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XPENG P7 AWD Performance

Foto do escritor: José CaetanoJosé Caetano

Há outra marca chinesa nova no mercado português. A XPENG desenvolve e produz apenas automóveis elétricos. A berlina P7 posiciona-se na gama entre os SUV G6 e G9. À prova, versão AWD Performance com dois motores e quatro rodas motrizes. No concorrente de BYD Seal, Hyundai Ioniq 6 e Tesla Model 3, 473 cv, 0 a 100 km/h em 4,1 segundos, e até 505 km entre carregamentos da bateria com 82,7 kWh de capacidade.


XPENG P7 AWD Performance

A Europa abriu-lhes as portas e, agora, não existem barreiras (nem nenhum tipo de tarifa aduaneira) capazes de pará-las nas fronteiras externas da União! Ganham os consumidores, que têm cada vez mais (e melhores) escolhas para participar na mudança de paradigma no automóvel, dos motores térmicos para os elétricos. E a XPENG também ambiciona protagonismo na região, independentemente de ter só 10 anos de história e três produtos, dois Sport Utility Vehicles (SUV), o G6 e o G9, e berlina desportiva P7 que analisamos nestas páginas.

 

A XPENG não tem a dimensão dos maiores fabricantes chineses, como a BYD, por exemplo, mas o estatuto de “start-up” garante-lhe o mediatismo de que necessita para conseguir impor-se num mercado tão concorrido e competitivo. O fabricante baseado em Guangzhou, na província de Guangdong, foi fundado em 2014 por ex-executivos do Grupo GAC, que contaram com apoio e financiamento de indivíduos associados a tecnológicas multimilionárias, casos de Alibaba ou Xiaomi.


XPENG P7 AWD Performance

Este fabricante com posicionamento mais "premium" do que popular diz-se comprometido com o objetivo de contribuir, de forma muito ativa, para o desenvolvimento e na produção de automóveis com tecnologias inteligentes para a mobilidade elétrica do futuro, mas sem nunca retirar as pessoas do centro da atenção. A apresentação do primeiro produto, o SUV compacto G3, remonta a 2018. Trata-se de modelo que surgiu na Europa em 2021, mas a marca acabou por descontinuar, condição para poder concentrar-se na construção de automóveis maiores, com conteúdos mais “premium”.  Também por isso, tudo o que é fundamental para a marca, como as arquiteturas elétricas e eletrónicas, o grupo motopropulsor, o sistema operativo inteligente, e as tecnologias de assistência à condução, produz-se internamente, o que mantém a marca no controlo de toda a operação. Já a bateria é fornecida pela chinesa CALT, número um mundial na matéria.


XPENG P7 AWD Performance

Em Portugal, a XPENG, que passa por momento de crescimento rápido a nível global (482 automóveis em 2018, e 141.601 em 2023, número ainda muito aquém dos 800.000 por ano ambicionados ainda antes do final da década!), tem parceiro experiente e prestigiado: a Salvador Caetano. No plano, para cobertura ótima do mercado nacional (incluindo ilhas), 15 concessionários em atividade antes da passagem de 2025 para 2026. Na Europa, durante os primeiros nove meses de 2024, a empresa chinesa registou 4425 unidades, “contra” 430 no período homólogo de 2023. Mas isto é só o início, anuncia-se na campanha publicitária de lançamento. E, dizemo-lo nós, que início!


XPENG P7 AWD Performance

Berlina desportiva

A XPENG apresentou o P7 pouco tempo depois (abril de 2019) do início da carreira comercial do G3 (novembro de 2018). As entregas do primeiro arrancaram apenas em junho de 2020 (Europa em agosto de 2021, primeiro só na Noruega!). Em 2023, o modelo beneficiou de atualização que não mudou nada de essencial ao nível do “hardware”, mas melhorou muito o “software”, o que aumentou a facilidade de utilização. Em contrapartida, para produção menos complexa, esta marca propõe automóveis bem equipados em gamas simplificadas, o que elimina as listas muito de extensas de opcionais que encontramos nas propostas das marcas alemãs, que são sempre mais caras do que o anunciado, mas quase elimina a possibilidade de personalização.


Versão AWD Performance, proposta em Portugal por 62.990 €

Na versão AWD Performance, proposta em Portugal por 62.990 €, montante acima dos 54.990 € da RWD Long Range com 276 cv e até 576 km de autonomia (apenas a Wing Edition, com portas dianteiras de abertura basculante vertical. é proposta por preço superior: 72.990 €), dois motores elétricos alimentados por bateria com 86,2 kWh de capacidade (utilizam-se só 82,7). O sistema elétrico a 400 V não tem a capacidade do de 800 V do Hyundai Ioniq 6, e, por isso, a potência e a velocidade de carregamento dos acumuladores de energia são inferiores, com um máximo de 175 kW com corrente contínua (10% a 80% em 29 minutos, reivindica a marca). Na impossibilidade de acesso a terminal de carga ultrarrápido, hipótese de até 11 kW com corrente alternada (0% a 100% em 10 horas).


XPENG P7 AWD Performance

No P7, comandos físicos apenas para a regulação elétrica dos bancos dianteiros e a ativação de meia dúzia de programas do automóvel no volante. No XPENG, todas as funções essenciais são selecionadas nos menus (bem organizados) do monitor de 15’’ posicionado no centro do painel de bordo (também para a instrumentação, ecrã digital, no caso com 10,25’’). É aqui que encontramos o sistema de modos de condução, que tem quatro programas: Eco, Standard, Sport e Individual. Permitem adaptar a assistência da direção, a entrega do binário e, também, a intensidade da regeneração de energia durante as fases de desaceleração e travagem. Há melhor, sim, mas também existe pior…



A XPENG contou com o apoio da Porsche no desenvolvimento do chassis, por isso não surpreendendo as capacidades demonstradas pelo P7. O posicionamento da bateria entre eixos baixa o centro de gravidade e otimiza a distribuição do peso, e a atuação do sistema de tração integral garante que não existem (muitas) perdas na passagem da energia para o asfalto. Isto, combinado com a regulação competente de suspensão, firme “q.b.”, explica o controlo do rolamento da carroçaria nas transferências de massa em curva, ou nas mudanças repentinas de direção, o que beneficia a experiência de condução, por torná-la mais desportiva – leia-se: dinâmica e precisa – e segura. O amortecimento nunca é demasiado firme, o que contribui para a suavidade de rolamento, até sobre pisos menos regulares, e a direção e os travões funcionam corretamente – os segundos são fornecidos pela Brembo e impõem-nos pressão vigorosa no pedal sempre que procuramos reação mais contundente/potente.



O P7, nos menus do sistema multimédia, admite, ainda, regulação da intensidade de atuação das assistências à condução, que nunca são demasiado intrusivas. No XPENG, 12 sensores ultrassónicos, quatro câmaras e cinco radares, possibilidade de condução semiautónoma, dentro da liberdade permitida pela regulamentação. A marca chinesa está a trabalhar na otimização do programa XPilot, preparando-o para menos restrições, e também tem de melhorar a atuação do assistente de voz.


Acabamentos e materiais ficam aquém da qualidade “premium”

Acabamentos e materiais ficam aquém da qualidade “premium” reivindicada pela marca chinesa, sobretudo se o compararmos com referências como o BMW i4, e o sentido prático também não satisfaz totalmente, devido à capacidade mediana da mala, e à inexistência de compartimento para arrumação dos cabos da bateria sob o “capot” (aí, encontra-se a bomba de calor, que precondiciona o acumulador para os carregamentos de energia).


XPENG P7 AWD Performance

O XPENG P7 com 473 cv e 757 Nm impressionou(-nos) quer nas acelerações, quer nas recuperações, por ganhar velocidade muito rapidamente, mas tem consumos de energia demasiado sensíveis ao tipo de condução, como acontece em todos os automóveis elétricos, o que tem impacto negativo na autonomia. Contudo, os 19,2 kWh/100 km em ciclo combinado reivindicados pela marca chinesa são realistas, e não é difícil percorrer cerca de 500 km entre recargas da bateria, privilegiando-se a condução nos modos Eco ou Standard, e a intensidade máxima de regeneração de energia, função que aumenta o conforto numa utilização quotidiana em ambiente urbano – no Sport, missão impossível.

Mas, tudo somado, e se isto é só o início, promete!...


XPENG P7 AWD Performance

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