A administração Biden anunciou a intenção de proibir sistemas de conectividade de origem chinesa e russa nos automóveis vendidos nos EUA, medida que visa proteger a indústria local, mas também garantir a segurança digital do país.

Os sistemas automóveis de conectividade provenientes de empresas da China e da Rússia poderão vir a ser proibidos nos automóveis vendidos nos EUA, naquela que promete ser uma das medidas mais duras impostas pela administração Biden contra tecnologias eletrónicas provenientes de outros países.
Vista primariamente como uma medida que pretende incrementar a segurança informática dos EUA, a proibição de componentes e de softwares de conectividade chineses e russos nos automóveis vendidos naquele país é também uma forma de defender a indústria automóvel local, nomeadamente, face à ameaça dos construtores chineses e dos seus elétricos baratos.

O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo Departamento do Comércio dos EUA e deverá incidir não só sobre os automóveis produzidos na China, mas também nos veículos desses construtores com produção noutros países, como no México ou na Europa, para onde alguns fabricantes pretendem deslocar alguma produção para evitar taxas suplementares que estão a ser preparadas, quer no continente americano, quer na Europa.
Proibição também deverá afetar marcas chineses que pretendam utilizar os EUA para o desenvolvimento da condução autónoma, impedindo, assim, a comercialização da tecnologia no país.
A entrada em vigor desta proibição no que diz respeito ao "software" está prevista para 2026, aplicando-se aos automóveis comercializados em 2027, enquanto a do "hardware" está planeada apenas para os automóveis comercializados a partir de 2030. A proposta deverá ser finalizada ainda durante a presidência de Biden, que termina em janeiro de 2025.

Segurança digital
Estando atualmente em decurso a campanha eleitoral para a Presidência, numa corrida entre Kamala Harris e Donald Trump, os EUA estão cientes de que a manipulação digital e a espionagem informática são riscos cada vez maiores, procurando abordar eventuais vulnerabilidades em vários setores. O risco de captação de dados dos condutores ou de invasão digital com controlo dos veículos remotamente por “hackers” é uma questão que os EUA pretendem adotar já medidas de proibição de "software" e "hardware".
De acordo com a Reuters, esta decisão agora tomada pretende fechar qualquer “porta aberta” em questão de segurança digital, nomeadamente, ao impedir a comercialização de veículos que não fossem produzidos na China ou na Rússia, mas que tivessem componentes eletrónicos e de conectividade avançada provenientes de empresas desses países.
“Se tivéssemos dito simplesmente 'Proibidos os Veículos Chineses', teríamos deixado uma porta da frente aberta à China para chegar através do 'software' automóvel”, disse à Reuters Liz Cannon, responsável de informação e tecnologias da comunicação do departamento.
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