Suzuki Swift 1.2 5MT Mild Hybrid S3
- João Isaac
- 2 de fev.
- 4 min de leitura
Num mercado cada vez mais dominado por propostas do tipo “crossover” e Sport Utility Vehicle (SUV), o segmento B tradicional, que tinha, maioritariamente, 5 portas, perdeu a aura de invencibilidade e regista bastante menos procura. Mas, este Suzuki Swift novo, dinâmico, giro e levezinho, ainda tem ingredientes mais do que suficientes para ser bem-sucedido. No Japão, é “Carro do Ano”!…

Os SUV, automóveis com imagens mais aventureiras, formatos mais volumosos e, habitualmente, equipados com rodas de grandes dimensões, não param de somar adeptos. O facto, não sendo novo, ainda surpreender, pelos números incríveis das vendas. A Suzuki não é exceção à regra, uma vez que também tem modelos com a arquitetura da moda na gama, que propõe, sobretudo, nos segmentos em que tem notoriedade, e equipando-os com motores que beneficiam, também, de sistemas de eletrificação.
No entanto, embora menos desejados, utilitários como o Swift, com formato mais convencional (“hatchback” com 5 portas e comprimento inferior a 4 metros), são, e pensa-se que continuarão a sê-lo, propostas tão ou mais válidas para o dia a dia, comparando-os com os “crossovers” de dimensões equivalentes – desde logo por terem, habitualmente, preços inferiores. Mas, como veremos adiante, apresentam outras vantagens.
O nome Swift tem história no segmento B. O subcompacto comercializado fora do Japão somente a partir de 2004 acumula mais de 9 milhões de unidades vendidas, contabilizando os registos em 169 países e regiões de todo o mundo. Assim, não é de estranhar que a Suzuki, na mais recente atualização do modelo, fosse prudente na abordagem e privilegiasse a evolução à revolução. Exteriormente, as novidades concentram-se, essencialmente, na grelha e nos grupos óticos (faróis, farolins). O automóvel nipónico, na imagem, apresenta-se mais moderno, sim, mas mantém a personalidade diferenciada e diferenciadora que sempre o caraterizou (na estrada, é impossível confundi-lo com outro qualquer concorrente na categoria número um no mercado nacional).
O automóvel nipónico, apresenta-se mais moderno
Para o Swift novo, a Suzuki propõe 13 cores exteriores, considerando-se as quatro pinturas bicolores da carroçaria, três níveis de equipamento, caixa do tipo CVT em alternativa à manual de 5 velocidades e, ainda, uma versão com sistema de tração integral.

Sistema “mild hybrid” no 1.2 novo
Todos os Swift partilham motorização a gasolina com sistema “mild hybrid”. Trata-se de mecânica com 3 cilindros, 1,2 litros, 82 cv e 112 Nm que tem “pulmão” mais do que à dimensão das exigências, sobretudo por estar devidamente apoiada pela máquina elétrica (pequena) que acumula funções de motor de arranque e gerador de energia durante as fases de desaceleração e travagem. Com esta configuração, e mesmo sem o recurso à sobrealimentação, o segmento da Suzuki não consegue apenas cumprir 0 a 100 km/h em 12,5 s como satisfaz pela disponibilidade sempre que recorremos ao pedal do acelerador. E, sim, também é impossível permanecer indiferente à facilidade com que conseguimos consumos muito moderados (neste teste, registámos uma média de 5,1 l/100 km em ciclo combinado, mas passámos muito tempo com números na ordem dos 4,5 litros, conduzindo, serenamente, em estradas nacionais).
Média de 5,1 l/100 km em ciclo combinado
Parte da eficiência e da genica do Swift explica-se, facilmente, com o peso inferior a 950 kg. Somam-se as rodas devidamente dimensionadas (as borrachas têm 185 mm de largura e as jantes 16’’ de diâmetro. Assim, boa aderência sem excessos de atrito que penalizariam o consumo de combustível.
Muito divertido de conduzir
A leveza do Swift sente-se, também, na condução. O pequeno Suzuki tem sempre reações ágeis e seguros, mesmo provocando-o. Prova-se, pois, que conseguimos divertir-nos ao volante até de modelos sem muita potência. E ainda que não seja a referência dinâmica do segmento B, este automóvel encontra-se, seguramente, no topo da lista dos melhores, por combinar o controlo competente dos movimentos da carroçaria com comandos ligeiros e precisos. A direção, como se pretende nos utilitários, é leve, mas sem ser “desligada” (perceba-se muito pouco informativa!), e a afinação do amortecimento também contribui para o dinamismo, sem que isso penalize o conforto. Negativamente, destaca-se apenas a “antiguidade” do travão de estacionamento mecânico.

A bordo, o interior do Swift não é soberbo em matéria de qualidade dos materiais, uma vez que estes são, na sua maioria, rijos. No entanto, a montagem é sólida. Os bancos têm desenhos simples, mas são confortáveis e contribuem para a posição de condução excecional que encontramos no Suzuki. Em termos de equipamento, sendo este um nível S3, topo de gama, não lhe faltam elementos como os bancos dianteiros com aquecimento, as luzes de máximos automáticas e as ligações sem fios para “smartphones”. Em termos de digitalização, o sistema multimédia dispõe de monitor tátil com 9’’, agora em posição de destaque no topo do “tablier”. Conta com funções como navegação e encontra-se associado a uma câmara traseira de apoio ao estacionamento, mas peca, pontualmente, pela sua lentidão na resposta e por não ter o grafismo e a definição mais modernos. Na zona inferior da consola, onde estão colocadas as soluções de carregamento, faz falta pequeno LED para a iluminação da zona.
O painel de instrumentos tem um pequeno (mas completo…) “display” com 4,2’’ para o computador de bordo. A demais informação, analógica, permite uma leitura clara dos elementos que são mesmo importantes. Também a consola da climatização merece elogios, com botões físicos fáceis de utilizar, não provocando, assim, quaisquer distrações perigosas. Exemplo em funcionalidade e ergonomia! Nos lugares traseiros, o Swift, com os seus 3,86 m de comprimento ou 2,45 m entre eixos, não é a melhor proposta do segmento B para quem privilegie o espaço. Por outro lado, considerando, outra vez, as dimensões muito compactas, é inegável que todos os centímetros disponíveis estão bem aproveitados, por isso permitindo que dois adultos de estatura média-alta viajem com conforto. Destaque ainda para as janelas traseiras que podem ser abertas na totalidade, um pormenor cada vez menos visto no mercado. A bagageira do Swift tem 265 litros, o que significa que a maioria dos rivais têm malas com mais capacidade. Todavia, é suficiente para o dia a dia. Debaixo do piso de carga, embora esteja lá o local para o receber, não há pneu suplente, o que é uma pena.
O novo Swift é, sem dúvida, um exemplo de como a leveza de um automóvel é tão benéfica em diversas vertentes. Desde logo por não obrigar à utilização de motor maior e mais potente. Os consumos (excelentes, sublinhe-se) e a dinâmica saem beneficiados por esta opção. Com as atuais campanhas em vigor, a versão S3 aqui ensaiada custa 21.252 €, valor que, no mercado atual, é muito apelativo.

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