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XPENG G6 AWD Performance

Os fabricantes europeus não devem preocupar-se com os chineses apenas produzirem automóveis mais baratos e subsidiados pelas autoridades de Pequim, combinação por detrás de concorrência muito viciada, mesmo adotando-se taxas protecionistas na Europa. Prova-o este XPENG G6 AWD Performance, Sport Utility Vehicle (SUV) com recursos suficientes para ombrear com adversários “premium” bem mais credenciados. Nesta versão com dois motores e quatro rodas motrizes, 476 cv e (promessa de) até 550 km de autonomia.


XPENG G6 AWD Performance

A XPENG encontra-se no nosso País desde setembro de 2024 e, nos primeiros 100 dias da operação em território nacional, vendeu 100 automóveis elétricos, número que demonstra o potencial de marca criada só em 2014 e que tem, legitimamente, a ambição de conquistar o estatuto de fabricante chinês de referência no mercado “premium”. A empresa tem apenas três produtos no catálogo, mas o mais atrativo é, não duvide, este G6, que testámos na versão de topo, com dois motores, tração integral e bateria com 87,5 kWh de capacidade. Este SUV com 4,753 m apresenta-se-nos como concorrente direto do Tesla Model Y.


Comparado com o “best-seller” europeu de 2023, antecipem-se as primeiras conclusões, ganha tanto no conforto como na qualidade, mas perde na eficiência e, sobretudo, no preço.

O G6 tem habitáculo muito espaçoso e quase sem controlos físicos (encontramo-los nas portas, para os vidros elétricos, e pouco mais…). A posição de condução é sobrelevada, característica habitual num SUV, e o banco regula-se eletricamente. No interior, número suficiente de compartimentos para arrumação, mas o XPENG não conta com porta-luvas – e, assim, espaços fechados apenas na consola entre os bancos dianteiros. As entradas e saídas do interior são amplas e fazem-se com facilidade. A mala tem 571 litros, capacidade que pode aumentar para 1374 com o rebatimento dos encostos traseiros e os cabos de carregamento da bateria podem arrumar-se sob o piso da bagageira. De série, tejadilho panorâmico em vidro.



Na gama G6, apenas três propostas de motorizações e zero opções em matéria de níveis de equipamento, o que também explica o número muito reduzido de extras: RWD Standard Range com 258 cv (190 kW), RWD Long Range com 286 cv (210 kW) e AWD Performance com 476 cv (350 kW) – o primeiro (46.990 €), percorre até 435 km, o segundo (51.290 €) até 570 km e o terceiro até 550 km (59.990 €). Neste SUV com 4,753 m de comprimento e 2,890 m entre eixos, só a versão na base da gama dispõe de bateria do tipo LFP (fosfato de ferro de lítio) com 66 kWh de capacidade.

 

Nas outras, baterias NMC (níquel, cobalto, manganês) e 87,5 kWh de capacidade. As segundas têm materiais mais raros (e caros) do que as primeiras, que também apresentam menos densidade de energia, mas são superiores, principalmente, no custo de produção, na longevidade e na sustentabilidade. Isto, na prática, para os condutores, é informação desinteressante. Preocupa-os, sobretudo, a autonomia e o tempo de carregamento.


XPENG G6 AWD Performance

O G6 baseia-se na plataforma SEPA 2.0 da XPENG, que tem arquitetura elétrica de 800 V. No SUV, apenas este Performance tem quatro rodas motrizes, por dispor de motores nos dois eixos: no dianteiro, que é de indução, 190 cv (140 kW) e 220 Nm, no traseiro, do tipo síncrono, 286 cv (210 kW) e 440 Nm. O rendimento combinado é de 476 cv (350 Nm) e 660 Nm. Assim, este automóvel, embora pesado (2120 kg), ganha velocidade com muita rapidez – fá-lo nas acelerações e nas recuperações –, o que beneficia o conforto, o prazer e a segurança, na condução, como ilustra o 0 a 100 km/h “à desportivo”: 4,1 segundos, selecionando a função Launch do modo de condução Sport. Para proteção da autonomia, a velocidade máxima apresenta-se limitada a 200 km/h.


A XPENG apresenta-se como marca muito empenhada na rapidez do processo de transição para a mobilidade elétrica e ambiciona impor-se como um fabricante de referência no capítulo tecnológico. A empresa já conta com quase 650.000 carros nas mãos dos clientes e, considerando os produtos que comercializa, o potencial de crescimento é enorme. No G6, nos materiais e na montagem, qualidade acima da média (neste capítulo, aproxima-se bastante dos produtos “premium” alemães com que compete!...).


XPENG G6 AWD Performance

O posicionamento diferenciado da XPENG explica, por exemplo, o investimento na arquitetura elétrica de 800 V, que permite carregamentos ultarrápidos das baterias (até 280 kW com corrente contínua, o que permite recuperar o armazenamento de carga, de 10% para 80%, em 20 minutos!). Mais: a bateria arrumada entre os eixos encontra-se integrada na estrutura de modelo que tem carroçaria construída com recurso a muito alumínio. Trata-se de combinação que aumenta a rigidez, diminui o peso e, por isso, tem impacto direto positivo na autonomia e na condução (mais estabilidade e precisão). O sistema elétrico é bidirecional, o que permite fornecer eletricidade a equipamentos externos, e o sistema de recuperação e regeneração de energia conta com quatro níveis de atuação e admite regulação de acordo com as necessidades.


XPENG G6 AWD Performance

O G6 Performance apresenta-se muitíssimo bem equipado de série, o que reduz o potencial de personalização do automóvel, por quase não existirem opcionais (na versão ensaiada, como extra, apenas a pintura metalizada, por 900 €). Tratando-se de automóvel elétrico moderno, o XPENG apresenta-se, também, digitalizado. No painel de bordo, lado a lado monitores digitais para a instrumentação (10,25’’) e o sistema multimédia (14,96’’), que dispõe de tecnologia de reconhecimento de voz (existe até altifalante integrado no apoio de cabeça do condutor). Mas, “no melhor pano”… Como acontece na maioria dos automóveis chineses, erros de tradução (e português com sotaque) a mais nos textos das informações.

 

O pacote de assistências à condução também é completíssimo – de acordo com a marca, combina cinco radares, 12 sensores ultrassónicos e 12 câmaras –, e todos dos dispositivos funcionam corretamente e nenhum tem atuação muito intrusiva.


XPENG G6 AWD Performance

Considerando as dimensões do G6, desempenho dinâmico competente. Agilidade e precisão suficientes em curva, mesmo tratando-se de automóvel equipado com amortecimento passivo (a suspensão controla bem os movimentos da carroçaria), conforto de rolamento mais do que razoável. A direção tem três níveis de resposta (Comfort, Standard e Sport), o que muda a assistência e o tato, e também existem quatro modos de atuação da travagem ou do sistema de regeneração (Low, Médio, High e X-Pedal) – pormenor importante: nem o mais contundente, o quarto, pára o XPENG, o que obriga a recorrer sempre ao pedal do travão. Em contrapartida, quer na suavidade de rolamento, quer no silêncio a bordo (isolamento acústico ótimo), bravo!



No G6, quatro modos de condução, que intervêm na resposta aos movimentos no acelerador, na regeneração de energia durante as desacelerações e travagens e na sensibilidade da direção: Eco, Standard, Sport e Individual. Neste teste, elegemos o segundo, uma vez que o primeiro privilegia demasiado a eficiência e limita muito a condução. No consumo, 26 kWh em autoestrada, 10 kWh em cidade e média de 17 kWh. E, assim, aproximámo-nos “q.b.” dos 550 km de autonomia reivindicados pela marca chinesa.


XPENG G6 AWD Performance

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