-delegado da Jaguar.
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