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Mercedes EQA 250+ Edition

O Mercedes-Benz EQA continua a ser um dos representantes mais completos do segmento dos SUV “premium” 100% elétricos, com a versão EQA 250+ a ser aquela que oferece um equilíbrio aprimorado entre prestações e eficiência, sobretudo depois da atualização ligeira efetuada em 2024, que incrementou a autonomia desta versão sem grandes mexidas na vertente técnica.



O EQA continua a ser um dos modelos mais populares na gama elétrica da Mercedes-Benz, atendendo ao facto de posicionar-se como a “porta de entrada” na gama sem emissões poluentes da companhia germânica. Nascido como um derivativo do GLA, o EQA foi ligeiramente atualizado no final de 2023, sendo lançado então em 2024 como um modelo mais em linha com o estilo dos demais EQ e com opções melhoradas para manter a sua atratividade perante os clientes interessados em automóveis “premium” sob o “signo” da estrela.

 

O EQA assume-se como um automóvel bem conseguido esteticamente, com dianteira decalcada de outros Mercedes elétricos, sobretudo quando se atenta no painel preto no qual se encontra o logótipo, agora com pequenas estrelas como padrão, num detalhe curioso. Os faróis LED High Performance são unidos pela já típica barra horizontal luminosa, noutro detalhe partilhado com outros elétricos.



O formato geral é bem conseguido e está em linha com uma abordagem muito cuidada na construção, aqui sublinhando-se também os detalhes desportivos, como as jantes em liga leve AMG multi-raios de 20 polegadas (1.500€) e pela escolha da “Versão AMG Advanced Plus” (6.800€), que acrescenta uma série de elementos visuais, técnicos e de equipamento, como a estética AMG, o volante desportivo em pele “Nappa”, bancos desportivos, painel de instrumentos digital de 10,25 polegadas, airbag de joelhos, assistente de ângulo morto, câmara de marcha-atrás e navegação “Premium MBUX” com realidade aumentada, entre muitos outros elementos. Trata-se de um conjunto de equipamento dispendioso, mas que acaba por trazer muita qualidade a este EQA. O exterior é ainda agraciado com a pintura metalizada “Azul Spectral” (950€)



Interior ainda na berra 

O habitáculo do EQA 250+ é bastante sólido e muito bem construído, tendo beneficiado bastante da atualização realizada em meio de ciclo, nomeadamente em termos de desafogo na consola central, na qual há agora mais espaços de arrumação e botões de grandes dimensões para os modos de condução e para as câmaras auxiliares de manobras.

 

Os materiais são de excelente qualidade, macios na parte superior do habitáculo, com o desenho a ser igualmente apelativo, mantendo-se muito atual e tecnológico com dois ecrãs contíguos de 10,25 polegadas, o do centro com sistema MBUX de fácil interação e a possibilidade de dispor de assistente por voz para realizar alguns comandos (“Hey Mercedes”), como aumentar ou baixar a temperatura da climatização ou alterar a cor da iluminação interior. O sistema de infoentretenimento é ainda compatível com Android Auto e Apple CarPlay sem fios e incorpora também menus dedicados ao módulo elétrico.



 Por inerência da “Versão AMG Advanced Plus”, alguns dos elementos aportam uma tónica mais desportiva, como o já referido volante em pele perfurada “Nappa”, ao passo que outros opcionais, como o Pack Pele (1.250€) reforçam a imagem com revestimentos dos bancos em pele preta com pespontos contrastantes ou os acabamentos interiores com padrão da Mercedes-Benz retro-iluminados.

 

O espaço interior é bastante aceitável para um modelo de 4.463 mm de comprimento, mesmo se existem pontos a melhorar. Pelo lado positivo, os lugares posteriores oferecem bastante espaço para as pernas e em altura do assento ao tejadilho, sendo que este último ponto é consequência direta do facto de os assentos serem muito baixos, o que obriga os ocupantes atrás a viajar com as pernas muito fletidas. Ora, isso está longe de ser cómodo, nomeadamente, para um adulto. A bagageira também está longe de ser referencial, com os seus 340 litros a ficarem aquém do que é a norma no segmento.


O sistema continua a ter personalização e é um dos pontos positivos da experiência de condução do EQA, sendo rápido e intuitivo de utilizar, mesmo durante a condução. A climatização tem comandos físicos à parte – uma boa decisão.



Boas prestações, ótima autonomia 

O EQA 250+ Edition continua a manter o seu motor elétrico dianteiro de 190 cv (140 kW) de potência e 385 Nm de binário máximo, sendo este um elétrico de prestações muito desenvoltas, com respostas dependentes do modo de condução selecionado, ainda que surpreenda positivamente pelas prestações sempre rápidas, mesmo no modo “Eco”.

 

Acaba por ser um SUV ao qual nunca falta ânimo, notando-se de forma mais premente no modo de condução “Sport” e quando se pressiona o acelerador com maior veemência. Neste capítulo há ainda um modo personalizado, o “Individual”, que deixa parametrizar o desempenho do motor, da direção e do controlo de tração.

 

Se nas prestações, os 190 cv de potência são mais do que suficientes para viagens despachadas, a economia é um dos atributos que mais se destacam nesta versão com bateria de iões de lítio de 70,5 kWh de capacidade. Fruto de uma competência muito elevada na regeneração, o EQA 250+ “devolve” consumos energéticos muito moderados, com valores em torno dos 15 kWh/100 km (15,1 kWh/100 km no teste da E-AUTO) a atestarem essa mesma competência.



Esse facto foi acentuado na atualização do modelo, tornando-se mais aerodinâmico, embora os três modos de regeneração desempenhem um papel fundamental para explicar a eficiência excelente do EQA. Ainda assim, gostaríamos de ter mais níveis de regeneração controlados pelas patilhas atrás do volante em vez dos simples “Máximo”, “Médio” e “Normal”. Há um outro modo, denominado “inteligente”, que controla a regeneração de energia de forma automática consoante a proximidade ao veículo da frente.

 

“Contas” feitas, a autonomia homologada de 507 km com o equipamento opcional incluído poderá ser difícil de obter em condições de utilização mistas entre autoestrada e cidade, mas é exequível cumprir bem mais de 450 km com um único carregamento e sem qualquer preocupação com o ritmo. Nota para o facto de a autonomia WLTP homologada com as jantes de 18 polegadas e apenas com o equipamento de série estar cifrada nos 559 km, o que também revela bem do impacto que os opcionais têm sobre o alcance dos elétricos.



Condução equilibrada 

A condução pauta-se pelo refinamento e pelo equilíbrio entre conforto e dinamismo. Sem aspirações desportivas, o EQA 250+ permite abordar as curvas com confiança e estabilidade, valendo-se de amortecimento muito bem conseguido e de oscilações laterais da carroçaria bem contidas. A suspensão passiva faz um bom trabalho a lidar com as imperfeições do piso, enquanto a direção é informativa, apesar de ter muita assistência.

 

Ainda assim, naturalmente, este Mercedes-Benz tem um perfil mais orientado para o conforto e para toadas pacatas do dia-a-dia, valendo-se ainda de tratamento acústico exímio, que isola muito bem o habitáculo de todos os ruídos exteriores. Tal é ainda mais pertinente em percursos de autoestrada, com supressão acima da média do barulho de outros carros e de rolamento.

 

Algo que não apreciámos foi o conforto dos bancos dianteiros que, de formato desportivo e integrando a Versão AMG Advanced Plus, nos pareceram demasiado firmes, resultando algo desconfortáveis em trajetos mais longos.



O valor da etiqueta 

Num mercado cada vez mais povoado por propostas elétricas com medidas em torno dos 4,5 metros de comprimento, o EQA 250+ vale-se, sobremaneira, do seu estatuto “premium” em termos de postura, qualidade e acabamentos. Mas, também, de preço. De série, esta variante de acesso à gama tem um custo de 53.950€, o que não destoa em comparação com as suas características técnicas, sobretudo, no que diz respeito à autonomia e ao desempenho, já que uma autonomia real pouco abaixo dos 500 km pode ser argumento decisivo, enquanto os 190 cv chegam e “sobram” para todas as necessidades de condução.

 

Porém, a concorrência “aperta” o cerco, em muitos casos com opções no mesmo espectro de preço e mais recheadas em equipamento, o que faz com que o “valor” da etiqueta “premium” acabe por fazer a diferença para muitos clientes deste tipo de veículos. Tanto mais que a lista de equipamentos opcionais é extensa e pode fazer escalar o valor final a pagar.

 

Por exemplo, a versão ensaiada – com o Pack Pele AMG (1.250€), a pintura metalizada “Azul Spectral” (950€), as jantes AMG multirraios de 20 polegadas (1.500€), o teto de abrir panorâmico em vidro (1.500€) e a versão AMG Advanced (6.800€) – tinha um valor final proposto de 67.250€, sendo este um ponto muito relevante a ter em conta.



 

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