Suzuki Vitara 1.4 T S3 4WD AT
- Pedro Junceiro

- há 10 horas
- 4 min de leitura
Sinónimo de longevidade e robustez, o Vitara é um dos carros mais emblemáticos da Suzuki no mercado europeu e continua a diferenciar-se pela facilidade de utilização em diversos tipos de piso, sobretudo se equipado com tração integral. Disponível em versão a gasolina com tecnologia “mild hybrid”, este Sport Utility Vehicle (SUV) continua a apresentar-se como uma aposta segura num mercado muito "povoado".

O Vitara é um símbolo de longevidade: lançada em 2015, a geração atual, que é a quarta desde a introdução da original, em 1988, beneficia de atualizações frequentes que mantêm o modelo entre os mais importantes da marca japonesa. Entre as novidades no SUV, tecnologia (tanto de conectividade, como de segurança) e intervenção técnica para mais eficiência. E, assim, o Suzuki continua a ter argumentos mais do que suficientes para atrair condutores que procuram pragmatismo e robustez, e competências fora de estrada pouco comuns entre os rivais no segmento em que concorre.
Na parte estética, o Vitara mantém visual quase inalterado, destacando-se pela grelha em preto de grande volumetria, mas também pela possibilidade de contar com pintura bicolor (tejadilho contrastante), além de dispor de jantes de 17'' com superfícies polidas e pneus 215/55.

Já no interior, registam-se algumas melhorias no domínio da tecnologia, como o ecrã tátil de 9'' no centro do painel ao centro ou os sistemas de segurança novos, cumprindo, assim, com as regulamentações europeias mais recentes, que obrigaram a este reforço. O monitor alberga o sistema multimédia e é fácil de compreender, embora o grafismo não impressione pela modernidade, podendo, também, apontar-se a rapidez de atuação como aspeto a melhorar no futuro. Seja como for, tem todas as funcionalidades mais “pedidas”, incluindo conexão sem fios para Android Auto e Apple CarPlay, e navegação.
O painel de instrumentos combina manómetros analógicos com ecrã digital LCD de 4,2'' e diversas informações, da a velocidade aos consumos, passando por imedidor de forças g ou registos de acelerações e travagens. Tal como no ecrã central, também pode ser apresentado um grafismo em tempo real com a atuação do sistema “mild hybrid”. A forma de alternar as informações, através do ponteiro que ativamos no próprio painel, não é muito moderna, mas cumpre a função...

A construção não merece reparos, demonstrando robustez na montagem e na integração dos diversos painéis, embora seja preciso notar que o interior é dominado por plásticos duros, ainda que existam algumas apontamentos mais cuidados no painel de bordo (revestimentos cromados) e nas portas dianteiras (camurça). A ideia transmitida pelo Vitara é de que este é um automóvel construído de forma racional e sem rasgos de exuberância, mas muito competente na solidez, como é apanágio da Suzuki, com ergonomia correta e intuitiva ("vide" os comandos físicos da climatização).
Medindo 4,18 m de comprimento, o Vitara é adequado para quatro adultos: os dois lugares traseiros oferecem muito espaço em comprimento e altura, pecando só na largura ao nível dos ombros. Seja como for, atendendo às dimensões compactas, o Suzuki revela bons predicados para famílias jovens, valendo-se ainda de bagageira com capacidade apreciável – 362 litros e piso com duas alturas de fixação. Ou seja, este SUV é uma proposta apelativa para quem procura um compacto com espaço atrás e na mala.

Condução animada
A versão ensaiada tinha a motorização 1.4 T (Boosterjet) com 4 cilindros, 110 cv e 235 Nm, binário máximo disponível logo às 2000 rpm. Este mecânica é coadjuvada por sistema MHEV com motor elétrico (16,6 cv/12,2 kW e 50 Nm), conjunto que torna a condução muito animada. Mercê desta conjugação, e do contributo da caixa automática de 6 velocidades com escalonamento curto, o Vitara responde com bastante energia desde baixo regime, aqui com a atuação do motor elétrico a ser determinante para oferecer um desempenho muito convincente, e que sugere até dispor de mais potência do que os 110 cv anunciados. Isso permite-lhe movimentar-se com fôlego, o que é notório, sobretudo, nas recuperações.
Dispondo de sistema de tração integral 4WD AllGrip Select, a entrega da potência é feita de maneira distinta, e em função dos diferentes tipos de terreno: o mais comum é o Auto, que oferece a melhor combinação entre prestações e eficiência. O eixo traseiro ativa-se apenas em situações de perda de motricidade.
Depois, existem modos distintos para atuações específicas: o Snow (neve) melhora a aderência em pisos de neve e superfícies escorregadias, suavizando a entrega da potência, enquanto o Sport acentua a rapidez de resposta do acelerador, mas não transforma o Vitara num desportivo. Nos terrenos realmente complicados, o Lock (bloqueio) força a entrega da potência às quatro rodas e atua em coordenação com o ESP, para reforço da motricidade. Os modos de condução são selecionáveis em comando rotativo na consola central.
O conjunto mecânico é complementado pela caixa automática de 6 velocidades, com patilhas atrás do volante para controlo manual, e relações curtas, escalonamento que dá ânimo suplementar à condução, e valoriza as prestações e a facilidade de condução, ainda que, ocasionalmente, mostre algumas indecisões, arrastando uma relação sem razão aparente (consequentemente, o ruído aumenta). Nesses casos, o recurso à patilha ajuda.

Os consumos moderados são outro ponto a favor do Suzuki, com registo de 5,8 l/100 km, média em linha com o valor homologado, o que demonstra que o Vitara é um automóvel muito equilibrado na relação entre desempenho e economia. Aborde-se, por fim, o compromisso correto e seguro do comportamento, pautado pelo ajuste equilibrado entre conforto e firmeza do amortecimento. Isto traduz-se num SUV com movimentos de carroçaria sempre previsíveis, mesmo em ritmos mais fortes, sem com isso prejudicar a suavidade da suspensão. A distância ao solo e as jantes de 17'' também lhe permitem sair do asfalto com naturalidade.

O nível de equipamento de topo (S3) compreende elementos como jantes de liga leve, retrovisores exteriores rebatíveis eletricamente, volante em pele, acabamentos em cinzento no painel de bordo, sistema de som mais completo e revestimentos dos bancos em tecido e pele. O Vitara 1.4 S3 AllGrip preenche os requisitos de quem procura um SUV compacto bastante ágil em cidade, mas também com a robustez necessária para sair fora do asfalto. E motorização sempre disponível e capaz de boas prestações. A segurança proporcionada pela tração integral faz com que não tenha muitos rivais no segmento, mas eleva o preço para 34.281 €. Querendo-se apenas tração dianteira, 31.267 €.








































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