Piloto brasileiro da ABT Cupra na Fórmula E testa os limites da aderência do elétrico novo da marca da Seat no frio da Lapónia, onde o modelo cumpriu etapa importante do plano de desenvolvimento
A Lapónia (Suécia) é um destino muito procurado por muitos dos fabricantes de automóveis durante o inverno, que escolhem o frio e a neve da região para testarem todos os sistemas montados nos modelos novos que estão a desenvolver. A Cupra, neste particular, não é exceção à regra e também experimenta os seus desportivos novos no Hemisfério Norte para assegurar que a dinâmica e fiabilidade correspondem às expectativas. Recentemente, fê-lo com o Tavascan (Novo CUPRA Tavascan Elétrico | CUPRA (cupraofficial.pt)).
Para a mais recente ronda de testes do Tavascan, a marca recorreu aos serviços de Lucas Di Grassi, piloto de 39 anos que representa a equipa ABT Cupra na Fórmula E, campeonato que venceu em 2016-2017, e trabalhou no desenvolvimento de automóvel sob frio e neve pela 1.ª vez. Nesta região, recorde-se, as temperaturas podem chegar aos -35º C.
"Já conduzi em todo o mundo durante muitos anos, mas esta é a primeira vez que conduzo em condições de gelo tão extremas”, referiu piloto habituado a colaborar na otimização de muitos componentes. "Trabalhei como piloto de testes, participando no desenvolvimento tanto de monolugares como de pneus de competição", disse o piloto natural de São Paulo e residente em Monte Carlo, Mónaco.
Validar a dinâmica
Lucas di Grassi esteve ao volante do Tavascan para participar em vários testes, começando pelo de travagem, onde uma superfície que combina gelo e asfalto permite avaliar o nível de aderência e controlo do automóvel: "Estas condições permitem-nos compreender bem o comportamento. Gerando carga sobre o eixo dianteiro, podemos analisar quão imediata é a resposta do carro", diz o piloto, que também submeteu o Cupra a provas de aceleração e maneabilidade em traçado desenhado num lago gelado e preparado para engenheiros e pilotos de teste.
No final do seu turno, o piloto da ABT Cupra confessou-se “impressionado com a facilidade no controlo da sobreviragem” do Tavascan. “Como tem quatro rodas motrizes, podemos, realmente, aplicar toda a potência necessária para mantermos a estabilidade em superfícies escorregadias”.
O veículo é submetido a centenas de provas. Entre as mais exigentes, encontra-se o teste de durabilidade, onde o automóvel tem de percorrer 30.000 quilómetros, dia e noite, para monitorização do comportamento em diferentes superfícies e otimização da "performance".
Centro de testes
A localização do centro de testes da Cupra é secreta para não atrair atenções indesejadas, mas mais de 100 engenheiros da marca, das áreas de investigação e desenvolvimento, passam pelas instalações entre novembro e março. Entre eles, o próprio Vice-Presidente de Investigação e Desenvolvimento, Werner Tietz, que assistiu à colaboração do brasileiro Lucas di Grassi e supervisionou o processo de desenvolvimento do Tavascan.
"Para nós, é importante que o automóvel ofereça binário e potência suficientes para tornar a condução divertida. Estes testes são muito úteis para ajustarmos e afinarmos aspetos como a atuação do controlo de estabilidade em condições de baixa aderência", declarou o responsável pela área de desenvolvimento da Cupra.
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