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Foto do escritorJosé Caetano

Astara tem Sanz e Pita no Rali Dakar de 2024

Atualizado: 23 de fev.

Em janeiro de 2024, pela terceira vez e de forma consecutiva, Astara Team em ação na Arábia Saudita, no rali-raide mais importante e mediático do desporto motorizado. Nos 02 Concept, protótipos inscritos na categoria automóvel número um (T1 Ultimate) duas pilotos: Laia Sanz e Patricia Pita! Objetivo: atingir a meta em Yanbu!


É o início da contagem decrescente para o rali-raide mais importante e mediático no calendário do desporto motorizado, com a apresentação das primeiras equipas para a edição 46 do Dakar, rali que a Amaury Sport Organisation (ASO) realiza pela quinta vez consecutiva nos desertos da Arábia Saudita, novamente como primeira etapa do W2RC, o campeonato criado em 2022 com as colaborações da Federação Internacional do Automóvel (FIA) e a Federação Internacional de Motociclismo (FIM). Em 2024, para cumprir de 6 a 19 de janeiro, percurso com mais 5000 km, a maioria (60%) em territórios inexplorados! O Astara Team apresenta-se na competição pela 3.ª vez, também de forma consecutiva, entregando o comando dos dois 02 Concept de origem sul-africana (fabrica-os a Century) a duas pilotos: a espanhola Laia Sanz e a uruguaia Patricia Pipa. 



Os 02 Concept da equipa Astra encontram-se inscritos na categoria automóvel mais importante (T1 Ultimate). Os buggies com tração às rodas traseiras (T1.2) têm mecânicas V6 2.9 biturbo de origem Audi e alimentadas por combustível sintético, o que significa combustão livre de CO2. A fórmula é nova, por representar uma evolução importante da adotada tanto em 2021 como em 2022: na estreia, apenas 70% de combustível era… verde e, no ano passado, essa percentagem aumentou para 90%! Sanz é navegada por motard italiano com experiência no Dakar (Maurizio Gerini) e Pita por chileno (Paolo Boggioni). A escolha da máquina explica-se: “Estes protótipos, comparados com os T1+ com quatro rodas motrizes, reduzem o investimento em cerca de 40%, por custarem 12€/km em vez de 22 €/km”, confidenciou-nos fonte da estrutura espanhola.


Óscar Fuertes lidera equipa com mais de 30 membros que integra três mecânicos portugueses. Para preparar o rali na Arábia Saudita, deslocação até às areias e dunas de Marrocos, programa de testes cumprido com sucesso. O Astara Team não tem os recursos financeiros e técnicos das formações com mais ambições no Dakar-2024 (Toyota, Audi, Prodrive ou Ford, por exemplo), o que não diminui a ambição da formação representante da empresa do setor da mobilidade que tem negócios em 19 países, nomeadamente em Portugal, onde representa diversos fabricantes de automóveis, incluindo Kia, Mitsubishi, Aiways, Fuso, Maxus e Isuzu. O ano passado, registou

entregou 10.803 carros novos no nosso País, número que não é irrelevante, e antecipa-se mais crescimento para este ano. 


O Astara Team, com o 02 Concept, disse-nos Fuertes, ambiciona apenas «acabar este Dakar nos melhores resultados possíveis», o que significa, à partida, cumprir a totalidade do percurso que começa em Al Ula, a 5 janeiro, e termina em Yanbu, a 19, depois de cumpridos o prólogo e a 12 etapas ao cronómetro, incluindo uma de 48 horas e três através de dunas do deserto da Arábia Saudita. O catari Nasser Al-Attyah, vencedor em 2011, 2015, 2019, 2022 e 2023, após o final do contrato com a Toyota, apresenta-se aos comandos do Hunter da Prodrive, a exemplo do piloto francês Sébastien Loeb, que soma um recorde de nove títulos e 80 vitórias no WRC, mas nunca conseguiu ganhou esta competição, não conseguindo melhor do que três segundos lugares em sete participações. Já o parceiro de equipa prepara-se para a 20ª. Em 2024, também na corrida à vitória, Lucas Moraes e Seth Quintero (Toyota GR Hiluz T1+), e Mattias Ekstrom, Carlos Sainz e Stéphane Peterhansel (Audi RS Q e-tron). A Ford, com a Ranger T1+, participa pela primeira vez no rali, oficialmente, por isso podendo apenas sonhar com o triunfo…


“Desistir nunca é opção!”

O Astara Team, neste Dakar-2024, pretende diferenciar-se pela positiva quer tecnologicamente, que por contar com mulheres aos comandos dos 02 Concept com 300 kW e velocidade máxima limitada a 170 km/h (outra novidade para a edição 46 do rali, que ainda não tem lista definitiva de inscritos). Laia Sanz, 65.ª classificada na edição de 2023, após mão cheia de azares, prepara-se para a 14.ª participação no Dakar, 3.ª consecutiva em quatro rodas, depois de 11 sobre duas (no currículo da espanhola, sublinhem-se estes registos, nenhuma desistência e 9.ª posição em 2015). Já Pita estreou-se apenas este ano, num Can-Am Maverick da categoria T3.1 (protótipos ligeiros). 



A uruguaia diz-se muito empolgada com a primeira experiência na categoria de topo. «Falamos da corrida mais difícil neste desporto. E é-o tanto física como mentalmente. Comecei a carreira nos ralis, na América do Sul, em carros de tração dianteira, mas esta experiência é diferente… O Dakar testa os teus limites! Percebi-o com tudo o que vivi na estreia, no início deste ano, com o Can-Am. Integrar a Astara permite-me cumprir um sonho com mais recursos e, sobretudo, mais ambição. Devido ao combustível sintético, apresentamo-nos como a equipa mais sustentável, o que contribui para a notoriedade da nossa participação, mas são os resultados que contam. No meu caso, o objetivo é pensar na competição dia a dia, etapa a etapa, com o objetivo de chegar ao final e bem classificada», reconheceu Pita, filha e sobrinha de ex-pilotos de ralis.


A piloto espanhola, muitíssimo mais experiente, apresenta-se como ponta-de-lança da equipa, mas esse estatuto não pressupõe exigências maiores! “Ganhar?! Não. Somos realistas e, neste momento, não temos os mesmos recursos das equipas de topo. Podemos sonhar, mas trata-se de objetivo impossível, pelo menos no imediato. É fácil errar no Dakar e temos de ser bastante inteligentes para superarmos todos os obstáculos. Sabemos que podemos ser rápidas, sim, mas talvez preferíssemos outro tipo de percursos, com mais pedras, rochas e terras e menos areia e dunas, mas desistir não é opção. Estamos preparadas, somos competitivas”, concluiu a parceria de Mattias Ekström na estrutura de Carlos Sainz no Extreme E, o campeonato off-road com SUV elétricos (o ano passado, Team X44 de Lewis Hamilton campeão, com Loeb e Cristina Gutiérrez, curiosamente os dois nomes selecionados pela Dacia para a estreia no rali-raide, em 2025, com protótipo T1+ alimentado por combustível sintético da Aramco, empresa saudita das indústrias energética e química).



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