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Mini Countryman E Favoured

A terceira geração do Sport Utility Vehicle (SUV) compacto da marca inglesa do Grupo BMW baseia-se na mesma arquitetura de X1/iX1 ou X2/iX2, a plataforma UKL2, produz-se em Leipzig, Alemanha, e apresenta-se-nos como o automóvel de maiores dimensões na história do construtor (tem quase 4,5 m de comprimento!). Na gama, motores de combustão interna e elétricos. Aqui, à prova, o Countryman E com 204 cv.


Mini Countryman E Favoured

A história do automóvel tem muitas histórias tão curiosas como esta: o Mini, carro em produção de 1959 a 2000, primeiro pela British Motor Corporation, depois pela British Leyland e, finalmente, pelo Grupo Rover, a razão por detrás das duas mãos cheias que teve em 41 anos de carreira, media apenas 3,054 m de comprimento e 2,036 m entre eixos, e pesava menos de 600 kg. Então, na Europa, a ambição era a democratização da mobilidade individual, o que pressupunha a disponibilidade de carros baratos e pequenos.

 

A BMW apresentou o primeiro Mini só em 2001, pouco tempo depois de finalizar a compra da marca ao consórcio britânico que faliu há 25 anos. Originalmente, fê-lo só com 3 portas, mas as dimensões aumentaram de forma significativa, devido às exigências e necessidades dos consumidores no início do Século XXI – também na Europa. Este automóvel tinha 3,627 m de comprimento e 2,466 m entre eixos. Isto, combinado com o progresso no equipamento e na segurança, fez com que o peso transpusesse, pela primeira vez, a barreira dos 1000 kg.


Mini Countryman E Favoured

Devido ao sucesso do programa de refundação e do relançamento da Mini, a BMW percebeu, rapidamente, que tinha de contar com gama de automóveis compactos que satisfizesse as expectativas de geração nova de consumidores. E chegamos a 2010, o ano da introdução do Countryman. À época, os Sport Utility Vehicles (SUV) ainda não eram dominantes nas vendas, mas reconhecia-se potencial ao formato. E, para os padrões da marca, o carro era maxi, com 4,097 de comprimento e 2,595 m entre eixos. Também sobre a balança, “peso pesado”, com 1340 kg, no mínimo!



Terceira geração, primeiro(s) elétrico(s)

Atualmente, no automóvel, a ambição é de eletrificação. A Mini propôs-se mesmo abandonar a produção de motores de combustão interna em 2030. Este programa apresentado em 2021, que pressupunha, também, investimentos muito massivos na preparação das fábricas de Oxford e Swindon, no Reino Unido, para a produção de carros elétricos, foi, entretanto, submetido a processo de revisão, imposto pelo abrandamento na procura da tecnologia, sobretudo na Europa. Simultaneamente, a marca renunciou ao objetivo de acabar com as mecânicas térmicas em todas as viaturas novas apresentados a partir de 2025. O regresso de Donald Trump à Casa Branca, e o anúncio posterior da introdução de tarifas que aumentam as barreiras às exportações para os EUA, somou incerteza às incertezas do quotidiano de setor confrontado com a exigência de abandonar, em 10 anos, as mecânicas térmicas e os combustíveis fósseis.

 

Na Mini, após 2024 difícil, com as muitas mudanças na gama por detrás da quebra de 17,1% nas vendas de automóveis, para “apenas” 244.915, na comparação com 2023 – paradoxalmente, neste período, os registos de carros elétricos progrediram 24,3%, para 56.181 –, 2025 é ano de recuperação, como demonstram os números de janeiro a março (mais 4,1%, com os carros sem motores de combustão interna a representarem 35,3% do negócio). E, se a marca adaptou os planos de produção às condições do mercado, não recuou na decisão de também fazer o Countryman novo com baterias em vez de depósitos de combustível. Todavia, com as entradas do E e do SE na gama do SUV, o primeiro com 204 cv e tração dianteira, o segundo com 313 cv e quatro rodas motrizes, a marca abandonou o híbrido Plug-In (Cooper SE) que encontrávamos na geração precedente (no PHEV com tração integral, 220 cv e até 51 km de condução em modo elétrico). A decisão percebe-se, mas tem de dizer-se que esta tecnologia regista aumento na procura.


Mini Countryman E Favoured

E, nesta terceira geração, SUV ainda mais… maxi – é-o nas dimensões (4,445 m de comprimento, 2,682 m entre eixos) e no peso (1940 kg, no caso da versão à prova)! O Countryman assenta na mesma arquitetura técnica dos BMW X1/iX1 e X2/iX2, a plataforma UKL2 para automóveis compactos do consórcio alemão, base que tem a particularidade de admitir o recurso quer a mecânicas térmicas, quer a motores elétricos. Para otimização da capacidade industrial, a produção faz-se em Leipzig, Alemanha, na mesma linha de montagem de Série 1, Série 2 Gran Coupé e Série 2 Active Tourer. O SUV da Mini, na anterior geração, media 4,313 m de comprimento e 2,670 m entre eixos.


As dimensões exteriores não aumentam muito significativamente, é verdade, mas registam-se progressos na habitabilidade, sobretudo nos lugares traseiros, mas os acessos continuam a não impressionar e o espaço em largura não admite mais do que dois ocupantes, se o plano for fazer quilómetros em autoestrada ou estrada e desfrutar de conforto – os bancos posteriores contam com regulação longitudinal dos assentos (até 12 cm) e permitem seis níveis de inclinação dos encostos, com diferença de 12º entre o “mais” vertical e o “menos”. As versões elétricas dispõem de bagageiras maiores (460 litros) do que as térmicas (450, exceto no John Cooper Works, o topo de gama, cuja mala tem apenas 440 litros de capacidade, devido ao sistema de escape montado no desportivo com 300 cv e quatro rodas motrizes). E, precisando-se de transportar mais carga, neste Countryman, compartimento com até 1450 litros. BMW X1 e iX1 propõem-nos malas maiores (respetivamente, 490 a 1495 litros e 525 a 1400 litros). Dois pontos a favor: o portão, de série, comanda-se eletricamente e também há compartimento para arrumações, mesmo se do tipo… míni, sob a plataforma de carga.



Desenho (exterior) menos impactante

Os automóveis mais modernos da Mini têm desenhos menos consensuais do que os anteriores, porventura por não contarem com elementos decorativos cromados (a marca abandonou-os, devido a razões ambientais…). A “Charismatic Simplicity” (designação da linguagem de “design” nova” da marca) é muito simples, sim, mas também pouco impactante e sem o carisma prometido e reivindicado, mas o facto não diminui o Countryman, SUV concorrente na faixa “premium” do segmento dos compactos (C), “contra” Audi Q3, Cupra Formentor, Mercedes GLA e EQA, e Volvo XC40.

 

E o interior do Countryman também sobressai pela simplicidade. A capacidade da mala e a habitabilidade encontram-se analisadas, mas também temos de pontuar outros itens muito importantes, como a apresentação, o equipamento, sobretudo nos capítulos da conetividade e da segurança, ambos cada vez mais relevantes, e a qualidade. E, neste ponto, o terceiro, materiais e montagem merece-nos elogios, mesmo registando-se recurso massivo a plásticos, uma vez que os bons são mais do que os menos bons, e os revestimentos têxteis reciclados impressionam muito positivamente.


Mini Countryman E Favoured

O desenho do interior, atrativo, mudou muito. No painel de bordo e posicionado ao centro, monitor com tecnologia OLED e 240 mm de diâmetro. Aqui, comanda-se o programa multimédia baseado no Mini Operating System 9. Este sistema operativo deriva do Android, tem apresentação moderna e admite instruções táteis e vocais, por dispor do assistente “Spyke” que responde, rapidamente, à frase “Hey Mini”, e dispõe de acesso permanente à Internet, o que garante acesso a informações em tempo real, atualizações remotas de muitas funções e, também, a integração sem fios de equipamentos Android Auto e Apple CarPlay.

 

Abaixo deste monitor encontram-se diversos botões e comandos para ativação ou desativação das assistências eletrónicas à condução e dos modos de ação, que a Mini apresenta como “experiências” (três influenciam o desempenho dinâmico do Contryman, Green, Core e Go-Kart, cinco mudam somente o ambiente a bordo do Mini e os oito são configuráveis). Estes conteúdos encontram-se entre os recursos da versão Favoured (8100 €), que inclui uma lâmina para projeção de informações em vez de instrumentação tradicional. E este Head-Up Display recomenda-se, por permitir a manutenção dos olhos na estrada!


Mini Countryman E Favoured

 

A posição de condução é mais baixa (e desportiva!) do que na maioria dos SUV, os bancos dispõem de apoios ótimos e são confortáveis, e a consola entre os bancos dianteiros tem até compartimento fechado. Tudo somado, o Countryman não tem apresentação luxuosa, de facto, mas impressiona pela imagem de modernidade e sofisticação, e pela qualidade acima da média, considerando, obviamente, tudo o está disponível na categoria dos compactos, que não é pouco.


Dinamicamente, muito competente

O Countryman, independentemente da incerteza no mercado automóvel, é muito importante para a Mini, por permitir que a marca aumente o ritmo do programa de eletrificação da gama. Na versão E, motor com 204 cv (105 kW) e 250 Nm, bateria com 66,5 kWh de capacidade nominal, o que permite percorrer, em teoria, até 454 km entre recargas, não abusando dos movimentos no acelerador, comportamento que aumenta, obviamente, o consumo de energia. A marca anuncia média de 16,0 kWh/100 km e aproximámo-nos muito do registo reivindicado num nosso percurso de teste que incluiu cidade, estrada e autoestrada, e foi cumprido com o programa de condução Core, que não é o mais eficiente (Green), nem o mais desportivo (Go-Kart). O SUV, para proteção da autonomia, tem velocidade máxima limitada a 170 km/h, e consegue cumprir o arranque 0-100 km/h em 8,6 s.


Mini Countryman E Favoured

A experiência de condução do Countryman é gratificante. O formato da carroçaria não condiciona o desempenho dinâmico, o que fica a dever-se ao posicionamento da bateria entre os eixos, facto que beneficia o centro de gravidade, por baixá-lo, e à capacidade da suspensão, que tem amortecimento firme “q.b.” para moderar os movimentos do Mini durante as transferências de massa em curva sem penalizar o conforto de rolamento, que é maior do que nos outros automóveis da marca, facto compreensível, considerando as características muito mais familiares do SUV. No entanto, ativando o programa Go-Kart, conte-se com carro ágil, rápido e reativo. A direção direta contribui, ativamente, para este comportamento entusiasmante.

 

No entanto, se privilegiarmos a eficiência, é no modo Green que mais sobressaem as capacidades do sistema inteligente de regeneração de energia durante as fases de desaceleração e travagem, que permitem conduzir apenas com o acelerador e, paralelamente, adaptam a intensidade de atuação às condições da estrada. Outra qualidade do Countryman, nesta versão E: insonorização notável, mais conforto a bordo. Eis ponto em que o SUV novo não pode comparar-se com o antecessor…


Mini Countryman E Favoured

Finalmente, o Countryman E admite (re)carregamentos rápidos com potências até 130 kW – nesta circunstância, 29 minutos de ligação à corrente (contínua) chegam para que o nível de carga na bateria aumente de 10% para 80%. Já num carregador com 7,4 kW, operação muito mais demorada, com 0% a 100% em 10 horas.


Na gama Countryman, acima do E, posiciona-se o SE ALL4, que tem dois motores, 313 cv/230 kW e 494 Nm, e quatro rodas motrizes. É mais rápido (180 km/h e 5,6 s no 0-100 km/h), mas tem a mesma bateria e, por isso, percorre menos quilómetros entre recargas.

 

Como é habitual nos automóveis do Grupo BMW, o equipamento de série limitado pressupõe investimento em opcionais. Neste caso, isso significou um aumento de 44.894 € para 59.919 € no preço do Countryman E – mais 15.025 €. É dinheiro!...


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