ZF: IA controla motores
- João Isaac

- 3 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 13 de jul.
TempAI é uma nova solução suportada por funcionalidades de inteligência artificial capaz de prever variações térmicas em motores elétricos.

A ZF vai passar a utilizar uma ferramenta suportada por inteligência artificial para implementar um controlo preciso das variações térmicas dos seus motores elétricos. A solução TempAI tem inclusivamente capacidade de prever como pode variar a temperatura no interior da máquina elétrica, permitindo, assim, uma gestão mais precisa desta essencial condição e, de acordo com a ZF, também “extrair mais potência do motor”.
A tecnologia visa melhorar a previsão das variações térmicas em cerca de 15%, minimizando um problema transversal ao setor, uma vez que é atualmente impossível medir as temperaturas atingidas no núcleo de um motor elétrico. Uma vez que não é possível obter essa leitura com precisão, os fabricantes veem-se obrigados a manter uma abordagem conservadora por razões de segurança, evitando o seu sobreaquecimento e potencial avaria.
Isto conduz a um sobredimensionamento ou utilização indevida dos sistemas de refrigeração, por vezes usados intensiva e desnecessariamente, o que conduz a um maior consumo de energia ou à utilização de matérias-primas mais resistentes a altas temperaturas. Desta forma, o potencial de desempenho da máquina elétrica fica, usualmente, por explorar. A Continental, por exemplo, desenvolveu recentemente uma nova geração de sensores de temperatura mais eficazes, mas a ZF, com a sua solução, quer prescindir de hardware adicional.

“A solução TempAI baseia-se numa plataforma que gera automaticamente modelos físicos a partir de dados de medição e os torna operacionais num curto espaço de tempo. As unidades de controlo existentes são suficientes, uma vez que os modelos de IA utilizados requerem poucos recursos informáticos”, explica o fabricante alemão. "O resultado é uma solução puramente baseada em software, sem novos sensores ou unidades de controlo, a qual permite uma implementação em série altamente rentável."
Graças à maior precisão do controlo térmico, é assim possível explorar as máquinas elétricas mais perto do seu limite térmico de operação. A ZF refere que identificou ganhos de potência de cerca de 6%, bem como uma maior eficiência no ciclo WLTP, com reduções do consumo de energia que variaram entre os 6 e os 18%. Para além destas vantagens, existem também benefícios do ponto de vista da produção dos motores, uma vez que o conhecimento detalhado das temperaturas de funcionamento permite otimizar a sua construção, reduzindo a aplicação de metais raros, bem como o tempo de desenvolvimento.







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