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Itália exige à Stellantis resposta sobre fábrica de baterias

Foto do escritor: Pedro JunceiroPedro Junceiro

O ministro italiano da indústria e do “Made in Italy” exige ao consórcio liderado por Carlos Tavares que confirme o plano para construir uma fábrica de baterias em Termoli, sob pena de perder os fundos europeus pós-Covid alocados ao projeto.



O Governo italiano e a Stellantis voltam a protagonizar mais um momento de tensão, com Adolfo Urso, ministro da Indústria e do “Made in Italy”, a exigir à companhia automóvel liderada por Carlos Tavares uma resposta concreta quanto ao seu empenho na conversão da fábrica de Termoli num centro avançado de produção de baterias.

 

Essa fábrica estava integrada nos planos de expansão da ACC, companhia que resulta da junção de esforços de Stellantis, TotalEnergies e Mercedes-Benz, a par de mais duas outras fábricas de larga escala, na Alemanha e em França, esta última já inaugurada. Porém, a ACC revelou recentemente que iria travar os seus esforços de ampliação da rede de produção na Europa em virtude do abrandamento da procura no mercado, citando ainda a necessidade de começar a trabalhar em baterias de menor custo.

 

Termoli, atualmente uma fábrica da Stellantis destinada à produção de componentes híbridos, seria convertida para a produção de baterias de nova geração, mas o panorama atual de abrandamento pela procura de automóveis elétricos levou a ACC a abrandar os seus esforços e a adiar a confirmação dos seus planos para o final deste ano ou início de 2025.



Repensar as baterias 

De acordo com a Reuters, a ACC pausou os planos para Itália, mas também para uma outra fábrica de produção de baterias planeada para a Alemanha, prevendo “a introdução de uma nova tecnologia para a produção de células e módulos em linha com a evolução do mercado”. Ou seja, muito possivelmente, a troca de tecnologia de iões de lítio por unidades de fosfato de lítio-ferro (LFP), menos dispendiosas.

 

Mas, com esta indecisão em torno da fábrica de Termoli, o projeto para Itália arrisca-se a perder 370 milhões de fundos comunitários – ao abrigo do programa local de revitalização pós-Covid –, com Adolfo Urso a pedir uma resposta da Stellantis urgentemente.


Adolfo Urso, ministro da Indústria e do “Made in Italy”,

“A Stellantis deve dar-nos uma resposta e deve fazê-lo em breve. Se a Stellantis não nos der uma resposta positiva dentro de horas, vamos transferir os fundos para outro lado qualquer”, afirmou o ministro numa conferência de imprensa, em Itália. “Não podemos dar-nos aos luxo de perder estes fundos porque a Stellantis não está a cumprir com os seus compromissos”, adiantou ainda, apontando que a companhia “não está a cumprir a sua parte”.

 

Este é mais um episódio de uma disputa entre o Governo transalpino e a Stellantis, que no passado já resultou na troca da denominação do nome Alfa Romeo Milano para Junior e na apreensão de mais de uma centena de quadriciclos Topolino num porto de Itália, em ambos os casos por utilização de bandeira ou denominação italianos.

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