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Mitsubishi Colt 1.0 Bi-fuel Kaiteki

Foto do escritor: Pedro JunceiroPedro Junceiro

Noutro exemplo de “brand engineering” fruto da parceria entre a Renault e a Mitsubishi, a marca japonesa passa a contar com a versão atualizada do Colt com motorização, conciliando gasolina e Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) para proporcionar uma economia alargada e custos de operação muito apelativos.


Mitsubishi Colt 1.0 Bi-fuel Kaiteki

A receita para o Mitsubishi Colt Bi-fuel é bem conhecida: na prática, o modelo da marca dos “três diamantes” tem por base o Renault Clio de atual geração, embora com ligeiras alterações estéticas para diferenciar ambos os automóveis. Assumida pelas duas companhias e também validada pelos números positivos de vendas no mercado europeu, esta estratégia de partilha de modelos tem no Colt um exemplo particular de sucesso, valendo-se de pontos fortes que já se encontravam no Clio.

 

Desde logo, o estilo compacto bem conseguido, no caso da Mitsubishi com grelha “Dynamic Shield” mais destacada como um traço de identidade da marca, juntando-se ainda os diversos logótipos próprios e a denominação no centro da tampa da bagageira. De resto, o ar familiar mantém-se.


Mitsubishi Colt 1.0 Bi-fuel Kaiteki

Interior funcional 

Se o exterior é decalcado do modelo de base, o habitáculo não difere e o Colt pauta-se pela aparência sóbria, mas com construção bastante solida e ergonomia correta – todos os comandos são de fácil alcance e o ar condicionado ainda com comandos físicos atribui-lhe maior facilidade de utilização durante a condução.

 

Como seria de esperar, abundam os plásticos duros, mesmo na área superior do tablier, resultando em ambiente modesto mas de construção sólida. Por outro lado, valorizam-se aspetos como o painel de instrumentos digital de 7 polegadas e o ecrã central tátil de igual medida, que oferece o essencial em termos de conectividade (incluindo Android Auto e Apple CarPlay sem fios), sendo também outra tecnologia reminiscente da Renault.

 

Quanto à habitabilidade, quatro adultos conseguem acomodar-se com conforto relativo a bordo, valendo-se de cotas nos bancos traseiros muito aceitáveis para passageiros até 1,80 m de altura. Embora existam rivais mais folgados, o Colt consegue ser um bom compromisso em termos de espaço.



Autonomia estendida 

Numa fase em que tanto se fala de autonomia, o Colt Bi-fuel é um híbrido alternativo, já que combina dois depósitos: o de gasolina, com 39 litros, e o de GPL, com capacidade para 18 kg. Todo o processo de desenvolvimento deste modelo (neste caso, o do Clio) teve já em conta a possibilidade de utilizar a solução bifuel, pelo que não houve aqui qualquer necessidade de adaptação, o que permitiu assim não prejudicar a habitabilidade e também a capacidade da bagageira (340 litros).

 

Mas, efetivamente, o depósito de GPL concede a este modelo uma mais-valia suplementar no campo da autonomia – que pode aproximar-se dos 1000 km – e dos custos de utilização, que são bem mais baixo utilizando o GPL (preço médio de 0,916€/litro, de acordo com o site da DGEG).


Mitsubishi Colt 1.0 Bi-fuel Kaiteki

O motor 1.0 turbo de três cilindros também já foi desenvolvido de raiz para esta tecnologia híbrida e debita 90 cv e 160 Nm quando a gasolina e 100 cv e 170 Nm quando alimentado a GPL. Essa diferença na potência tem pouca diferença prática em termos de condução, já que as prestações são muito aceitáveis em cidade e, também, em trajetos por nacionais, graças a um motor muito “redondo” com energia assinalável desde baixas rotações, facilitando numa condução escorreita e sem recurso constante à caixa manual de seis velocidades. Não tem pretensões desportivas, mas tem um desempenho voluntarioso, não existindo diferenças dignas de registo entre os dois combustíveis em termos de refinamento.


A autonomia combinada ronda os 1000 km

 

Se o desempenho é muito satisfatório, são os consumos que, depois, merecem destaque. A gasolina, num percurso de 100 km entre cidade, nacional e autoestrada, o Colt Bi-fuel revelou uma média muito eficiente de 4,9 l/100 km, enquanto o consumo a GPL num percurso exatamente idêntico teve um resultado de 7,1 l/100 km, ou seja, confirmando aquela que é a tendência geral de que o GPL pressupõe um consumo superior em torno dos 2,0 l/km. A autonomia combinada ronda, pois, os 1000 km em condições normais de condução.



A utilização do combustível pode ser alternada a partir de um botão no lado esquerdo do tablier, em área inferior, com indicador da quantidade de GPL restante, embora essa informação também esteja presente no painel de instrumentos (bem como o valor do consumo). O arranque faz-se sempre a gasolina, passando depois – quando selecionado o modo GPL – para este último combustível.

 

Em termos dinâmicos, o Colt mantém o carácter ágil e aprazível na condução, com excelente combinação de conforto e estabilidade direcional, sendo utilitário divertido de conduzir, apesar de dispensar aptidões desportivas. Neste sentido, fica a sensação de que o Colt é um modelo que preenche os requisitos de quem procura um automóvel com reações ágeis e seguras, sem dispensar o conforto, que é essencial.


Mitsubishi Colt 1.0 Bi-fuel Kaiteki

Questão de contas 

O Colt Bi-fuel nesta versão Kaiteki é proposto por um preço de 22.298€, um valor muito em conta atendendo ao potencial de autonomia e à redução de custos de operação, sobretudo utilizando o GPL.

 

Com desempenho convincente para o seu segmento, facilidade de condução e equipamento correto (painel de instrumentos digital de 7,0 polegadas, ar condicionado automático, carregador sem fios para smartphone, ecrã central tátil de 7,0 polegadas, conexão sem fios a Android Auto e Apple CarPlay e jantes de 16 polegadas, entre outros elementos), acaba por ser um potencial “elixir” para quem procura poupar nas contas associadas às despesas com o automóvel, tanto no custo de aquisição, como depois, nos abastecimentos.

 

Quanto a opcionais, pouco a apontar – apenas a pintura metalizada “Sunrise Red”, por 450€.


Mitsubishi Colt 1.0 Bi-fuel Kaiteki


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