Volkswagen Tayron 1.5 eTSI 150 cv Urban
- Pedro Junceiro
- 7 de ago.
- 5 min de leitura
O Tayron assume o lugar do Tiguan Allspace e tem a versatilidade entre os argumentos de conquista mais importantes, devido à possibilidade de poder contar com até sete lugares. A marca alemã também não ignorou o conforto nem o rigor na construção. Na versão 1.5 eTSI em exame, o desempenho dinâmico competente soma-se à eficiência, como demonstram os números das “performances” e dos consumos.

Na Volkswagen, se os cinco lugares do Tiguan não foram suficientes para as necessidades da família, existe alternativa nova, o Tayron. Tem sete lugares e interior ainda espaçoso do que o modelo com estatuto de referência no segmento dos Sport Utility Vehicles (SUV) compactos, categoria que representa muitas vendas. De resto, esta é a ideia na origem do elemento novo na família de modelos com este formato inscrita no catálogo da marca alemã, e que substitui o Tiguan Allspace e cria gama específica posicionada abaixo do Touareg.
A familiaridade com o Tiguan é evidente, desde logo por contar com mesma arquitetura (MQB Evo), plataforma que admite mais eletrificação dos motores de combustão interna, “fórmula” cada vez mais importante para a Volkswagen, uma vez que as “nuvens negras” associadas ao escândalo do “Dieselgate” não desaparecem da linha do horizonte.
O Tayron, comparado com o Tiguan, mede mais 25 cm em comprimento (4,792 m) e 11 entre eixos (2,788 mm). Estas dimensões exteriores tornam-no o segundo maior SUV da marca, a razão por detrás da possibilidade de poder contar sete lugares (exceto nas versões híbridas Plug-In, devido ao posicionamento dos componentes do sistema), com a terceira fila de dois bancos escamoteáveis “arrumada” na zona do compartimento de carga.

Estes dois bancos traduzem a orientação do Tayron para as famílias numerosas, embora seja importante destacar que se destinam, sobretudo, à utilização por crianças – se os acessos à terceira fila não são difíceis, pois cria-se espaço apreciável ao movimentar-se a segunda fila, longitudinalmente (na proporção 60:40), a posição demasiado dobrada das pernas (e joelhos elevados) desaconselha a ocupação por adultos numa viagem longa. Em contrapartida, caso o Volkswagen seja utilizado apenas por cinco ocupantes e com os bancos da segunda fila na posição mais recuada, desfruta-se de muito espaço para as pernas e em altura. E a hipótese de ajustar a inclinação dos encostos também merece referência (muito) positiva, por garantir mais conforto a bordo.
A bagageira com 850 litros de capacidade mais do que satisfaz as necessidades das famílias numerosas. E, necessitando-se dos sete lugares, o compartimento ainda mantém 345 litros, volume que confirma o sentido muito prático do Tayron. Não falta “alçapão” sob o piso para a chapeleira, no caso de precisarmos dos dois bancos suplementares. Finalmente, permite-se o rebatimento dos encostos tanto do banco do passageiro como dos bancos da segunda fila, movimento que criar espaço livre com 3 m para o transporte de objetos compridos.

Só tecnologias úteis
A apresentação do interior não foge aos padrões habituais da Volkswagen tanto na qualidade de construção como na escolha criteriosa dos materiais, com este Tayron a rivalizar até com as propostas “premium” que existem na categoria – superfícies macias ao toque e pespontos contrastantes no painel de bordo, na consola instalada os bancos dianteiros ou nos painéis das portas –, sobressaindo, ainda, a solidez da montagem, o que transmite uma sensação de durabilidade.
E também existe muita tecnologia, com painel de instrumentos digital de 10,25’’ (admite-se a personalização da informação apresentada) e sistema multimédia com monitor central tátil de alta resolução e 12,9’’. Como é comum nos automóveis da marca, encontram-se “barras” nas áreas superior e inferior do ecrã para acessos diretos a diversas funções – em cima, tudo o que tem a ver com o desempenho do automóvel; em baixo, apenas com a climatização –, o que nem sempre se adequa à condução, por obrigar a desviar os olhos da estrada. O sistema tem conetividade sem fios com Apple CarPlay e Android Auto, e ChatGPT integrado.

Mais dois pontos que merecem destaque pela positiva: a aposta em botões físicos no volante, em vez dos controlos táteis que esta marca apresentou noutros carros, e o comando rotativo entre os bancos dianteiros, que permite controlar ora o volume do áudio, ora a intensidade da ventilação, bastando, para isso, pressionar o ecrã integrado num comando muito semelhante aos “Smart Dials” da parceria checa do consórcio alemão (Skoda).
Eficiência prioritária
A versão de entrada na gama tem uma motorização “mild-hybrid” (48 V). O elemento nuclear é o motor 1.5 TSI (evo2) a gasolina, unidade com 150 cv e 250 Nm que beneficia de tecnologia de desativação de cilindros mais moderna (ACTplus), que “corta” o funcionamento de 2 dos 4 cilindros sempre que a carga no pedal do acelerador é nula.
Entre as vantagens do “mild-hybrid”, bateria de iões de lítio supercompacta e o motor elétrico que atua como motor de arranque/alternador permitem não só parar o motor térmico quando não está em carga, como apoiam as prestações, em caso de necessidade, com suplementos de 19 cv (14 kW) e 56 Nm. E, assim, este SUV com 1748 kg tem prestações muito razoáveis, o que anula quaisquer receios relacionados com uma hipotética falta de músculo. Com efeito, mesmo não sendo um velocista, o Tayron 1.5 eTSI permite ritmos muito despachados, tirando partido, sobretudo, da competência da caixa DSG (7 velocidades).
O Tayron não só oferece desempenho muito convincente tanto em trajetos urbanos como em estradas nacionais e autoestrada, mas não lhe exijam aptidões desportivas. Quem pretender mais “performances” ou viajar, regularmente, com muito peso a bordo, deve considerar outra motorização! Os modos de condução alteram diversos parâmetros do SUV, mas não mudam o carácter do automóvel, pelo menos forma profunda: o Eco aumenta a eficiência, facilitando a condução “à vela”, o Sport torna as reações contundentes. Nota positiva, também, para os consumos: neste teste, num percurso misto, 6,8 l/100 km.
Por fim, elogio para o compromisso entre conforto e agilidade – direção precisa e informativa, suspensão capaz de controlar os movimentos da carroçaria sem chegar a ser desconfortável e insonorização cuidada. Desta forma, o Tayron consegue apelar a condutores que prezam o equilíbrio e a segurança de reações.
A versão ensaiada Urban é proposta desde 46.140 € e tem uma série de equipamentos muito importantes, dos sete lugares ao ar condicionado com três zonas, do portão elétrico ao apoio ao estacionamento Park Assist Pro. Entre os opcionais no carro ensaiado, as jantes “Catania” de 19’’ (1161 €). Contra o SUV alemão, somente o posicionamento comercial: o Peugeot 5008 Hybrid com 145 cv, também com sete lugares, é mais acessível e espaçoso na terceira fila de bancos.

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