A marca italiana regressa ao segmento B com o Milano, modelo direcionado para geração nova de condutores, orientação que explica tanto estética arrojada como o investimento nas tecnologias da eletrificação, anunciando-se duas versões sem emissões de escape.
Lançado na cidade de Milão, considerada a “casa” da Alfa Romeo, o novo Milano é a expressão mais compacta da marca italiana que dá continuidade ao seu plano de eletrificação com um modelo que é o primeiro automóvel 100% elétrico da Alfa Romeo em duas variantes.
Jean-Philippe Imparato havia prometido um modelo compacto capaz de respeitar o legado da Alfa Romeo com um foco desportivo e o resultado é o Milano, destinado ao segmento mais populoso da Europa, entre os segmentos SUV-B e SUV-C. Garantindo que o Milano “conduz-se melhor do que qualquer outro carro equiparável do segmento”, o CEO da Alfa Romeo aponta o Milano aos condutores dos antigos MiTo e do Giulietta, “que me escreviam todos os dias a pedir os seus regressos. Eis aqui o Milano”.
Desenhado pelo Centro Stile de Turim, em Itália, o Milano revela uma estética bastante diferente, mas procurando aliar os traços de desportividade da marca e da funcionalidade de nova geração. Ao fazê-lo, procura apelar a uma nova geração de condutores, para quem as expectativas mudaram ao longo desta última década, muito mais focada na experiência do que apenas na posse.
Imagem compacta e nova grelha
O novo Milano é compacto (4,17 metros de comprimento, 1,78 m de largura e 1,5 m de altura), mas aposta num formato robusto, com cavas das rodas mais volumosas ou a icónica "cauda truncada", uma referência ao lendário Giulia TZ. Mas é a grelha reinterpretada que chama a atenção na dianteira, ganhando em dimensão e no desenho nas variantes Leggenda e Progresso. Os faróis "3+3" Full LED Matrix adaptativos também estão presentes neste desenho tão peculiar.
No interior, Imparato salientou a ideia da qualidade adaptada aos cânones desportivos da Alfa Romeo, algo que a marca italiana garante ter alcançado, através da “utilização dos melhores materiais e a colocação de todos os comandos ao alcance do condutor, como demonstrado pelo volante compacto”.
A componente digital é valorizada pelo painel de instrumentos digital TFT de 10,25" para aceder aos dados do automóvel e às definições das tecnologias de condução e pelo sistema de ecrã tátil de 10,25" desenvolvido para trabalhar com widgets, com componentes gráficos, que podem ser personalizados através de um movimento de arrastar e largar.
Cada utilizador pode criar a sua própria página inicial, onde cada uma das funcionalidades do automóvel é uma aplicação em si. Além de dispor dos elementos de conectividade já indicados, o Milano passa a contar com assistente por voz (“Hey Alfa”) e inteligência artificial integrada pelo ChatGPT, sistema EV Routing que gere as necessidades de carregamento do cliente e conjunto de elementos do "Alfa Connect Services", com tecnologia de atualizações over-the-air (OTA) para ter os mapas e o software do automóvel sempre atualizados.
Num detalhe de elegância, as saídas do ar condicionado têm a forma de um Quadrifoglio (trevo de quatro folhas), o símbolo da desportividade da Alfa Romeo, enquanto os bancos desportivos Sabelt com um encosto envolvente permitem aumentar o apoio dos passageiros dianteiros.
O compartimento de carga oferece 400 litros, acessível através da tecnologia mãos-livres com portão da bagageira elétrico, mas há ainda outro elemento de funcionalidade na dianteira, onde uma segunda bagageira (“frunk”) permite organizar os cabos de carregamento das versões elétricas.
A pensar na condução
Procurando focar-se na contenção de peso e numa distribuição de massas otimizada, o Milano foi desenvolvido pela mesma equipa que coordenou o desenvolvimento dinâmico do Giulia GTA no centro de testes de Balocco, na província de Vercelli, com o objetivo claro de torná-lo num modelo referencial no que toca à condução, mais uma área da lógica de experiencialismo que a Alfa Romeo procura oferecer agora.
Quanto a motorizações, a gama divide-se entre a “Ibrida” e a “Elettrica”, denominações que resumem os conceitos subjacentes ao tipo de locomoção. A configuração “Ibrida” corresponde ao sistema motriz mild-hybrid 48 v com motor 1.2 a gasolina de 136 cv e turbo de geometria variável, podendo este também contar com sistema de tração integral Q4 com gestão automatizada do eixo traseiro. A componente elétrica associada ao motor 1.2 é composta por uma bateria de iões de lítio de 48 v e um motor elétrico de 21 kW integrado na caixa de dupla embraiagem de seis velocidades, a qual trabalha em conjunto com o inversor e a unidade de controlo da transmissão para garantir a máxima eficiência.
Já a vertente “Elettrica” surge com dois níveis de potência – 156 cv e uma autonomia de até 410 quilómetros (590 quilómetros em ciclo WLTP urbano)e, na opção de topo, a Veloce de 240 cv com características de chassi específicas. Ambas as versões contam com bateria de iões de lítio de 54 kWh, a qual pode ser recarregada a um máximo de 100 kW nos postos de carga rápida (DC), nos quais são necessários menos de 30 minutos para carregar a bateria de 10 a 80%.
A versão Veloce, de topo, com o motor elétrico de 240 cv, recorre a soluções como a direção especialmente calibrada para ser extremamente precisa (14.6), suspensão desportiva rebaixada em 25 mm, barras estabilizadoras dianteiras e traseiras, sistema de travagem com discos dianteiros de mais de 380 mm e pinças monobloco de quatro êmbolos e o diferencial Torsen para uma melhor tração possível em todas as condições. Os pneus de 20" de alto desempenho são também específicos para veículos elétricos.
O Milano também inclui o sistema Alfa D.N.A., em que o modo "Dynamic" se foca no máximo desempenho, fruto da calibração específica da direção e do acelerador. O modo “Natural” está pensado para o equilíbrio entre desempenho e conforto, enquanto o modo "Advanced Efficiency" foi calibrado para obter a máxima eficiência energética, reduzindo o consumo sem afetar o prazer de condução. Por fim, apenas na versão híbrida Q4, está disponível um quarto modo denominado Q4, para condições de baixa aderência.
Os sistemas de segurança avançados estão também incluídos no Milano, com uma série de funcionalidades de assistência ao condutor para condução autónoma de nível 2, a que se juntam ainda os sensores de estacionamento de 360°, a câmara traseira de 180° e sistema de estacionamento semiautónomo.
Gama prevista
O Milano será proposto com uma estratégia de gama que visa facilitar a configuração do veículo: as quatro versões “Ibrida” de 136 cv de tração dianteira e Q4 juntam-se às “Elettrica” de 156 cv e de 240 cv, com três packs a completarem a oferta.
O Techno melhora a segurança e outros atributos de tecnologia, como a condução autónoma de nível 2, a porta traseira elétrica com mãos livres, as luzes LED Matrix e a navegação conectada com assistente virtual, ao passo que o Premium melhora o conforto e a exclusividade, com o interior em tecido vinílico, banco do condutor com comando elétrico e função de massagem, iluminação ambiente interior e pedais em alumínio. Por fim, o Sport foca-se na vertente desportiva, com bancos Sabelt, estofos em Alcantara e elementos exteriores desportivos.
Em Portugal as encomendas do Milano serão abertas durante o próximo mês de maio, momento em que serão comunicados os preços da gama. Em Itália, o preço de entrada situa-se abaixo dos 30.000€
No lançamento, terá ainda direito a versão especial Speciale, disponível com o mild-hybrid de 136 cv e com o elétrico de 156 cv, contando com detalhes especiais como o emblema "Progresso", os acabamentos desportivos mate com apontamentos em vermelho Arese e as jantes de liga leve de 18" "Petali". O interior demarca-se pela combinação entre pormenores desportivos e requintados, como os revestimentos em vinil e tecido "Spiga", volante em pele e o banco do condutor com comando elétrico e função de massagem. Esta versão está também equipada com um carregador trifásico de bordo de 11 kW.
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