A entrada da gigante chinesa da indústria da eletrónica de consumo no mercado automóvel faz-se em grande! No SU7, autonomia e "performances" ao nível dos melhores entre os melhores...
A ascensão da Xiaomi, empresa tecnológica fundada por Lei Jun, tem sido avassaladora. Dos "smartphones" aos "tablets", passando por desumidificadores, relógios e aspiradores, a marca chinesa tem vindo a impor-se em diferentes áreas da eletrónica de consumo, talvez por propor equipamentos de ponta a preços acessíveis. Agora, aventura no mercado automóvel, com o SU7 como primeira proposta de empresa que procura integrar o veículo de forma holística na vida do proprietário.
E a Xiaomi não faz por menos, pois diz-se alternativa a referências como Porsche Taycan, Tesla Model S ou Mercedes-Benz EQS em termos de "performances" ou autonomia. Numa apresentação global deste automóvel, Lei Jun explicou os pontos fortes do SU7, modelo que pressupõe uma abordagem integrada tecnológica em que o automóvel pode estar ligado aos "smartphones" e aos demais equipamentos domésticos dos proprietários.
A aerodinâmica foi amplamente trabalhada (0.195 Cd), com este modelo a procurar elevada eficiência e carga suficiente para altas velocidades, sobretudo atendendo a que tem uma velocidade de ponta anunciada de 265 km/h. Para este efeito, conta com elementos ativos, como o "spoiler" traseiro retrátil. A estrutura foi concebida com materiais de baixo peso e elevada rigidez, procurando, também, oferecer uma estratégia de gestão térmica otimizada.
Os faróis dianteiros têm uma forma esguia e permitem iluminar até 400 metros de distância, com controlo adaptativo dos máximos para não encadear os outros utilizadores da estrada. As jantes têm diferentes desenhos, entre as mais desportivas e as de efeito aerodinâmico, com medidas que vão das 19 às 21''.
Habitáculo “high-tech”
O interior prima pelo ambiente limpo (o ex-BMW Chris Bangle figura entre os consultores de "design") e, de acordo com Jun, totalmente orientado para as necessidades e conforto dos ocupantes, não faltando bancos desportivos em couro Nappa e muita tecnologia, campo em que o Xiaomi SU7 pretende quebrar todas as fronteiras, propondo sistemas Head-Up Display avançado com 56,0” de superfície, painel de instrumentos escamoteável de 7,1” que varia a apresentação em função do modo de condução selecionado, um ecrã central de altarresolução de 16,1'' com sistema HyperOS novos e mosaicos personalizáveis. No total, o SU7 tem cinco monitores! Tudo no sistema de infoentretenimento está pensado para fácil e rápida interação, com partilha de conteúdos "over-the-air" e dois pontos de carregamento sem fios ("wireless") com potências até 50 kW.
O "cérebro" tecnológico assenta no "chip" NVIDIA Drive Orin, que melhora substancialmente as capacidades de condução autónoma na versão mais avançada
Entre os elementos tecnológicos que também merecem destaque, barra de botões físicos (controlo circular do volume do som ao centro) que se prende, magneticamente, à parte inferior do ecrã central e permite controlar funções de forma simples. Outro detalhe curioso é o de permitir conectividade Wi-Fi e reprodução de conteúdos no "smartphone". E até "walkie-talkies" e difusores de fragrânicas podem ser conectados ao veículo. O sistema áudio tem 25 altifalantes e suporte Dolby Atmos para superior qualidade musical.
Existem quatro cores para o interior e nove para o exterior. A bagageira tem 517 litros e há compartimento de carga adicional na dianteira, com 105 litros. O SU7 tem uma ampla superfície vidrada no tejadilho, que pode chegar aos 5.35 m2. e, de acordo com Lei Jun, oferece uma elevadíssima capacidade de proteção contra o calor.
Técnica desportiva
O SU7 foi desenvolvido para ser funcional e divertido de conduzir, de acordo com o diretor da Xiaomi. Na versão mais potente, SU7 Max, com 673 cv/495 kW e 838 Nm, 0 a 100 km/h em 2,78 segundos, 0 a 200 km/h em 10,67 s e 265 km/h de velocidade de ponta. O modelo conta com controlo de arranque (“Launch Control”), função “Boost” que oferece a potência máxima durante 20 s e sonoridade desportiva no modo de condução mais dinâmico. Não falta, mesmo, uma função de "drift" que transforma este modelo num tração traseira "simulado".
Na versão base do SU7, com a bateria Blade da BYD, com 73.6 kWh de capacidade e motor elétrico com 220 kW/299 cv e 400 Nm de binário, a autonomia homologada em ciclo CLTP é de 700 km. Adicionalmente, 0 a 100 km/h em 5,28 s e velocidade máxima de 210 km/h.
Na versão SU7 Max, que tem bateria CATL Qilin com 101 kWh de capacidade, a autonomia declarada é de 810 km, graças a plataforma com arquitetura elétrica de 871V que otimiza a tecnologia de carregamento. Assim, em 15 minutos, é possível "ganhar" 510 km. Na versão básica, com voltagem inferior (486V), "apenas" 350 km em 15 minutos.
Uma outra versão, denominada Pro, terá apenas um motor elétrico e uma bateria CATL com 94.3 kWh de capacidade, para uma autonomia de 830 km. No entanto, esta versão surgirá apenas numa fase posterior da carreira comercial do modelo.
O chassis avançado tem elementos de fornecedores de renome mundial, como Brembo, Bosch, Continental, ZF e Schaeffler. A este respeito, nota especial para o potente sistema de travagem da Brembo, que permite 33,3 m na medição da distância de imobilização de 100 a 0 km/h. A marca trabalhou numa experiência de condução suave, mas também capaz de agradar aos clientes que procuram um automóvel mais dinâmico.
A versão "standard", na China, tem preço na ordem dos 27.621 € (à taxa de câmbio atual). Já a Max apresenta-se com preço inicial de cerca de 38.400 €
Tecnologicamente, o novo SU7 destaca-se, também, pelo número excecional de sistemas de assistência à condução (Xiaomi Pilot Pro), prevendo-se sistemas com capacidades autónomas num futuro cada vez menos longínquo e todos disponíveis para atualizações remotas"over-the-air".
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