Renault Clio: tudo sobre a geração 6!
- Pedro Junceiro
- há 11 horas
- 7 min de leitura
O Renault, na sexta geração do Clio, que apresenta no IAA Mobility de Munique, certame que abriu esta segunda-feira e pode visitar-se até domingo, apresenta-se pronto para dar seguimento à história de sucesso iniciada em 1990. O desenho rompe, radicalmente, com a imagem dos predecessores e a tecnologia a bordo apresenta-se, também, muito modernizada. Entre as motorizações, destaque para a híbrida E-Tech com 160 cv e, ainda, para a mecânica GPL com autonomia para quase 1500 km. A estreia comercial está planeada para o início de 2026.
Apresentado em 1990, então como sucessor do 5, o Clio teve muito impacto no mercado, sobretudo pela forma audaz como a Renault repensou o segmento dos utilitários acessíveis, o B, fórmula que a marca do losango manteve nas quatro gerações seguintes de subcompacto que está entre os modelos de maior sucesso comercial na Europa. E a passagem dos anos não mudou o “status quo” – prova-o, por exemplo, a segunda posição nos registos de automóveis novos no Velho Continente no primeiro semestre do ano, com cerca de 130.000 unidades.
A passagem de testemunho para a sexta geração terá lugar no início de 2026, com o Clio novo a elevar a fasquia no desenho, na tecnologia e na imagem interior e na competência dinâmica, acompanhada aqui pela eficiência dos motores, com versões a gasolina, bifuel e híbrida. Como se percebe, a motorização turbodiesel sai de cena, “vergada” pelas imposições regulamentares da norma Euro 7.
Roupagem nova
O processo de desenho do Clio novo teve como ponto de partida a intenção de criar algo moderno e disruptivo, com Paula Fabregat-Andreu, Diretora de Design da marca Renault, a utilizar a palavra “sensual” como mote inspirador para o modelo francês. Assim, embebendo alguma da criatividade já usada no protótipo Embleme, o resultado é um utilitário com silhueta bastante dinâmica e detalhes que jogam com os “volumes positivo e negativo”, ou seja, saliências e reentrâncias, sobretudo junto aos grupos óticos.
A dianteira está mais expressiva, com os vincos do capot a apontarem para a grelha do radiador hexagonal preenchida com “diamantes” figurados que simbolizam o logótipo da Renault. A mesma temática está presente na grelha inferior, no para-choques, bastante ampla, e no próprio formato das luzes diurnas de circulação da assinatura luminosa dianteira. Note-se ainda que os faróis estão mais agressivos, enclausurados numa caixa preta que traduz agressividade.

A silhueta, mais dinâmica, apresenta diversos aspetos relevantes aprimorados pela equipa de “design”: num detalhe de refinamento, a transição inferior entre os vidros laterais e as portas deixa de ter elementos em plástico preto, ao passo que as cavas das rodas contam com proteções em preto – mate na linha de entrada de equipamento e brilhante nas linhas mais equipadas – e as jantes de 18 polegadas são as maiores alguma vez oferecidas na gama de base de um Clio (desconta-se aqui o caso dos R.S. antigos). A sublinhar o dinamismo do desenho está a linha de cintura ascendente desde o meio das portas traseiras, ainda com pegas ocultas no pilar C, o qual tem agora ângulo muito inclinado.
Na secção traseira, a inspiração recaiu sobre os superdesportivos, nomeadamente nos farolins, agora com dois módulos independentes de cada lado em formato quase octogonal. Estes continuam a jogar com os volumes negativos, sobretudo em termos de reentrâncias nas laterais.
Quanto a dimensões, o Clio beneficia de um crescimento ligeiro em todos os sentidos: o comprimento aumentou 67 mm para 4,116 mm, a largura aumentou 39 mm para 1,768 mm e a altura cresceu 11 mm para 1,451 mm. A distância entre eixos aumentos parcos 8 mm para 2,591 mm. A carroçaria estará disponível com sete cores diferentes, incluindo as tonalidades novas vermelho “Absolute Red” e verde “Absolute Green”, enquanto as opções de jantes variam entre as 16 e as 18 polegadas.

Interior moderno
O interior é menos radical e mantém uma ligação muito firme aos modelos mais recentes da Renault, com realce para os dois ecrãs colocados no painel de bordo, ambos de 10,1 polegadas, com orientação ligeira para o condutor. O volante foi redesenhado e nas versões mais equipadas deriva de automóveis de segmentos superiores, incluindo agora o botão “Multi-Sense” que permite alterar os modos de condução. Além do estilo, esse volante tem outros benefícios, como a redução do número de voltas de bloqueio a bloqueio, de 3,3 para 2,6 voltas, resultando mais ágil.
No que toca ao espaço para bagagens, a Renault indica capacidade até 391 litros (dependendo da motorização) e lábio de carga 40 mm mais baixo do que na geração precedente.
O painel de bordo revela materiais novos, com o lado do passageiro revestido a tecido (dependendo do nível de equipamento) e a dispor de iluminação ambiente com 48 opções de cores disponíveis. No nível de equipamento Esprit Alpine, que é o topo de gama, o elemento têxtil é substituído por Alcântara, enquanto uma técnica inovadora foi utilizada para pintar a área em torno das saídas de ar com uma transição cromática num efeito de metal queimado altamente técnico. Os bancos também oferecer maior apoio lateral e revestimentos melhorados, enquanto a presença de materiais reciclados ou sustentáveis por incrementada, atingindo os 33,7% no Clio Esprit Alpine.

Muita tecnologia
O ecrã central tátil de 10,1 polegadas (agora em posição horizontal) integra o sistema OpenR Link com base Google Automotive, o que lhe permite acesso direto a aplicações fornecidas pela loja digial daquela companhia tecnológica. A Renault aponta já para mais de 100 “apps” disponíveis: além das básicas da Google, como o Maps ou o Assistant (que também poderá controlar algumas funções do veículo), o condutor poderá descarregar aplicações como o Amazon Music, Spotify, Prime Video, HBO Max ou o navegador de Internet Vivaldi. A marca acena ainda com a promessa de um pacote de dados com 2 GB gratuitos por mês durante três anos (ou até ao fim do período de “leasing”). Prevendo que esse valor seja “curto”, a Renault promete pacote mais generoso de dados, mas mediante pagamento.
Como já é usual, a oferta inclui ainda a replicação sem fios dos sistemas Android Auto e Apple CarPlay, carregador “wireless” para smartphone, atualizações “over-the-air” e ligação a aplicação My Renault com várias funcionalidades disponíveis para controlo pelo telemóvel. Entre os opcionais, a Renault destaca o sistema de som Harman Kardon com dez altifalantes e potência total de 410 watts, oferecendo cinco afinações sonoras configuradas pelo veterano da música eletrónica, Jean-Michel Jarre.
Gasolina, GPL ou híbrido
Tendo por base a plataforma CMF-B, a gama de motorizações premeia a eficiência, mas deixa cair a motorização turbodiesel que ainda fazia algum “número” nas vendas da geração atual – o Clio também era, praticamente, caso único com essa motorização no segmento. Com a sexta geração, a motorização de entrada é a 1.2 TCe de três cilindros com 115 cv e 190 Nm, possível de associar a caixa manual de seis velocidades ou a automática EDC com patilhas atrás do volante (opcional). Esta versão tem consumo médio a partir dos 5,0 l/100 km (5,1 l/100 km com a EDC) e emissões de CO2 desde 114 g/km (116 g/km na EDC).
Variante que poderá recolher muita atenção é a bifuel 1.2 Eco-G de três cilindros com 120 cv e 200 Nm, associada exclusivamente a caixa EDC. Uma das melhorias deste conjunto é a melhoria do tamanho do tanque de GPL, que passa de 32 para 50 litros, o que lhe permite afirmar uma autonomia combinada de 1.450 km. Apresenta consumo médio de 6,9 l/100 km e emissões de CO2 a partir dos 107 g/km. Esta versão, bem como a 1.2 TCe, aceleram de 0 aos 100 km/h em 10,1 segundos.
Mas o maior destaque da apresentação foi para a variante E-Tech Full Hybrid de 160 cv, que repete o sistema híbrido já visto no Symbioz. Desenvolvido pela Horse Powertrain, caracteriza-se pelo motor 1.8 de quatro cilindros (109 cv e 172 Nm) com injeção direta e ciclo Atkinson associado a dois motores elétricos (um com 50 cv e outro com 20 cv) alimentados por bateria de 1,4 kWh, com sistema de arrefecimento novo e caixa multimodo inteligente sem embraiagem, com tecnologia derivada da F1 e 15 combinações possível entre o motor elétrico e o motor térmico (duas relações para o motor elétrico e quatro para o 1.8 a gasolina).
Esta versão toma o lugar da anterior, com 145 cv, prometendo melhoria geral na eficiência e nas prestações: 0 aos 100 km/h em 8,3 segundos (menos 1 segundo), emissões de CO2 desde 89 g/km e consumos desde 3,9 l/100 km. A marca insiste, ainda que o Clio híbrido pode conduzir em modo elétrico até 80% do tempo nas cidades.
Níveis de equipamento
O Clio apenas terá três versões de equipamento, com a Evolution a ser a versão de entrada e já com itens como o cruise control adaptativo, travagem de emergência, assistente de manutenção na faixa, ecrã central de 10,1 polegadas, ar condicionado, jantes com embelezadores de 16 polegadas e sensores traseiros, entre outros.
A versão intermédia Techno incrementa já a quantidade de equipamento com elementos como o sistema OpenR Link com multimédia Google, ar condicionado automático, iluminação ambiente LED, “Multi-Sense”, entrada sem chave, jantes de liga leve de 16 polegadas, câmara traseira, comutação automática das luzes de máximos ou seis altifalantes, entre outros. Opcionalmente, o comprador pode equipar o Clio com jantes de 18 polegadas.
No topo, a versão Esprit Alpine traz detalhes e acabamentos mais desportivos, como os pedais em alumínio, o carregador sem fios para smartphone, jantes de liga leve de 18 polegadas, bancos específicos, assistentes avançados de estacionamento ou ainda para-choques distintos.
O Clio chegará ao mercado nas primeiras semanas de 2026, esperando-se a divulgação dos preços para uma fase mais perto do lançamento.
A marca refere ainda que a quantidade de assistentes de segurança do Clio novo foi reforçada, com 29 sistemas disponíveis, incluindo a monitorização do condutor por via de câmara no habitáculo ou o assistente de saída segura do veículo. O condutor poderá personalizar a atuação dos sistemas a seu gosto através do botão “My Safety Switch” do lado esquerdo do painel de bordo.