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Ferrari Elettrica tem mais de 1000 cv

A Ferrari divulgou as primeiras informações sobre o primeiro superdesportivo elétrico, que recebeu o nome (provisório…) de Elettrica. Entre os dados confirmados, o pico de potência superior a 1000 cv, o arranque de 0 a 100 km/h em 2,5 s e velocidade máxima de mais de 300 km/h. Este “cavallino rampante” muito especial tem apresentação marcada para a primavera de 2026.



O “Elettrica” (adote-se a designação da Ferrari!) foi desenvolvido de forma totalmente nova para a marca de Maranello e combina muitas tecnologias de ponta com o desempenho e prazer de condução habituais nos carros do fabricante italiano, incluindo até ao nível na sonoridade, algo que os adeptos e os clientes não dispensam!

 

Este automóvel representa a etapa final de processo de desenvolvimento que teve início em março de 2010, com a apresentação, no salão de Genebra (Suíça), do 599 HY-KERS. O protótipo integrava tecnologias de eletrificação derivados, diretamente, da Fórmula 1, como o KERS (nome do sistema de recuperação da energia cinética). Depois, sucederam-lhe diversos superdesportivos eletrificados, casos de LaFerrari, SF90 Stradale, 296 GTB e, mais recentemente, F80 e 849 Testarossa.


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Para o Elletrica, a Ferrari privilegiou a produção própria dos componentes principais, o que permite à marca italiana controlar melhor todo o processo, incluindo a integração de todos os elementos no chassis, e garantir, também, o nível ambicionado de “performances”. Ou seja, o fabricante quis que o primeiro “cavallino rampante” elétrico fosse apresentado só quando tivesse tecnologia capaz de proporcionar experiência de condução condizente com história tão importante. O desenvolvimento do projeto já originou o registo de 60 patentes.



Sustentabilidade e dinamismo 

O chassis tem distância entre eixos curta (a marca indica 2,960 m) e inspira-se nos das “berlinettas” com motores centrais-traseiros, com o desafio extra de obrigar a melhorar a distribuição da energia nos impactos, dado o peso superior dos carros elétricos (cerca de 2300 kg). Para mais resistência em caso de embate, as torres da suspensão no eixo anterior e os posicionamentos do motor dianteiro e do inversor são determinantes para a dissipação da energia

 

Pela primeira vez, chassis e carroçaria são fabricados com 75% de alumínio reciclado, material que contribui para uma redução de 6,7 toneladas de emissões de CO2 em cada carro produzido. Uma prova de que o Elettrica também será sustentável nas linhas de montagem. Na revelação do chassis, prometeu-se extremidades curtas à frente e atrás, e posição de condução adiantada (próxima do eixo dianteiro). A bateria está integrada no piso.



Os módulos da bateria estão instalados entre eixos em posição muito baixa, o que reduz o centro de gravidade e beneficia a dinâmica. A Ferrari promete mesmo centro de gravidade 80 mm mais baixo do que num automóvel equivalente com motor de combustão interna.  Na traseira, a Ferrari estreia solução, na forma de subquadro independente, idealizado para reduzir ruídos e vibrações no interior, e aumentar a rigidez.

 

A suspensão é ativa (sistema elétrico de 48 V) – trata-se da terceira geração da tecnologia estreada no Purosangue e desenvolvida para o F80, o que permite antecipar controlo ótimo dos movimentos da carroçaria e capacidade dinâmica fora de série com conforto acima da média (para a categoria). Para a repartição do peso do Elettrica com configuração de 2+2 lugares, a Ferrari anuncia 47/53%.


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Alta potência 

O Ferrari elétrico está equipado com dois eixos eletrificados desenvolvidos internamente, cada um com dois motores síncronos de ímanes permanentes (dois com 105 kW à frente e dois com 310 kW atrás) e rotores Hallbach derivados da Fórmula 1.

 

O eixo dianteiro com 286 cv (210 kW) pode ser desacoplado a qualquer momento, o que permite ao elétrico da Ferrari movimentar-se apenas com tração traseira, o que aumenta a eficiência sempre que a tração integral não é necessária. Em aceleração a fundo, este sistema pode entregar 3500 Nm. A marca também anuncia 3,23 kW/kg de densidade energética e 93% de eficiência.

 

O eixo traseiro é mais potente, atingindo os 843 cv (620 kW) e os 8000 Nm no modo de condução mais desportivo (Performance Launch). Anunciam-se 4,8 kW/kg para a densidade energética e 93% para a eficiência). Outro número interessante: os motores elétricos dianteiros são capazes de 30.000 rpm e os traseiros de 25.500 rpm.



A bateria com 122 kWh de capacidade bruta apresenta uma densidade energética de quase 195 Wh/kg (a maior no mercado, diz a Ferrari) e tem sistema de arrefecimento concebido para otimizar a distribuição do calor e as “performances”. Integrada diretamente no chassis, atua como elemento estrutural, fórmula que diminui o peso e aumenta a rigidez. Este sistema foi criado e é fabricado em Maranello.

 

O conceito de integração foi levado ao extremo, mas sem comprometer a facilidade de manutenção e a possibilidade de substituição integral ou parcial da bateria. Tem 15 módulos com 14 células (210 células no total), e cada módulo tem sistemas eletrónicos próprios de controlo de potência e gestão da bateria, que também são de origem Ferrari.

 

A arquitetura elétrica é de 880 V, o que lhe garante desempenho elevado na bateria e tempos de carga reduzidos (potência máxima admitida: 350 kW). E antecipa-se autonomia acima de 530 km.


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Som não é de combustão 

Em vez de replicar artificialmente o timbre de um motor de combustão, a Ferrari optou por destacar os atributos únicos do sistema elétrico. Assim, o som do Elettrica não é gerado digitalmente, mas é a expressão direta e autêntica de seus componentes: um sensor de alta precisão instalado no eixo traseiro capta as frequências do eixo motriz, as quais são amplificadas e projetadas no ambiente como se fosse uma guitarra elétrica, onde o som não é amplificado naturalmente pelo corpo da guitarra em si, mas por um amplificador. Em particular, enquanto o som se propaga na forma de vibrações do ar nos motores de combustão interna, nos eixos elétricos o som viaja através do metal na forma de vibrações. Por esse motivo, o sensor utilizado é um acelerómetro instalado num ponto muito rígido da fundição do inversor.


Em situações normais de condução, o Elettrica opta pelo silêncio.

Ou seja, a Ferrari escolheu não seguir o caminho de marcas como a Abarth, usando um conceito mais autêntico relacionado com o motor elétrico, indicando que o mesmo só se faz ouvir quando “é funcionalmente útil, fornecendo ‘feedback’ ao condutor e aumentando a sensação de resposta dinâmica”. Desta forma, em situações normais de condução, o Elettrica opta pelo silêncio, embora possa ser imediatamente ativado pelo condutor, ao utilizar as patilhas de mudança no modo manual, por exemplo.

 

A este respeito, as patilhas atrás do volante têm também funções semelhantes às de uma caixa de velocidades automática nos motores de combustão, com o sistema “Torque Shift Engagement” a permitir cinco níveis de potência e de binário, proporcionando aceleração progressiva e, na travagem, reação semelhante à de retenção pelo motor térmico.


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Eletrónica avançada 

A exemplo do que sucede noutros Ferrari, o Elettrica terá modos de condução selecionáveis no eManettino: Range, Tour e Performance. Determinam como a energia, a potência e a tração são geridas. A Unidade de Controlo do Veículo é atualizada 200 vezes por segundo para gerir de forma preditiva os desempenhos de suspensão, tração e direção e garantir a agilidade, estabilidade e precisão, não faltando sistema de vetorização de binário que melhora a dinâmica em curva.

 

Por último, a Ferrari destaca também o trabalho feito nos pneus, com três fornecedores envolvidos no desenvolvimento de soluções adequadas, destacando-se a resistência ao rolamento reduzida em 15%. Foram desenvolvidos cinco tipos de pneus, incluindo de inverno. A marca promete dizer mais detalhes no início de 2026.

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