Posicionando-se de forma cada vez mais independente da Seat na gama da Cupra, o Leon ganha imagem muito expressiva e revisões no equipamento e nas tecnologias que vêm valorizar este desportivo compacto. Entre as motorizações, destaque para a eHybrid (PHEV) com 272 cv e para o 2.0 TSI com 333 cv da versão VZ.
Segundo modelo lançado pela Cupra após a sua emancipação da SEAT, o Leon teve alguma dificuldade em abandonar por completo a imagem do passado e, atendendo também a uma estética pouco diferenciada, acabou por não ter o impacto que a marca esperaria. Porém, a renovação de meio de ciclo do Leon vem tornar o modelo mais agressivo, fazendo condizer a imagem com o nível de prestações ambicionado.
Números taxativos: entre nós, a Cupra progrediu 192% de 2021 para 2022 e 55% de 2022 para 2023. O Leon representou só 1% das vendas em 2022 e 12% em 2023, mas espera-se que consiga cerca de 30% do “mix” no final deste ano...
Esta confiança reside, então, no conjunto de renovações agora aplicadas ao Leon nas carroçarias “hatchback” de 5 portas e carrinha “Sportstourer”, com a marca a procurar, dessa forma, alinhar o ritmo de crescimento do modelo com o da própria Cupra – nomeadamente, numa gama em que o Formentor representa 55% das vendas e o Born (100% elétrico) contribui com 32%.
O arrojo marca a diferença
Um dos objetivos fundamentais da marca catalã foi tratar de dar ao Leon uma faceta mais distinta e facilmente reconhecível como um Cupra. Assim, este automóvel do segmento médio-inferior, categoria que continua a ter grande importância na Europa, beneficia de novidades estéticas na dianteira, capot e secção traseira, as quais lhe conferem uma imagem mais aguerrida.
A frente mais afilada resulta de jogo de linhas entre o "capot" mais longo e baixo que culmina no “nariz de tubarão”, passando o logótipo também para a área superior.
Mas é a grande grelha dianteira em forma de “A” com seis lâminas verticais que mais sobressai, cumprindo efeitos estéticos (maior agressividade) e funcionais (melhoria da refrigeração).
Depois, há uma série de escolhas imagéticas com base na geometria do triângulo: os faróis redesenhados triangulares passam a incorporar grafismo de três triângulos (tecnologia Full LED de série ou LED Matrix em opção). Atrás, o logótipo central ganha preponderância, sendo iluminado e ligando-se aos farolins também com grafismos triangulares. Num detalhe curioso, o nome do modelo passa para segundo plano enquanto a mensagem é mesmo a de dar força à marca – daí a denominação ao centro da tampa da bagageira e a do modelo muito subtilmente inscrita na parte interna dos farolins. Referência, ainda, para o para-choques traseiro bicolor e para o "spoiler" mais volumoso da variante Sportstourer.
Melhorar a tecnologia e o ambiente
Antes de abrir a porta, o condutor é recebido com uma apresentação luminosa de boas-vindas (com luzes dinâmicas e projeção do logótipo no chão), tendo sido um dos atributos melhorados para a marca para enaltecer a ligação emocional com o veículo. Já no interior, mantêm-se elementos como o volante com patilhas na parte posterior (para controlo da caixa DSG) ou os acabamentos bastante cuidados (superfícies do "tablier" com padrões paramétricos 3D para gerar textura visual e materiais macios ao toque na consola central). Por outro lado, num estilo já característico, existem detalhes em cobre (como nas saídas de ar) e, também, em fibra de carbono autêntica.
Mas há também maior sustentabilidade. Os bancos desportivos de série podem ser revestidos em 73% de microfibra reciclada ou em pele ecológica, ao passo que os mais exclusivos bancos CUPBucket (estilo “bacquet”) são feitos em tecido Seaqual Yarn reciclado, bem como de Dinamica com 73% de poliéster reciclado. Quando equipado com os bancos CUPBucket, o ambiente interior, como o painel de instrumentos, a consola central e os puxadores das portas, é apresentado em cinzento Enceladus, enquanto os botões satélite no volante são apresentados em preto brilhante e as saídas de ar e os detalhes da consola central em cromado escuro.
Na vertente tecnológica, o Leon recebe um novo ecrã digital para o painel de instrumentos, bem como um novo sistema de infoentretenimento melhorado (mais rápido no processamento e na resposta aos comandos) manuseável através de um ecrã de 12,9''. Este renovado sistema inclui uma barra de aplicações (“App Bar”) aperfeiçoada, “widgets” e barra para a climatização de forma a ser mais fácil de aceder. As teclas táteis abaixo do ecrã são maiores e são retroiluminadas, eliminando uma das maiores queixas do modelo anterior.
O sistema Wireless Full Link é de série, permitindo conectar sem fios todos os equipamentos com Apple CarPlay e Android Auto.
Também sem fios, o carregador "wireless" passa a ser de 15 W com refrigeração para o "smartphone". Nota, ainda, para um novo sistema de som opcional da Sennheiser Mobility, composto por 12 altifalantes e com 390 W de potência.
Gama variada: do TSI ao PHEV
No capítulo das motorizações, destaque para uma escolha bastante ampla com motores a gasolina (TSI), “mild hybrid” (eTSI), híbrido “Plug-In” (e-Hybrid) e, numa medida já cada vez menos usual no segmento, um motor turbodiesel (TDI), com potências que variam entre os 150 cv e os 333 cv. A escolha de um Diesel para o Leon é justificado pela marca com a visão do segmento C no qual aquela tecnologia ainda representa 20% do mercado (mais 1% do que os elétricos). Aqui, o Leon também ganha pontos, por estar representado na categoria com duas carroçarias.
As opções a gasolina continuam a ter grande representatividade: na base da gama, 2.0 TSI com 150 cv apoiado por caixa manual de 6 velocidades. Está disponível na berlina e na carrinha.
Adicionalmente, o Leon está disponível com opção “mild hybrid” (eTSI), que tira partido da eletrificação ligeira para incrementar a eficiência. Esta versão combina um novo motor 1.5 com 150 cv, um motor de arranque de 48V, uma bateria de iões de lítio e uma caixa DSG. Na prática, este sistema permite desligar o motor térmico nalguns momentos de condução (“roda livre”), reaproveitando a energia das travagens e desacelerações para "suporte" da mecânica de combustão interna durante as acelerações. A tecnologia permite também uma ignição suavizada, através do sistema de 48 V.
Já com maior peso do lado elétrico, os modelos híbridos “plug-in” surgem melhorados, com duas opções eHybrid de nova geração: 204 cv e 272 cv. Ambas estão equipadas com novo motor 1.5 TSI, motor elétrico e bateria com 19,7 kWh de capacidade útil, o que permite uma autonomia puramente elétrica superior a 100 km. Além disso, os tempos de carregamento foram bastante reduzidos, já que passam a admitir-se carregamentos a 50 kW nos postos de carga rápida (26 minutos de 10 a 80%) e a 11 kW numa “wallbox” doméstica (2h30 de 0 a 100%), numa melhoria face ao modelo precedente, já que a potência máxima de carregamento era de 3,6 kW.
O híbrido mais potente (VZ e-Hybrid com 272 cv e 400 Nm) pode ser equipado com sistema de travagem Brembo com pinças de quatro pistões e discos perfurados de maiores dimensões em comparação com as opções de série (370x32mm). Nesta versão, 0-100 km/h em 7,1 segundos (7,3 na carrinha)
No topo das opções estarão duas versões VZ, ambas com motores 2.0 TSI de 4 cilindros, mas com datas de chegada a Portugal previstas para o final do ano ou início de 2025. A primeira tem 300 cv e está disponível tanto na berlina de 5 portas como na carrinha. A segunda e mais potente, com 333 cv, encontra-se apenas na variante mais familiar do Leon e beneficia de recursos específicos, como os travões Akebono, a vetorização de binário ou o sistema de escape Akrapovic. Nesta versão, 0-100 km/h em 4,8 segundos e modo de condução “Drift” que simula a dinâmica de um desportivo de tração traseira.
O Diesel está cada vez mais votado ao abandono no segmento, mas a Cupra mantém-no no Leon novo: o 2.0 TDI com 150 cv está associado apenas à caixa DSG de 7 velocidades.
Com base na arquitetura MQB Evo, os Leon mais potentes retêm as suspensões McPherson à frente e multibraços atrás, exceto nas versões com 150 cv, que dispõem de eixo posterior de torção. No entanto, se a versão 1.5 montar jantes de 19'', o eixo traseiro tem aquitetura multibraços. E estes modelos ainda contam com Controlo de Chassis Adaptativo (DCC), que adapta o amortecimento aos modos de condução – Comfort, Performance, CUPRA e Individual (personalizável) –, havendo ainda a opção de configurar a suspensão em 15 níveis.
Específico para o Leon VZ é o modulador sonoro que reforça o som natural do motor (de acordo com o perfil de condução selecionado), apresentando uma evolução baseada numa nova curva sonora, associada ao som natural, bem como a um conceito "Adrenaline", em que a intensidade sonora é proporcional ao acelerador e às rotações.
Mais equipamento
O lote de equipamento foi bastante reforçado, desde logo com a aplicação “My Cupra”, através da qual é possível aceder a diversas informações do veículo a partir do "smartphone" – climatização, gestão do carregamento da bateria e o fecho e desbloqueio remotos, entre outras opções.
A gama inicia-se nos 36.500 € da berlina com o 1.5 TSI de 150 cv, ao passo que o Sportstourer equivalente orça em 38.000 € (1500 € de diferença entre as carroçarias).
Na segurança, surgem novos elementos, como o Controlo de Velocidade de Cruzeiro Adaptativo Preditivo (ACC), que pode posicionar o veículo com base na rota e nos dados de GPS fornecidos pelo sistema de navegação, permitindo-lhe adequar a velocidade em função da estrada - curvas, rotundas, cruzamentos, limites de velocidade e zonas urbanas.
De igual forma, graças à câmara dianteira, lê os sinais de trânsito e pode ajustar a velocidade automaticamente.
Outras tecnologias relevantes são o Travel Assist e o assistente lateral e de saída do veículo, o qual analisa o ângulo morto e, uma vez estacionado, pode emitir um aviso (acústico e visual) antes de o passageiro abrir a porta caso identifique a aproximação de alguém ou de algum veículo, como um ciclista. De série, conta ainda com sete "airbags", incluindo um "airbag" central frontal.
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