Audi A5 fiel aos motores de combustão
- Pedro Junceiro
- 7 de fev.
- 6 min de leitura
Um dos vários modelos a lançar pela Audi em 2025, o A5 reflete o compromisso da marca alemã em adaptar-se aos diferentes paradigmas da indústria automóvel, reforçando neste caso o compromisso para com os motores de combustão interna. Substituindo o A4, a gama A5 estreia a plataforma PPC (Premium Platform Combustion), que também dá azo a outros formatos de eletrificação, como o “mild hybrid” ou o PHEV com até 140 km de autonomia elétrica.
Corporizando aquilo que a Audi denomina de “grande ofensiva de produto”, o A5, que será disponibilizado em carroçarias Limousine e Avant, adota a mais recente linguagem de estilo da marca alemã, sendo também o representante mais recente da aposta na oferta de produtos genuinamente “premium” e altamente digitalizadas.
Com efeito, este é um modelo que se reveste de grande importância para a Audi, que procura inverter os resultados menos positivos obtidos em 2024, os quais ficaram marcados por quebras nos principais mercados: globalmente, as vendas caíram 11,8% para 1.671.218 unidades, enquanto na Europa registou-se uma descida de 5,9% nas vendas, para 466.209 unidades. O cenário não foi diferente em Portugal, assistindo-se a descida de 7,2%, para 4684 unidades.
Assim, o ano de 2025 será de muitas novidades, prevendo-se 18 novos modelos, incluindo os A3, A5 Limousine e Avant, A6 Limousine e Avant, Q3 SUV e Sportback, Q5 SUV, Q6 Sportback e-tron ou Q7 SUV.

Desenho desportivo
A conceção visual do A5 passa uma sensação muito desportiva, com destaque para a grelha “Singleframe” mais ampla e baixa (com estrutura tridimensional em favo de mel), faróis com tecnologia LED de última geração e luzes traseiras OLED digitais, que possibilitam personalização luminosa (opcionalmente) e funcionalidades “car-to-x” para maior segurança.
Com cerca de 60 segmentos por painel OLED digital, permitem, por exemplo, comunicar com outros veículos pela luz, avisando os outros utentes da estrada durante o estacionamento automático e em caso de acidente ou perigo, através de um símbolo luminoso específico dentro da assinatura de luz digital. As luzes podem ainda dispor de efeitos dinâmicos ao destrancar e sair do veículo.
Oferecendo lado prático mais competente, o A5 Limousine mede 4.829 mm de comprimento, 1.860 mm de largura e 1.444 mm de altura, com uma distância entre eixos de 2.890 mm, valores que refletem um crescimento geral das medidas em relação ao A4. A versão Avant tem as mesmas medidas, embora seja 2 cm mais alta em relação à Limousine. Quanto às capacidades da bagageira, o A5 Limousine apresenta 445 litros (com acesso melhorado pelo facto de agora ser, efetivamente, um modelo de cinco portas) e o Avant 476 litros.
Interior digitalizado
A bordo, o “design” revela apontamentos de grande cuidado, nomeadamente, nos revestimentos e na solidez de construção, o que se traduz também na insonorização muito boa do habitáculo. O grande foco da Audi passou pelo reforço do lado digital, com este modelo a apresentar aquilo que denominada de “Digital Stage”, composto por dois ecrãs OLED curvos e panorâmicos – o de instrumentos (Audi virtual cockpit) com 11,9 polegadas e o central tátil com 14,5 polegadas, sendo que ambos são personalizáveis em vários aspetos.
Opcionalmente, pode ainda contar com um terceiro ecrã à frente, tátil, para o passageiro, com 10,9 polegadas. A marca argumenta que isto proporciona uma melhoria substancial da conectividade, não faltando acesso à loja digital para descarregar funcionalidades e aplicações adicionais que podem reforçar a vida a bordo. O veículo dispõe ainda de funcionalidades renovadas na iluminação ambiente, a exemplo do que sucede no exterior, com luzes de interação dinâmica opcional para apoiar a interação do automóvel com os ocupantes. Por exemplo, com o “pisca” ativado para a esquerda, a parte lateral esquerda da barra luminosa no topo do painel de bordo pulsa igualmente. Em termos de conforto, os bancos podem ser desportivos, opcionalmente.
O condutor pode também dispor de “head-up display”, com dimensões otimizadas e área de imagem visível 85% superior face à versão anterior, oferecendo então visualização mais precisa de informações como sinais de velocidade, assistentes de segurança ou instruções de navegação. Além disso, é agora configurável e apresenta conteúdos adicionais a pedido. Outra novidade é a chegada do Audi Assistant, um assistente virtual ativado por voz que compreende linguagem natural e que responde a pedidos dos ocupantes. É ativado pelo comando de voz “Hey Audi” (ou por botão no volante) e permite executar diversas funções do veículo, iniciar a navegação ou solicitar conhecimentos gerais. Se não conseguir responder à pergunta, é utilizado o ChatGPT enquanto ferramenta de Inteligência Artificial, fornecido através do Microsoft Azure OpenAI Service. Todavia, nas primeiras experiências de utilização durante a apresentação nacional, esquivou-se a responder a perguntas de cultura geral…
Em termos de áudio, a gama A5 pode dispor de sistema de som opcional Bang & Olufsen Premium com som 3D e altifalantes nos encostos de cabeça. No total, dispõe de 20 altifalantes e dois amplificadores com 810 watts de potência.

Eletrificação parcial
A gama A5 conta com o sistema “mild hybrid” avançado, denominado MHEV plus, baseado em sistema elétrico de 48 V, o qual apoia o motor de combustão, reduz as emissões de CO2 e aumenta a performance. O gerador (denominado PTG) permite condução parcialmente elétrica a baixas velocidades. De acordo com a Audi, este sistema permite reduções nas emissões de CO2 e na redução do consumo de combustível: até 10 g/km ou 0,38 l/100 km na versão 2.0 TDI e até 17 g/km ou 0,74 l/100 km no V6 3.0 TFSI em ciclo combinado WLTP.
O gerador também pode acrescentar até 24 cv (18 kW) de potência elétrica ao motor de combustão, melhorando as prestações pontualmente. Durante as fases de desaceleração ou travagem, regenera energia para uma bateria de pequenas dimensões. Desta forma, pode ser manobrado a baixas velocidades em modo elétrico. Graças à opção de usar um compressor de ar condicionado elétrico, o sistema também pode ser operado quando o veículo está parado, por exemplo, em semáforos, com o motor de combustão desligado.

No lançamento, a gama será composta por uma gama ampla de motores, com a versão de entrada a ser a 2.0 TFSI com 150 cv de potência, dotado de turbo de geometria variável e com um processo de combustão modificado particularmente eficiente em termos de combustível sob carga parcial.
Por outro lado, a marca não abandona a tecnologia Diesel e oferece também o 2.0 TDI de 204 cv e 400 Nm de binário com tecnologia MHEV plus já descrita. Pertencente à linhagem EA288 evo, conta com combustão otimizada e maior controlo das emissões de escape (graças à tecnologia “TwinDosing”), além de maior refinamento de atuação.
As versões 2.0 TFSI de 150 cv e a 2.0 TDI são associadas exclusivamente a caixas automáticas de dupla embraiagem, sendo que ambas são de tração dianteira, embora o modelo turbodiesel possa dispor de tração integral quattro ultra.

Por fim, no vetor mais desportivo, a marca oferece ainda os S5 Limousine e S5 Avant, com motor V6 TFSI de 3.0 litros com 367 cv de potência. Recorre a um processo de combustão otimizado, turbocompressor de geometria variável (TGV) e tecnologia MHEV plus. Junta-se ainda a caixa de dupla embraiagem S tronic revista e adaptada para esta versão. Os S5 recorrem ainda a diferencial desportivo quattro com sistema de vetorização de binário, combinado com tração integral variável, para melhorar o comportamento em curva.
Ao nível do chassis, tudo é novo
Ao nível do chassis, tudo é novo, como a suspensão que procura equilibrar conforto e dinamismo, bem como a direção progressiva, montada diretamente na carroçaria e com uma barra de torção significativamente mais rígida para melhorar a precisão de resposta. De série, está dotado de suspensão em aço, mas, opcionalmente (de série no S5), pode adotar suspensão de amortecimento variável para diferenciar ainda mais o comportamento. Outra opção é a suspensão desportiva S adaptativa com controlo eletrónico dos amortecedores, que tem um espetro maior de diferenciação no comportamento entre os modos de condução “Comfort” e “Dynamic”. Ambas as variantes opcionais de suspensão rebaixam a carroçaria em 20 milímetros.

Primeira abordagem
Na apresentação nacional, tivemos a oportunidade de efetuar um primeiro contacto com o A5 Avant 2.0 TDI (as versões Limousine ainda não estavam disponíveis), modelo que sobressaiu pelo compromisso excelente entre refinamento e dinamismo, com respostas do motor bastante satisfatórias, embora tenha ficado à vista a existência de maior diferenciação entre os modos de condução. Ou seja, os 204 cv de potência são menos espontâneos no modo “efficiency”, que procura oferecer consumos baixos. Por outro lado, revela-se bem mais eficaz e decidido quando selecionado o modo de condução “dynamic”. O consumo médio rondou os 6,5 k/100 km nesta primeira experiência ao volante.
Construção sem mácula e por dinamismo que merece destaque
Apesar do trajeto curto, foi possível perceber que a geração mais recente do A5 Avant transmite uma sensação elevada de solidez geral, cimentada pela construção sem mácula e por dinamismo que merece destaque. No caso da unidade ensaiada, a suspensão desportiva com amortecimento adaptativo oferece um controlo eficaz dos movimentos da carroçaria, sem penalizar o conforto, dando a este modelo uma aura mais desportiva que não retrai a sua tónica familiar para o dia-a-dia.
Por fim, os preços da gama A5 começam nos 46.050€ para o Limousine TFSI de 150 cv e nos 48.000€ da versão A5 Avant TFSI de 150 cv. Mais tarde, chegará uma variante TFSIe com tecnologia “plug-in” de nova geração, com promessa de autonomia elétrica até 140 km ou 180 km em ciclo urbano WLTP.

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