Cupra trava entrada nos EUA
- Pedro Junceiro

- 30 de jul.
- 2 min de leitura
A Cupra já não vai entrar no mercado norte-americano em 2030, como havia anunciado anteriormente. Justificando a decisão com “os desafios atuais” da indústria, mas sem citar questões como as tarifas negociadas entre EUA e União Europeia (EU), a marca propriedade da SEAT e do Grupo Volkswagen, decidiu adiar os planos de expansão para o segundo maior mercado automóvel mundial.

O investimento nos EUA, no plano estratégico do anterior diretor da marca, Wayne Griffiths, tinha a forma de pilar determinante para o crescimento da Cupra, mas a turbulência em torno das trocas comerciais entre EUA e EU, com a implementação de taxas aduaneiras de 15%, está a obrigar os fabricantes a reavaliarem os seus planos de ação.
Desde que assumiu o cargo de presidente dos EUA, Donald Trump tem defendido uma política agressiva de aplicação de tarifas aos bens importados de outros países, incluindo da Europa, o que tem tornado o mercado bastante instável, com quebras de rentabilidade para muitos construtores. Além disso, muitas das políticas ambientais estabelecidas por Joe Biden, o antecessor na Casa Branca, foram revertidas, nomeadamente o incentivo de 7500 dólares à compra de carros elétricos ou as metas restritivas de emissões poluentes que os fabricantes deveriam cumprir.
Neste cenário, com os elétricos a terem menos procura e, previsivelmente, tornando-se ainda menos apelativos nos próximos tempos no mercado norte-americano, a Cupra, que tem planos ambiciosos de eletrificação completa da gama, reavaliou o plano de ação. De acordo com Sven Schuwirth, responsável de Vendas, Marketing e Após-Venda da SEAT, o projeto para os EUA não foi abandonado, mas apenas adiado, desconhecendo-se, todavia, por quanto tempo.

“Não estamos a parar, apenas a adiar o nosso lançamento nos EUA, e continuaremos a acompanhar a evolução do mercado nos próximos anos para determinarmos o melhor momento e a abordagem correta a esse investimento, de forma a alinhá-la com visão de longo prazo da marca”, referiu. No entanto, também de acordo com Schuwirth, a Cupra continuará a expandir-se “para mercados novos de grande potencial, com o objetivo de alargar a sua presença global”.
Ou seja, “adaptação” é a palavra de ordem na Cupra, marca que tem automóvel elétrico novo na rampa de lançamento: chama-se Raval e destina-se ao segmento B, posicionando-se, por isso, abaixo do Born e do Tavascan “A SEAT continua comprometida com as suas prioridades estratégicas e confiante na capacidade de adaptação a mercado automóvel em constante evolução”, lê-se no comunicado publicado pela marca que tem, curiosamente, operação muito bem-sucedida em país vizinho dos EUA: o México.







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