Mercedes 108/109 comemoram 60 anos
- Pedro Junceiro
- há 3 dias
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Lançados em agosto de 1965, a série 108 (a 109 surgiu pouco depois) da Mercedes-Benz depressa ganhou estatuto de modelo icónico do segmento superior, oferecendo soluções de requinte inéditas para a época. Atualmente, a marca alemã voltou a fabricar alguns componentes originais para estes clássicos.

A década de 1960 trouxe mudanças em muitas áreas, da cultura à ciência e aos automóveis, com os construtores a privilegiarem cada vez mais a imagem e a qualidade oferecida. Foi, precisamente, a meio desse período, em agosto de 1965, que a Mercedes-Benz introduziu a série 108, com versões 250 S, 250 SE e 300 SE, seguindo-se, a 300 SEL com distância entre eixos maior e funcionalidades como a suspensão pneumática (e surgiu o 109).
Antecessores do Classe S, os 108/109 foram concebidos pelo “designer” Paul Bracq, que apostou em linhas retas e elementos de vidro extensos, e combinou funcionalidade conforto e elegância. Entre os elementos que os tornavam inconfundíveis, a grelha com formato quase quadrado e mais proeminente, sobressaindo na dianteira.
Estes veículos tornaram-se berlinas de luxo muito procuradas numa época em que existiam poucas opções no segmento e inauguraram a família de automóveis requintados que originou, em 1972, a produção do primeiro Classe S (série 116).

Todas as versões dispunham de travões de disco nas quatro rodas e limitadores de força de travagem no eixo posterior. Além disso, uma mola de compensação hidropneumática montada no mesmo eixo equilibrava a traseira com cargas pesadas. Inicialmente, utilizaram-se motores de 6 cilindros. Nos modelos com um “E” na designação, bombas complexas de seis pistões controlavam a distribuição de combustível. Em 1969, é apresentado o 300 SEL 3.5 com V8 M 116, com 3,5 litros e injeção de combustível Bosch D-Jetronic. Alguns países, nomeadamente os EUA, receberam o motor “irmão” M 117 com 4,5 litros – primeiros motores V8 produzidos em grande escala utilizados pela marca da estrela.

Sucesso inesperado… mesmo hoje
Em março de 1968, o topo de gama 300 SEL 6.3 com o V8 do Mercedes-Benz 600 (W 100) aportou ainda mais prestígio ao automóvel. Como a própria designação indicava, a cilindrada de 6,3 litros permitia-lhe prestações comparáveis com as dos desportivos contemporâneos. Esta versão acabou por ter um sucesso inesperado, com um total de 6526 unidades encomendadas por clientes.
De 1965 a 1972, a Mercedes vendeu mais de 382.000 carros, existindo muitos ainda em circulação. E a marca garante que a cotação do automóvel entre os adeptos de clássicos continua a aumentar. Recentemente, 280 SE 3.5 em bom estado foi vendido por mais 30.000 €, enquanto o 300 SEL 6.3, carro que compete numa “liga própria”, tem preço na ordem dos 90.000 €!

Por via dessa procura, a divisão de peças originais para clássicos da Mercedes-Benz ainda produz peças para as gamas 108/109. Atualmente, estão disponíveis cerca de 2100, incluindo algumas que melhoram os desempenhos dos motores.
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