Kia Stonic 1.0 T-GDI Drive 7DCT
- Pedro Junceiro
- 25 de ago.
- 4 min de leitura
Exemplo de longevidade assinalável, o Stonic assume o papel de “crossover” mais acessível da gama Kia, propondo visual ainda atual a preço que pode ser considerado muito convidativo, mesmo na motorização 1.0 T-GDI de 100 cv associada a caixa automática de sete velocidades. Uma combinação que… está para durar.

Lançado em 2018, o Kia Stonic é reminiscente de uma outra fase de crescimento da marca sul-coreana, ajudando-a a conquistar um espaço muito relevante no segmento dos “crossovers” de segmento B, cuja popularidade explodiu desde então. Mas o Stonic é também um dos modelos mais resilientes do mercado automóvel, já que se mantém a sua receita praticamente inalterada desde o lançamento, mesmo que tenha recebido pequenos ajustes ao longo dos anos para fazer face aos rivais mais recentes que vão surgindo.
O aspeto jovial e irreverente continua a ser um argumento do Stonic, mesmo que a filosofia estilística da Kia se tenha alterado nos últimos anos, valendo a pena destacar atributos como as proteções inferiores da carroçaria, as jantes de liga leve de 17 polegadas, ou as barras de tejadilho em cromado, num conjunto que se mantém coeso e chamativo.

O interior é o ponto em que apresenta detalhes menos positivos já que é quase totalmente composto por superfícies em plástico duro, sobressaindo mais pela noção de robustez de construção do que pela noção de refinamento nos materiais.
Ainda assim, a ergonomia durante a condução não merece reparos, dispondo de algumas mordomias como o painel de instrumentos digital com ecrã ao meio de 4,2 polegadas “Supervision” para as informações de condução. Ao centro encontra-se o ecrã de 8,0 polegadas para o sistema de infoentretenimento, o qual dispõe de apresentação simples, mas que garante conexão por Bluetooth a smartphones e integração de Android Auto e Apple CarPlay, além de oferecer ainda serviços remotos Kia Connect e teclas físicas de atalho para as várias funcionalidades. Elogie-se ainda o módulo independente para as funções de climatização na consola central, resultando pragmático.
Há ainda espaços de arrumação em número suficiente e a habitabilidade é correta para um modelo de 4.140 mm de comprimento, proporcionando espaço adequado para dois adultos nos lugares posteriores tanto na área das pernas, como na altura ao tejadilho. Na média do segmento, a capacidade da bagageira situa-se nos 352 litros (expansível até aos 1.155 litros com o rebatimento dos encostos traseiros), beneficiando de dois patamares para o piso.

Bom desempenho
A gama de opções de motores do Stonic compreende apenas blocos a gasolina, estando a unidade ensaiada equipada com bloco 1.0 T-GDI de 100 cv de potência e 172 Nm de binário disponível logo às 1.500 rpm, associado à caixa automática de dupla embraiagem de sete velocidades.
Se os dados técnicos poderiam indiciar falta de energia, a experiência de condução revela precisamente o oposto, já que o Stonic 1.0 T-GDI DCT surpreende pelo desempenho muito satisfatório e, sobretudo, pela forma como responde desde baixos regimes, não sendo alheia a isso a boa atuação da caixa DCT, com passagens rápidas entre mudanças e “interpretação” correta dos diferentes momentos de condução.

Desta forma, o Stonic revela potencial para muito mais do que apenas viagens urbanas, já que responde de maneira eficaz em aceleração e nas recuperações, combinação que é útil quando é preciso efetuar uma ultrapassagem ou aceder a uma via rápida, sendo necessário destacar, uma vez mais, o funcionamento da caixa automática. Peca unicamente por não ter patilhas atrás do volante para facilitar o controlo da caixa, que pode ser controlada sequencialmente pela alavanca na consola central. O consumo médio obtido em trajeto misto de 100 km foi de 6,1 l/100 km, valor muito positivo para este motor de três cilindros, praticamente em linha com os 5,9 l/100 km anunciados pela Kia.
Dinamicamente, o Stonic volta a merecer elogios no comportamento: além da estabilidade elevada em curva e em via rápida, o Stonic não penaliza o conforto, mostrando então um bom equilíbrio que agradará aos condutores que procuram um modelo ágil e confiável sem penalizar a qualidade da viagem. Nota para o facto de os modos de condução “Eco”, “Normal” e “Sport” não terem diferenciação muito ampla, valendo, essencialmente, pela alteração dos regimes máximos de passagem de caixa.
Opção válida
Num momento em que os preços dos automóveis novos parecem estar em trajetória ascendente, o Stonic procura fazer da relação preço/equipamento um atributo incontornável, sem deixar de ser um modelo muito polido e competente globalmente.
A versão com caixa automática é aquela com custo mais elevado da gama, sendo proposta por 22.490€ (preço com campanha promocional de 3.500€), num fator que dá ao Stonic um argumento que pode ser decisivo, não só porque as prestações saem beneficiadas mas também pela tranquilidade acrescida quando se conduz em cidade ou no trânsito mais compacto.
Além disso, o Stonic preenche os requisitos fundamentais em matéria de equipamento no nível Drive: a lista de itens é convidativa, destacando-se alguns equipamentos como a câmara traseira, o cruise control, os assistentes de segurança diversos, o ar condicionado automático, os sensores de chuva e de luminosidade, o ecrã central de 8,0 polegadas ou as jantes de 17 polegadas. A pintura metalizada (500€) é o único opcional, num “crossover” que, brande ainda como argumento a garantia geral de 7 anos ou 150.000 km.

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