Aprenda a “ler” um pneu!
- Pedro Junceiro

- 23 de jul.
- 3 min de leitura
Elemento fundamental de qualquer veículo, os pneus podem fazer toda a diferença em situações mais críticas, como em necessidade de travagem em piso escorregadio. Mas sabe “ler” um pneu e saber se está de acordo com o que foi homologado pelo fabricante? Na E-AUTO ajudamos!

A escolha de qualquer pneu novo obedece a uma série de critérios, alguns regulamentares, outros subjetivos, englobando-se neste último capítulo as preferências relacionadas com o estilo de condução de cada um, havendo compostos de pneus mais macios e de maior aderência e outros mais duradouros, mas de menor aderência.
Mas, algo que não pode ser descurado é o registo de medida homologado pelo fabricante do automóvel, sendo este, então, o lado regulamentar a que cada proprietário deve obedecer no momento em que decide troca de pneus.
Em primeiro lugar, qualquer pneu a circular nas estradas europeias deve estar homologado de acordo com as normas em vigor no continente, dispondo de marcação identificativa. Paralelamente, cada veículo é homologado para circular com pneus de determinadas medidas, índices de carga e símbolos de velocidade.
Assim, no ato de substituição dos pneus deve ser consultada na ficha técnica a medida (ou medidas) indicada no campo L.2, ou na zona de Observações, onde constam as alternativas “equivalentes”, tendo em conta o índice de capacidade de carga, categoria de velocidade, o mesmo diâmetro exterior (com uma tolerância de ±3%) e o perfil da jante correspondente ao pneu.
Tudo isso pode ser também encontrado na parede do pneu. A título de exemplo, um pneu 205/55 R16 89V indica que: a largura é de 205 mm, o perfil (relação altura/largura em percentagem) é de 55, o diâmetro da jante é de 16 polegadas (com o “R” a indicar que se trata de pneu radial), o índice de carga é de 89 (580 kg por pneu) e que a categoria de velocidade (“V”) é de até 240 km/h.

Regras de etiqueta
Em linha com a ambição de fornecer mais informação aos clientes europeus, a União Europeia instituiu a classificação dos pneu por via da etiqueta de eficiência, que tem pontos em comum com as de um qualquer eletrodoméstico, mas aqui com informações especiais para a utilização nas estrada.
Entre os elementos indicados na etiqueta encontram-se a eficiência de combustível, variando entre o “A” para o mais eficiente e o “E” para o menos eficiente; a aderência em piso molhado (distância de travagem), que varia entre o “A” para a mais curta e o “E” para a mais longa; o ruído de rolamento exterior (com valor médio em dB), entre o “A” para o mais silencioso e o “C” para o mais ruidoso; a aderência na neve (símbolo de montanha com floco de neve); e aderência no gelo através de símbolo específico de triângulo com montanha gelada.
Um código QR permite aceder a estas informações a partir da própria etiqueta, recorrendo à base de dados da UE.

Os pneus têm prazo de validade?
Mas a lateral dos pneus revelam ainda outras informações, como a data de produção. A data de fabrico pode ser consultada no código DOT: os últimos quatro dígitos (ex: 1024) indicam a semana (não o mês) e o ano de fabrico, o que nesse caso seria a semana 10 de 2024.
Esta indicação está, frequentemente associada a outra questão, que é do prazo de validade dos pneus: ao contrário do que se possa pensar, os pneus não têm prazo de validade, embora o seu estado deva ser visto de forma regular, tanto na pressão, como no estado do piso. Uma boa prática comum é a sua substituição após dez anos, mesmo que o seu estado aparente ser bom. Isto porque a borracha tende a degradar-se com o tempo, embora existam outros fatores que influenciam esta situação, como o clima ou o tipo de condução.
Vale a pena recordar, ainda, que os sulcos dos pneus têm de ter profundidade mínima de 1,6 mm, sendo imperativo substituir os pneus assim que se atinge este valor – embora o mais recomendável seja mudá-los assim que se atingem os 2 mm.







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