Terras raras são nova dor de cabeça
- Pedro Junceiro

- 4 de jun.
- 2 min de leitura
Os construtores automóveis estão a alertar para a possibilidade de existir uma escassez de metais de terras raras provenientes da China, o que pode afetar a produção de diversos componentes eletrónicos utilizados nos veículos.

Após a crise provocada pela escassez dos semicondutores há poucos anos, a indústria automóvel pode estar prestes a enfrentar uma nova dor de cabeça devido aos avisos de escassez de metais de terras raras na China, de acordo com uma informação avançada pela agência Reuters.
Segundo a mesma informação, os responsáveis do sindicato que representa construtores automóveis americanos ou com fábricas locais, como a General Motors, Toyota ou Volkswagen, já enviaram uma carta à administração liderada por Donald Trump dando conta da possibilidade de uma escassez de metais de terras raras provenientes da China, utilizados em componentes como sensores ou até motores das escovas de limpa para-brisas.
Caso esse cenário se concretize, existe a possibilidade de algumas fábricas automóveis pararem em diversos pontos dos Estados Unidos da América e não só, estando mercados como o europeu ou o indiano também em dificuldades.

“Sem acesso fiável a estes elementos e metais, os fornecedores automóveis serão incapazes de produzir componentes críticos para os veículos, incluindo transmissões automáticas, corpos de acelerador, alternadores, vários motores, sensores, cintos de segurança, altifalantes, luzes, motores, direção assistida e câmaras”, escreve a Reuters, citando diretamente a missiva da Aliança para a Inovação Automóvel à administração Trump.
A questão das tarifas impostas pelos EUA à China e as represálias consequentes determinadas pelas autoridades chinesas serão um dos problemas a ultrapassar nesta fase, sendo a China responsável por cerca de 90% do fornecimento global de metais de terras raras.
A questão poderá estar relacionada com a própria obtenção dos materiais por parte dos operadores chineses, tendo sido estabelecida uma restrição para a exportação destes materiais no início de abril, entretanto levantada, mas sujeita a novas licenças de exportação, que estão a ser descritas como penosas por vários dos aplicantes.
Apesar disso, o ritmo do fornecimento não estará ainda ao mesmo nível do que era anteriormente a abril de 2025, levando vários setores industriais a temer paragens na produção.
A Reuters avançou já que algumas fábricas europeias começaram a parar devido a esta questão, citando a Associação Europeia de Fornecedores Automóveis (CLEPA), que aponta como justificação a morosidade na atribuição de novas licenças de exportação para os metais de terras raras por parte das autoridades chinesas.








Comentários