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ACEA pede revisão do plano da UE

Ola Källenius, Diretor-Executivo da Mercedes-Benz e presidente da Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA), alertou para a necessidade de rever o caminho traçado pela União Europeia (UE) para a proibição do comércio de automóveis novos com motores de combustão a partir de 2035, assinalando os riscos potenciais da transição para a economia do continente.


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O abrandamento na procura de automóveis novos 100% elétricos começa a tornar-se difícil de contornar por parte de muitos dos protagonistas da indústria. Várias marcas, incluindo Audi, Bentley e Alfa Romeo, já anunciaram a revisão dos planos de eletrificação, alinhando-se, dessa forma, com um nível de interesse que não teve a adesão que os fabricantes e os reguladores europeus antecipavam há alguns anos.

 

A “voz” mais recente a criticar o plano da UE de limitar as vendas de automóveis novos a tecnologias sem emissões poluentes (resta saber se os “e-fuels” poderão ser incluídos na categoria) é Ola Källenius, da Mercedes-Benz. Embora a marca alemã mantenha o compromisso para com a eletrificação, preparando mesmo o lançamento de gama nova de carros sem mecânicas térmicas, casos do CLA e do GLC, o sueco está convencido sobre a necessidade de rever o plano da UE, argumentando com potenciais problemas para a economia do continente por via dos reajustes necessários em termos laborais.

 

Em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt, o sueco apresentou uma visão muito pouco positiva da indústria automóvel europeia, se nada for feito para alinhar as pretensões regulamentares com a realidade: “Temos de fazer uma análise objetivo. Caso contrário, vamos a toda a velocidade contra a parede”, diz Källenius.


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Enquanto representante máximo da ACEA, o “patrão” da Mercedes apela aos decisores europeus que não estabeleçam uma data concreta para o fim dos motores de combustão, mas que estimulem a venda de elétricos por meio de preços baixos de eletricidade nas estações de recarga e vantagens fiscais, dois pontos que entende serem cruciais para uma transição mais sustentada quer para os consumidores, quer para os construtores.

 

“É claro que temos de descarbonizar [o setor dos transportes], mas isso tem de ser feito por via da neutralidade tecnológica. Não podemos perder de vista a economia”, afirmou, ponto de vista muito semelhante ao preconizado pelo português Carlos Tavares, ex-diretor da Stellantis, que criticou várias vezes a imposição de um caminho único para a neutralidade carbónica.


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Cenário adverso 

Por outro lado, além dos problemas relacionados com a procura de elétricos na grande maioria dos mercados globais, os fabricantes encontram-se confrontados com a chegada de mais rivais oriundos da China e as tarifas impostas por Donald Trump, presidente dos EUA. Recentemente, a ACEA anunciou que cerca de 15% dos automóveis matriculados na EU na primeira metade do ano eram 100% elétricos, percentagem que baixava para 8,5% nos comerciais ligeiros e 3,5% nos pesados. Ainda assim, note-se, existe uma variação positiva de 22% nos números de ligeiros de passageiros elétricos a bateria na EU, comparando períodos iguais de 2024 e 2025, com cerca de 869.000 elétricos registados.

 

Ainda de acordo com a ACEA, “os registos empresariais representam cerca de 60% do mercado automóvel da UE e quase 100% no caso dos comerciais. Por isso, são necessárias, urgentemente, medidas específicas e inteligentes, adaptadas aos diferentes segmentos, para impulsionar a adoção da tecnologia”.

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