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Foto do escritorPedro Junceiro

Seul proíbe elétricos carregados acima de 90% em parques subterrâneos

Nova medida das autoridades de Seul visa proibir a entrada de automóveis elétricos com mais de 90% de carga na bateria em parques de estacionamento subterrâneos. Esta é a resposta a um incêndio recente que teve início num carro elétrico num parque de estacionamento de Incheon



A autoridade metropolitana de Seul, na Coreia do Sul, vai implementar novas regras relativas ao estacionamento de veículos elétricos em parques subterrâneos, em resposta ao recente incêndio que teve lugar num estacionamento de Incheon, causando danos em 140 veículos estacionados nas redondezas, além de cortes no abastecimento de água e de eletricidade a vários outros prédios.

 

Em virtude deste incêndio, o medo em relação aos carros elétricos ganhou contornos de âmbito nacional, com muitos estacionamentos em condomínios a imporem, de imediato, regras de limitação no acesso aos carros elétricos.



Para tentar encontrar respostas, as autoridades reuniram-se para debater a questão, com as principais medidas – que poderão entrar em vigor no final de setembro – a passarem pela proibição de acesso aos parques de estacionamento subterrâneos a veículos elétricos com bateria acima de 90% do estado de carga e um limite de carregamento rápido em postos públicos de 80%.

 

Estes planos são adiantados pelo jornal coreano Korea JoongAng Daily, que dá conta também do desagrado dos utilizadores dos veículos elétricos e dos próprios responsáveis do setor num país que tem grande peso na produção de baterias elétricas para veículos automóveis.

 

O Professor Yoon Won-sub, que ensina ciências energéticas na Universidade de Sungkyunkwan e é também diretor de um centro de investigação dedicado às baterias, gerido conjuntamente pela universidade e pela Samsung SDI, critica estas medidas e não acredita que as mesmas tenham qualquer relação.



“O carregamento excessivo não é o fator determinante de um incêndio. Os veículos elétricos são concebidos, desde o início, para nunca atingirem uma carga completa, mesmo que o painel de instrumentos indique que estão a 100%. É um argumento não comprovado que as baterias apresentam um maior risco de incêndio quando estão totalmente carregadas”, é citado Won-sub no Korea JoongAng Daily, que vai mesmo ao ponto de apelidar estas medidas de “caça às bruxas”.

 

O mesmo meio recorre ainda à Agência Nacional de Incêndios para apontar que, do total de 139 fogos a envolverem carros elétricos nos últimos três anos na Coreia do Sul, apenas 26 tiveram origem no carregamento, enquanto 36 ocorreram com o veículo estacionado.

 

Após investigação, sabe-se que o Mercedes-Benz EQE (equipado com bateria da chinesa Farasys) que causou o incêndio de Incheon não estava a carregar, permanecendo então envolto em mistério a origem do fogo.


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