BYD Atto 2 Boost
- José Caetano
- 6 de ago.
- 4 min de leitura
É o Sport Utility Vehicle (SUV) mais acessível da BYD (preços desde 31.490 €) e posiciona-se no segmento B. No Atto 2 com 4,3 m de comprimento e 2,6 m entre eixos, motor elétrico com 177 cv e bateria como 45,1 kWh de capacidade nominal. Sempre que tem automóvel novo, a marca chinesa surpreende-nos. À prova, a versão de topo (Boost).

Os números são taxativos: encontramo-nos em agosto e, comparativamente aos primeiros oito meses de 2024, crescimentos importantes nas matrículas de automóveis com sistemas de recarga externa das baterias – elétricos e híbridos Plug-In –, com as duas tecnologias a representarem mais de 20% das vendas de carros novos em todo o mundo.
Percorrendo a tabela dos mais vendidos, surpreenda-se, muitos BYD no “top-20” dos carros elétricos e híbridos Plug-In mais vendidos em todo mundo. O Atto 2, o Sport Utility Vehicle (SUV) com 4,310 m de comprimento e 2,620 m entre eixos é candidato a lugar cada vez mais destacado neste tipo de tabelas, considerando as qualidades de modelo com motor de 177 cv e tração dianteira que não impressiona pela autonomia, com os chineses a reivindicarem 312 km entre recargas de bateria que tem 45,1 kWh de capacidade nominal, mas apresenta um preço na ordem dos 30.000 €. O “menos” e o “mais”, nestes dois pontos, cruzam-se!...
No final do ano, versão Comfort com motor mais potente e até 420 km de autonomia, combinação mais atrativa para os condutores que também necessitam de movimentar-se, muito regularmente, fora dos ambientes urbanos, o “habitat” deste carro.

O Atto2 é importado da China, mercado em que está disponível desde fevereiro de 2024, sob o nome de Yuan Up mas a BYD pretende produzi-lo na Europa a partir de 2026, na primeira fábrica da marca na Europa. Assim, evitam-se todas as barreiras alfandegárias e satisfaz-se a ambição de crescimento na região. Para esta unidade em construção na Hungria (Szeged), capacidade estimada de 150.000 automóveis por ano.
O SUV novo assenta na arquitetura e-Platform 3, também a base de Atto 3 e Seal, entre outros carros do construtor, que tem a particularidade de contar com bateria integrada no chassis, fórmula construção que representa menos espaço e peso. Esta tecnologia é de iões de lítio, mas do tipo LFP (fosfato de ferro e lítio). Na comparação com as NMC (níquel, manganês e cobalto), ciclo de vida longo, custo inferior, estabilidade química e térmica, impacto ambiental ou segurança entre as das vantagens e densidade energética e desempenho a baixa temperatura no lado das desvantagens.
As velocidades de carregamento da bateria também denunciam a orientação mais citadina do que estradista do BYD Atto 2: com corrente contínua, potência máxima de 65 kW, 28 minutos para recuperar a energia armazenada de 30% para 80%; com corrente alternada, potência máxima de 11 kW, 5h30 de 0% a 100%. De série, SUV com bomba de calor, equipamento para controlo mais eficiente da temperatura no habitáculo, por consumir menos energia do que as resistências elétricas comuns, o que tem beneficia, diretamente, a autonomia, e função VL2 para alimentação de dispositivos elétricos externos (até 3,3 kW).
Espaço e qualidade mais do que satisfazem
Tratando-se de concorrente no segmento B, o SUV mais pequeno da BYD não tem, naturalmente, materiais ou montagem sensacionais, mas a qualidade do interior é mais do que satisfatória – os plásticos, maioritariamente, são suaves ao toque e o rigor da construção elogia-se, mas temos de referir que testámos carro novo e, por isso, com poucos quilómetros; depois de algum tempo de utilização, vamos a ver! Na apresentação do painel de bordo, Atto 2 mais próximo do Seal U ou do Sealion 7 que do Dolphin ou do Atto 3, o que também aplaudimos. Para a instrumentação, ecrã de 8,8’’. Para o sistema multimédia, monitor de 12,8’’. O segundo controla-se tatilmente, dispõe de função rotativo que permite posicioná-lo na horizontal ou na vertical, dependendo das preferências individuais, permite ativação e desativação de muitos programas do automóvel por ordens vocais (basta dizer “Hi BYD”) e tem compatibilidade sem fios com Android Auto e Apple CarPlay. Independentemente da versão (Active ou Boost), a abundância de equipamento(s) de série faz com que a marca chinesa quase não proponha opcionais.
No Atto 2, encontra-se facilmente uma posição de condução confortável, uma vez que o banco admite ajustes suficientes (já os apoios laterais são insuficientes!) e a coluna da direção pode regular-se em alcance e altura. Os bancos traseiros, como acontece em quase todos os carros elétricos, devido à arrumação da bateria entre os eixos, são amplos, mas temos de recordar que este SUV compete no segmento B e, por isso, tem dimensões compactas, facto que condiciona, nomeadamente, o espaço em largura, desaconselhando-se, portanto, o recurso ao lugar do meio em deslocações longas. A mala tem 400 litros de capacidade, com o rebatimento dos encostos posteriores a criar compartimento com 1340 litros. E conte-se com duas posições em altura para a fixação de plataforma que pode mover-se e retirar-se do automóvel.

Dinamicamente, o Atto 2 também mais do que satisfaz, sobretudo nos ambientes urbanos. O SUV com tração dianteira beneficia do peso para moderado (para carro elétrico!…) para movimentar-se sempre com agilidade suficiente, devido à rapidez de reação do motor ao acelerador. Anunciam-se 0-100 km/h em 7,9 s e velocidade máxima limitada a 160 km/h, para proteção da autonomia. Existem quatro modos de condução (Eco, Normal, Sport e Snowfield) que adaptam o comportamento de diversos recursos do NYD, dos controlos de tração aos sistemas de climatização e propulsão. A direção apresenta-se demasiado assistida, o que penaliza o tato, e a suspensão tem amortecimento que não filtra todas as irregularidades dos pisos e explica o rolamento ligeiro da carroçaria nas transferências de massa.
No Atto 2, dois programas de regeneração de energias durante as desacelerações e travagens, mas nenhum pára o carro por completo, como acontece em elétricos com sistemas do tipo One-Pedal. O modo de operação comanda-se no monitor do sistema multimédia, mas a ativação da passagem do A para o B obriga-nos a pisar o acelerador. E este “protocolo” estranha-se!... No entanto, no preço, comparando o BYD com Kia EV3 (36.800 €) ou Peugeot e-2008 (34.500 €), dois “alvos”, este SUV chinês é “à nossa medida”!

Comentários